Como qualquer outro órgão do corpo humano, o cérebro também passa por
alterações e mudanças ao longo dos anos e envelhece com o tempo. As
alterações são não apenas estruturais, mas também funcionais. Nos
cérebros idosos, por exemplo, ocorre uma perda de sintonia entre as
regiões.
Para esclarecer algumas curiosidades sobre a saúde do
cérebro e o envelhecimento cerebral seguem abaixo alguns mitos e
verdades sobre o tema.
1) O tamanho do cérebro pode diminuir com a idade. VERDADE.
A
redução do volume do cérebro com a idade é comum durante o
envelhecimento. Isso se deve à diminuição no número de células, entre
elas, os neurônios, que são os principais responsáveis pelo
funcionamento do órgão. Além disto, acontece também uma diminuição das
conexões entre os neurônios. Esta alteração do volume cerebral também é
chamada de atrofia e pode ser maior ou menor, de acordo com outras
condições de saúde, que variam para cada pessoa.
2) Exames preventivos podem contribuir para evitar o envelhecimento do cérebro. MITO.
Até
o momento, não existem exames que possam prevenir o envelhecimento do
cérebro. As recomendações são relacionadas a prevenção de problemas de
saúde. Exames podem ser úteis quando existem alterações neurológicas
perceptíveis, como problemas de memória e de atenção.
3) Os
neurotransmissores - substâncias que levam a informação de um neurônio
ao outro ou a um tecido - também sofrem com mudanças durante o
envelhecimento. VERDADE.
Dentro do próprio neurônio a transmissão se
dá por meio de energia, como acontece com o sistema elétrico de uma
casa, por exemplo. Como os cabos de energia, os neurônios são compridos e
podem ter mais que 1 metro de extensão. Entre as células, são os
neurotransmissores que se comunicam, passando a mensagem adiante. Hoje
conhecemos mais de 60 tipos de neurotransmissores e, com a idade, a
concentração de cada um pode variar; isso pode estar associado a
problemas de saúde.
4) Já existem formas de frear o desenvolvimento das doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. MITO.
Infelizmente,
ainda não existe uma forma clara de frear processos degenerativos no
cérebro, principalmente quando doenças como Alzheimer e Parkinson já
forma identificadas. Porém, existem condições de saúde que podem reduzir
o risco do desenvolvimento destas doenças. Adotar um estilo de vida
mais saudável desde cedo, com alimentação balanceada, prática de
atividades físicas e evitando o excesso de bebidas alcoólicas, por
exemplo, pode reduzir o risco de doenças neurodegenerativas.
5) O estilo de vida de um jovem pode influenciar, no futuro, no envelhecimento do seu cérebro. VERDADE.
Um
cérebro jovem deve ser estimulado e bem cuidado. A forma como se
estimula o cérebro hoje, impacta diretamente no amanhã. O cuidado deve
ser físico, mental e emocional, uma vez que as emoções e a cognição
estão ligadas às conexões entre os neurônios. Hábitos de vida saudáveis
associados a um sono regular, evitando estresse e ansiedade, são
cuidados essenciais.
6) Pessoas que mantêm hábitos relacionados à
atividade intelectual, como ler e estudar, têm uma menor predisposição a
desenvolver demência. VERDADE.
Sim, é verdade: manter vivos hábitos
como ler e estudar parecem estar relacionados a um menor risco de
desenvolver demências ou, ao menos, de resistir aos sintomas em seu
início. A principal hipótese para explicar o mecanismo é chamada de
reserva cognitiva. Estudos indicam que, quem estimula o cérebro, teria
mais conexões entre seus neurônios e maior capacidade de processamento
da informação. Essa reserva seria fundamental diante da morte de
neurônios ligada ao envelhecimento ou a doenças, suprindo a função que
seria perdida normalmente.
7) A qualidade do sono é importante porque o cérebro desliga e, assim, estaremos descansados para o próximo dia. MITO.
O
sono de qualidade é um dos principais elementos para manter a saúde do
cérebro em dia. Enquanto dormimos, em vez de ‘desligar’, nosso cérebro
inicia um dos seus momentos de maior atividade. Enquanto nossa
consciência está ausente e sonhamos, os neurônios processam e arquivam
as informações recebidas durante o dia. Além disso, acreditamos que boa
parte da ‘limpeza’ de resíduos de atividade cerebral ocorra durante o
sono. Esse trabalho noturno é o que garante a qualidade e a limpeza,
garantindo que o órgão esteja apto às atividades no próximo dia.
8) A prática de atividades físicas que desenvolvam a musculatura corporal também pode contribuir para o cérebro. VERDADE.
Por
mais estranho que pareça, é verdade. Diversas pesquisas apontam que a
atividade física moderada está associada com menores índices de atrofia
do cérebro. Ou seja: o cérebro de quem faz exercício físico pode ser
maior daqueles que não fazem. Pesquisadores também acreditam que isso
também signifique um risco menor de doenças neurodegenerativas.
9) Alimentação desregulada e excesso de álcool podem influenciar diretamente no envelhecimento do cérebro. VERDADE.
Tanto
o consumo excessivo de álcool, quanto açucares e alimentos processados
em excesso podem influenciar o cérebro. Entre mudanças possíveis estão:
alterações na capacidade cognitiva em qualquer idade; aumento na
atividade inflamatória, afetando especialmente especial pessoas idosas.
Pesquisas apontam que evitar alimentos do tipo em excesso pode preservar
a estrutura e as funções cerebrais. No caso do álcool, especificamente,
podem ocorrer alterações profundas nos neurotransmissores.
10) Suplementação com DHA é essencial para prevenção do envelhecimento cerebral. MITO.
O
DHA é um ácido-graxo que faz parte do chamado ômega 3, complexo de 3
tipos diferentes de substâncias muito importantes para o organismo. Ele
pode ser obtido por meio do leite materno e de alimentos como óleos de
peixes. Porém, a decisão de suplementar ou não DHA além do que já é
obtido naturalmente na alimentação, deve ser avaliada caso a caso, com
orientação médica e nutricional. “O DHA está presente em nosso corpo e é
parte essencial de nosso cérebro, mas ainda não está claro se
consumi-lo pode ajudar no funcionamento do organismo. Como dito
anteriormente, é importante ressaltar que também não existe, até o
momento, uma forma de prevenir o envelhecimento do cérebro.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência Bibliográfica:
Valadares, M. Envelhecimento do Cérebro: Dez Mitos e Verdades Sobre o Assunto. Nutrição em Pauta. Disponível em: www.nutricaoempauta.com.br Acessado em: 01/08/2022.
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