quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Tabagismo

Oriundo das Américas, o tabaco era utilizado, inicialmente, pelos povos indígenas em rituais religiosos. Os europeus, a partir das grandes navegações, disseminaram o uso do tabaco fumado (cachimbo, charutos, cigarrilhas e cigarros).

Até o final do século XIX, a fabricação do cigarro era artesanal, o que tornava seu preço elevado. Por conseqüência, o mercado consumidor era pequeno. O desenvolvimento das máquinas para fabricação de cigarro, no início do século XX, aumentou a produtividade, tornando-o mais barato e acessível.

A Organização Mundial da Saúde já classificou o tabagismo como doença, já que um cigarro corresponde a menos cinco minutos de vida; dessa forma um fumante vive aproximadamente dez anos a menos do que viveria, prejudicando muito à sua qualidade de vida.

A eficiência do tabaco em provocar doenças é à prova de contestação. Isso porque 30% dos cânceres são associados ao fumo, assim como 90% das mortes decorrentes de câncer no pulmão, 85% das doenças pulmonares crônicas, 25% dos problemas cardíacos e 25% dos acidentes vasculares cerebrais. O tabagismo também pode causar aneurisma arterial, trombose vascular, úlcera do aparelho digestivo, infecções respiratórias e impotência sexual no homem. O tabaco também afeta o sistema imunológico, aumentando a obtenção de infecções por bactérias e vírus em até 400%. Quem fuma tem quatro vezes mais chances de contrair doença de gengiva, podendo adquirir periodontite, halitose e câncer bucal. O tabaco aumenta a descamação da gengiva, destruição do tecido e pode ter como conseqüência sérios problemas periodontais, ocorrendo alteração no paladar.

Tabaco e o Paladar

Estudos têm demonstrado que o fumo pode ser o mais importante fator de risco para o desenvolvimento e progressão da doença periodontal. O fumante tem maior chance de ter doença periodontal e mais severa do que paciente não fumante. Também, possui maior formação de cálculo nos dentes, bolsas periodontais mais profundas entre o dente e a gengiva, e perde mais osso e tecido de suporte.

Os problemas periodontais causados ao indivíduo que faz uso de tabaco (mascando ou fumando), são causados por várias substâncias químicas como a nicotina e o alcatrão. Elas causam um aumento do acúmulo de placa e cálculo que irritam a gengiva e levam à infecção.

Tabaco e Ganho de Peso

Aproximadamente 75% das pessoas que se tornam abstinentes apresentam um aumento de peso corporal. Fato que pode ser explicado por vários motivos, entre eles a mudança no metabolismo com a falta de nicotina, a questão sensorial – paladar e olfato se tornam mais apurados, o que possibilita sentir o real sabor dos alimentos –, a transferência da ansiedade de fumar para comer, e a preferência por alimentos especialmente ricos em gordura e açúcares.


As pessoas não perdem peso intencionalmente quando fumam. O que acontece é que a inalação da nicotina, por meio da fumaça do cigarro, promove a elevação aguda da concentração de alguns neurotransmissores no cérebro, dentre eles a dopamina e a serotonina, substâncias responsáveis pelo bem-estar e pelo prazer, o que, consequentemente, pode contribuir para a saciedade. 


Outro aspecto importante é o efeito da nicotina sobre o tecido adiposo – ela promove maior oxidação dos lipídeos em relação aos não fumantes, o que provoca aumento do metabolismo e maior gasto energético. Porém, essa não é uma maneira adequada de emagrecer. 


Para manter o peso depois de largar o cigarro o importante é:
● Fazer refeições balanceadas, incluindo todos os nutrientes essenciais para a manutenção da saúde: carboidratos, lipídeos, proteínas, vitaminas, minerais, água e fibras;
● Não permanecer muito tempo em jejum e fracionar as refeições de 3 em 3 horas;
● Utilizar sal com moderação;
● Evitar frituras. Prefira os alimentos cozidos, assados e grelhados;
● Optar por alimentos saudáveis nos intervalos das refeições, como frutas, sucos naturais, barras de cereais e iogurtes;
● Preferir alimentos integrais, ricos em fibras que ajudam na saciedade;
● Evitar molhos cremosos, doces, chocolates e guloseimas muito calóricas;
● Ingerir água e líquidos ao longo do dia para manter uma boa hidratação;
● Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
● Praticar atividades físicas regularmente, sob orientação médica ou de um educador físico;
● Não abusar nos finais de semana e feriados.
Tabagismo e Envelhecimento
Além dos efeitos já bastante conhecidos do envelhecimento, como aumento da pressão sanguínea, perda do tecido muscular, compressão vertebral ou alteração óssea, o avanço da idade pode levar também a um aumento significativo do peso, caso não seja acompanhado por atividades físicas regulares e reeducação alimentar.

Entre os 25 e os 65 anos, o indivíduo que não pratica atividades físicas perde, por conta do processo de envelhecimento natural, entre 10% a 16% da sua massa magra, também conhecida como massa muscular ou massa livre de gordura, com influência direta sobre o metabolismo basal, que é a quantidade de energia despendida pelo organismo em repouso para manter funções vitais do corpo. Após os 25 anos, observa-se também, uma diminuição média de 5% no ritmo do metabolismo basal a cada década.

No processo de envelhecimento, pessoas sedentárias começam a perder porcentagens significativas de minerais, água e proteínas (três substâncias que compõem a massa muscular, diminuindo assim, o ritmo do metabolismo basal). O resultado dessa desaceleração é um acúmulo cada vez maior de gordura corporal, além de menor queima calórica, e alteração de outras funções vitais do organismo, como a gastrointestinal, a cardiovascular, a metabólica e a músculo-esquelética.

O tabagismo é um dos fatores de risco também para a osteoporose, provavelmente pelos efeitos tóxicos sobre os osteoblastos (célula óssea responsável pela formação do osso), que prejudicam a absorção do cálcio. A alteração do metabolismo de cálcio contribui para acelerar a perda óssea e favorece o desenvolvimento de osteoporose senil.

As pesquisas têm demonstrado que o tabaco é um fator de risco para fraturas vertebrais, do antebraço e quadril em mulheres magras; as conclusões desses estudos sugerem que as mulheres que fumam cerca de 01 maço de cigarros ao dia apresentam um déficit de 05 a 10% na densidade óssea, o que aumenta o risco de fratura.

Tabaco e Gravidez

Quando a mãe fuma durante a gravidez, “o feto também fuma”, recebendo as substâncias tóxicas do cigarro através da placenta. A nicotina aumenta o batimento cardíaco do feto, redução de peso no recém-nascido e também menor estatura, podendo também causar alterações neurológicas importantes. O risco de abortamento espontâneo, entre outras complicações na gestação, é maior nas gestantes que fumam.

Durante a amamentação, as substâncias tóxicas do cigarro são transmitidas para o bebê através do leite materno.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Dias, HM. Programa de Controle do Tabagismo no Município de Juiz de Fora: A Especificidade do Tratamento na Atenção Básica. [Dissertação de Mestrado]. Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, 2011.
Lucio, F. Como manter o peso depois de ter parado de fumar? Disponível em: www.einstein.br Acessado em: 20/08/2014.

Oliveira, JDF. Tabagismo e Aspectos Nutricionais. Disponível em: www.fef.unicamp.br Acessado em: 20/08/2014.

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