A
terapia nutricional em diabetes tem como alvo manter ou melhorar o estado nutricional,
a saúde fisiológica e a qualidade de vida do indivíduo, assim como tratar e/ou
prevenir as comorbidades associadas. (SBD/2011)
A
contagem de carboidratos foi criada na Europa em 1935, mas a ADA (American Diabetes Association) só
começou a divulgá-la em 1994. No Brasil ela começou a ser usada a partir de
1997 e hoje é uma ferramenta imprescindível na vida do diabético.
Assim,
como toda conduta nutricional, ela deve ser totalmente individualizada e
respeitar faixa etária, nível sócio econômico, hábitos regionais, estado
nutricional.
Por que o diabético se
beneficia ao usá-la?
Porque
lhe permite uma maior liberdade para se alimentar, ao mesmo tempo que deve
seguir uma alimentação equilibrada como todas as pessoas, antes da contagem
haviam muitas restrições aos diabéticos. Quando realizada adequadamente, o
paciente pode comer de tudo em horários e quantidades pré estabelecidas, a
contagem não leva em conta a qualidade dos carboidratos e não o tipo e sim a
quantidade dele, ou seja se o carboidrato é frutose, lactose, glicose não
importa, e sim a quantidade, o que possibilita a ingestão de alguns alimentos
nunca antes imaginados por eles, inclusive frutas e açucares.
Por que conta-se só os
carboidratos?
Porque
os carboidratos são os primeiros a serem convertidos em glicose e são os que
mais rapidamente elevam a glicemia. Ele é convertido em 100% no prazo de 15 minutos
a 2 horas a partir da ingestão, enquanto as proteínas duram de 3 a 4 horas para
serem convertidas (60%) e nas gorduras 10% apenas é convertido entre 5 a 6
horas.
A
contagem deve ser feita em parceria da nutricionista especializada em Diabetes
e do médico, para que seja feito o ajuste da correção da glicemia e a contagem
de carboidratos com a insulina, o paciente usa uma insulina basal e outra
rápida ou ultrarrápida para corrigir a hiperglicemia e para a alimentação que
será feita.
Qualquer
diabético pode fazer uso da terapia de contagem, mesmo os que não usam insulina
(do tipo II). Ao invés do paciente receber uma lista de substituição de
alimentos por grupos, ele será treinado pela nutricionista a fazer as
substituições adequadas para não ultrapassar a quantidade diária e por
refeições de carboidratos estabelecidas. Utilizando os manuais de contagem de
carboidratos, aonde encontram-se as quantidades exatas por medidas caseiras e
principalmente aprender a ler nos rótulos, ser capaz de fazer as contas para a
ingestão proporcional da embalagem.
O
quanto ele vai aplicar de insulina é calculado e orientado em parceria da
nutricionista com o médico, para que se chegue ao Fator de Sensibilidade (usado
para correção da glicemia) e o Bolus
de Alimentação (quanto de carboidrato para cada unidade de insulina), para
crianças por exemplo é um valor, para adolescentes outro e para adultos varia
conforme o peso. Por isso, é bom deixar claro que não é sempre 1 unidade para
cada 15g de carboidrato como às vezes é visto em alguns locais, mais uma vez
enfatizo a necessidade da individualização.
Os
alimentos por sua vez, contém uma quantidade de carboidratos por porção, que
podem ser consultadas em tabelas, mas esta torna-se quase que flexível
dependendo da hora do dia, da combinação do prato (por exemplo, pela quantidade
de fibras na refeição) se o paciente irá ou não praticar alguma atividade
física na sequência, por isso os ajustes são constantes.
A
quantidade de insulina deve ser calculada com o objetivo de evitar que o
paciente entre em hipoglicemia (glicemia < 70mg/dL), ou mesmo não conseguir
controlar a hiperglicemia e esta manter-se muito elevada, podendo até ocasionar
uma cetoacidose.
Sendo
feita da maneira adequada, a contagem de carboidrato é mais um instrumento para
que o diabético tenha uma vida normal e que a criança diabética seja inserida
no contexto social da maneira mais natural possível.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Texto elaborado por: Nicole Trevisan
Nutricionista CRN3
33698
Educadora em Diabetes
pela SBD/IDF
Mestranda em ciências
pela Faculdade de Medicina da USP
Nutricionista na ADJ
Diabetes Brasil em atendimento e curso de contagem de carboidratos
Referências
Bibliográficas:
Diretrizes da Sociedade
Brasileira de Diabetes (2013-2014).
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