Várias doenças neuropsiquiátricas cursam com neuroinflamação. Este é o caso da esquizofrenia. A inflamação do sistema nervoso compromete a produção de neurotransmissores, altera humor, comportamento e pode gerar alucinações. Além disso, muitos pacientes passam demonstrar preferência por alimentos açúcarados, cheios de gordura, ultraprocessados ou do tipo junk food.
Assim, além do tratamento medicamentoso e psicoterápico, faz parte do acompanhamento o tratamento nutricional. Sem uma dieta saudável, a neuroinflamação não resolve-se e o risco de outras doenças aumenta. Estudos mostram que pessoas com esquizofrenia apresentam taxas de mortalidade 2 a 3 vezes mais altas do que a do resto da população. Tendem a morrer cerca de dez anos mais jovens que a média. Alimentação adequada previne suicídio, ajuda a tratar a depressão e reduz o risco de doenças associadas à esquizofrenia, como obesidade, diabetes, pressão alta, problemas cardíacos e respiratórios.
No protocolo nutricional está a dieta anti-inflamatória, orgânica, sem aditivos prejudiciais, o tratamento da disbiose e a suplementação de compostos antioxidantes e anti-inflamatórios.
MEDICAMENTOS NEUROLÉPTICOS PARA CONTROLE DE ALUCINAÇÕES
Os neurolépticos, uma subdivisão dentro dos antipsicóticos, foram os primeiros remédios desenvolvidos para o tratamento de sintomas positivos da psicoses (alucinações e delírios), principalmente em pacientes com esquizofrenia.Possuem efeitos sedativos e psicomotores. São usados também, em doses baixas, para controle de sintomas neuropsiquiátricos em quadros demenciais.
Funcionam como antagonistas do receptor D2 reduzindo a ação da dopamina. A superatividade das vias neuronais de dopamina no nível do sistema límbico cerebral dão comuns na esquizofrenia. Os efeitos de controle sobre os sintomas da esquizofrenia surgem quando 80% dos receptores D2 estão bloqueados pelo antagonista.
Certos neurolépticos têm a capacidade de atuar em outros receptores (serotoninérgicos, acetilcolinérgico, histamínico e noradrenérgico). É importante lembrar que os neurolépticos são drogas sintomáticas, ou seja, elas não têm a função de curar uma doença psíquica. No entanto, na maioria dos casos, consegue-se eliminar os surtos de alucinações e ilusões, o que oferece ao paciente a possibilidade de distanciamento de sua própria doença, podendo, até mesmo, influenciar na acepção do seu estado doente.
Os neurolépticos atípicos podem melhorar a capacidade de concentração e de fala. Em algumas ocasiões, os neurolépticos, além de agirem antipsicoticamente, também mostram um efeito calmante. Os neurolépticos não interferem na lucidez ou no intelecto, mas podem, por vezes, sedar o paciente fortemente ou gerar outros efeitos colaterais. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental.
Ganho de peso é efeito colateral comum com uso da medicação
Drogas antipsicóticas podem contribuir para aumento do apetite e ganho de peso. Se o paciente é usuário de cannabis, o efeito é ainda maior. O paciente beneficia-se de terapia cognitiva comportamental, atividade física e dieta com baixo teor de carboidratos.
Texto elaborado por: Nutricionista Andreia Torres
Nutricionista especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde.
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