O óleo de coco é o produto obtido da polpa do coco fresco maduro (espécie Cocos nucifera L.), e é composto o óleo de coco é composto por ácidos graxos saturados (mais de 80%) e ácidos graxos insaturados.
Os
ácidos graxos saturados (AGS) são o caprílico, láurico e mirístico e
são considerados ácidos graxos de cadeia média. Outros AGS que
compõem o óleo de coco são capróico, cáprico, palmítico e esteárico.
Já os ácidos graxos insaturados são o oléico e linoléico.
O óleo de coco vem cada vez mais sendo prescrito por profissionais e consumido pela população por ter alegações de melhora de quadros neuro-degenerativos, obesidade e dislipidemia. Entretanto, as evidências são fracas e as Sociedades Médicas não recomendam o uso do óleo para fins de tratamento.
Em diabetes existem controvérsias em relação ao uso do óleo de coco. Em relação ao perfil glicêmico, sabe-se que a liberação de insulina varia de acordo com o tipo de ácido graxo presente na dieta. Os ácidos graxo insaturados como linolênico e linoleico potencializam a secreção de insulina, enquanto que os AGS diminuem a resposta das células beta pancreáticas.
A maior parte dos estudos
se concentram em dados sobre obesidade e dislipidemia, condições
frequentemente associadas ao diabetes mellitus tipo 2. Estas
condições podem ser fatores confundidores para saber o real papel do
óleo de coco na glicemia, uma vez que estão relacionados à
obesidade central e a resistência à insulina.
Dentre os estudos publicados que relacionam o óleo de coco e diabetes, muitos são experimentais e comparam diferentes tipos de gorduras associadas ou não a carboidratos, o que dificulta a real análise da eficácia.
Considerando todas as informações, o uso com fins terapêuticos é desaconselhado. O uso moderado, como parte da alimentação para quem não tem diabetes ou resistência à insulina pode ser considerado. Entretanto o uso de óleo ricos em monoinsaturados, como azeite de oliva por exemplo que é sabidamente reconhecido por seus efeitos benéficos à saúde.
Além disso, a SBEM e a ABESO também não recomendam o uso regular de óleo de coco como óleo de cozinha, devido ao seu alto teor de gorduras saturadas e pró inflamatórias. O uso de óleos vegetais com maior teor de gorduras insaturadas (como soja, oliva, canola e linhaça) com moderação, é preferível para redução de risco cardiovascular.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Ramos, S. Óleo de coco e diabetes. Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em: www.diabetes.org.br Acessado em: 14/11/2022
Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) sobre o uso do óleo de coco para perda de peso.
Posicionamento oficial da Associação Brasileira de Nutrologia a respeito da prescrição de óleo de coco. 2017
Harber EP, et al. Secreção de insulina: efeito autócrino da insulina pela modulação de ácidos graxos. Arq Bras End e Met. 2001, 45;219-227.
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