terça-feira, 29 de setembro de 2020

Obesidade na Infância e Adolescência

 

A obesidade é considerada uma doença crônica, sendo o resultado do balanço energético positivo entre a síntese de gordura (lipogênese) e a degradação (lipólise), devido a um descontrole na ingestão de calorias em relação ao gasto energético. Porém, por ser multifatorial, a obesidade sofre influência de fatores combinados como hereditariedade, meio ambiente, hábitos e fatores socioculturais. Sobrepeso e obesidade constitui o sexto fator de risco mais preocupante das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), pois está associada a várias outras comorbidades.


A obesidade na infância e adolescência é um dos mais sérios desafios de saúde pública do século XXI. O problema é global e está afetando muitos países de baixa e média renda, particularmente em ambientes urbanos. As taxas de sobrepeso e obesidade nesta faixa etária aumentaram em todo o mundo, de menos de 1% (equivalente a cinco milhões de meninas e seis milhões de meninos) em 1975, para quase 6% em meninas (50 milhões) e quase 8% em meninos (74 milhões) em 2016. O número cresceu mais de dez vezes. De 11 milhões em 1975 para 124 milhões em 2016.

Os dados sobre a obesidade infantil são tão alarmantes, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2025 o número de crianças obesas no planeta chegue a 75 milhões. Os registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que uma em cada três crianças, com idade entre cinco e nove anos, está acima do peso no País. As notificações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, de 2019, revelam que 16,33% das crianças brasileiras entre cinco e dez anos estão com sobrepeso, 9,38% com obesidade, e 5,22% com obesidade grave. Em relação aos adolescentes, 18% apresentam sobrepeso, 9,53% são obesos e 3,98% têm obesidade grave.

O crescente número da obesidade na infância e adolescência está associado ao surgimento de comorbidades, anteriormente consideradas doenças "adultas". Estas condições incluem, apneia do sono, diabetes mellitus tipo 2, asma, esteatose hepática (doença hepática gordurosa não alcóolica), doença cardiovascular, hipercolesterolemia, colelitíase (cálculos biliares), resistência à insulina, problemas de pele, hipertensão, anormalidades menstruais, equilíbrio prejudicado e problemas ortopédicos.

Embora a maioria das condições físicas e de saúde associadas à obesidade sejam evitáveis, e possam desaparecer quando uma criança ou adolescente alcança um peso saudável, algumas continuam tendo consequências negativas ao longo da vida adulta.

É importante entender que o sobrepeso e a obesidade pode atingir profundamente a saúde física, o bem estar social, emocional e a autoestima dos adolescentes

Complicações emocionais e sociais: 

● Estudos mostram que crianças com sobrepeso ou obesas, têm quatro vezes mais probabilidade de ter problemas de aprendizado em relação seus pares com peso normal. Elas também são mais propensas a faltar na escola, especialmente aqueles com condições crônicas de saúde, como diabetes e asma. 

● A obesidade tem sido descrita como sendo uma das condições mais estigmatizantes, e menos socialmente aceita da infância. Estas crianças são frequentemente provocadas, intimidadas, estereotipadas, marginalizadas e discriminadas por seu estado. Discriminações foram relatadas em crianças a partir dos 2 anos de idade. 

● Crianças e adolescentes obesas são excluídas de atividades competitivas na escola. Muitas vezes é difícil para elas participarem de atividades físicas, pois tendem a ser mais lentas que as de seus pares, além disso enfrentam falta de ar. 

● Estas consequências sociais negativas contribuem para dificuldades permanentes no controle do peso, baixa autoestima, baixa autoconfiança e imagem corporal negativa de muitas crianças. 

● As crianças e adolescentes tendem a se proteger dos comentários e atitudes negativas, retirando-se para lugares seguros, como suas casas, onde podem buscar comida como um conforto. 

● Além disso elas também têm menos amigos, o que resulta em menos interação social e brincadeiras ativas, gastando mais tempo em atividades sedentárias (tempo de tela) 

Prevenção é a chave do sucesso no controle da obesidade, por isso: 

● Siga uma dieta balanceada 

● Exercite-se 

● Coma no mínimo 400g de frutas, legumes e verduras ao dia  
 


● Coma grãos como lentilhas, grão de bico e feijões regularmente 

● Beba água. 

● Durma no mínimo 8 horas ao dia 

● Evite bebidas açucaradas (refrigerantes, leites aromatizados) 

● Mastigue bem os alimentos 

● Use óleos vegetais insaturados (azeite de oliva, soja, girassol ou milho), em vez de gorduras animais ou óleos ricos em gorduras saturadas (manteiga, ghee, banha de porco)
 
● Escolha carnes brancas sem pele e gordura (frango, peixe, porco) 


● Evite alimentos processados, assados e fritos que contenham gordura trans, sódio, corantes, conservantes e aromatizantes 

● Ao cozinhar, limite a quantidade de sal e condimentos com alto teor de sódio (molhos prontos), e priorize o uso de ervas frescas 

● Evite alimentos com alto teor de sal, gordura e açúcar 


Por quê? Pessoas cujas dietas são ricas em sódio (incluindo sal) têm maior risco de hipertensão, o que pode aumentar o risco de doenças cardíacas e derrames. Da mesma forma, aqueles cujas dietas são ricas em açúcares, têm maior risco de ficarem com sobrepeso ou obesos, e um risco maior de cáries. Pessoas que reduzem a quantidade de açúcar em sua dieta, também podem reduzir o risco de doenças não transmissíveis como diabetes e hipertensão. 
 
 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

Referência Bibliográfica:

 

 Stavro, A. Obesidade na infância e adolescência. Nutrição em Pauta. Disponível em: www.nutricaoempauta.com.br Acessado em: 29/09/2020.

domingo, 27 de setembro de 2020

Ganho de Massa Muscular

 

A união de exercícios e dieta é essencial para remodelar o corpo, deixando-o esteticamente melhor e mais saudável. O estimulo do exercício para o desenvolvimento muscular é condição básica para o aumento do tamanho e volume das fibras musculares. Com consequente definição dos músculos. E a dieta funciona como o apoio para o resultado esperado e ainda exerce o controle necessário para a diminuição da camada de gordura subcutânea que cobre a musculatura melhorando ainda mais a definição.

Em geral, a dieta deve ser equilibrada e balanceada, ou seja, conter todos os nutrientes na proporção certa.

O consumo de proteínas deve ser maior do que o recomendado normalmente, pois tem função estrutural na formação do músculo. Mas isso não significa muito a mais do que consumimos, pois a nossa dieta habitual já costuma ser rica em proteínas e se consumido em excesso, pode se acumular na forma de gordura prejudicando a definição muscular. Por exemplo, para um homem de 70 kg, a recomendação seria de aproximadamente 98 g de proteínas diárias; quantidade atingida numa dieta com 2 porções de carnes, 1 copo de leite, 1 copo de iogurte, 2 fatias de queijo e 2 conchas de feijão ao longo do dia. Além da proteína contida nos outros alimentos.

Os carboidratos também são importantes, pois além de ser a principal fonte de energia, poupam proteína. Quando a dieta é pobre em carboidrato, o corpo utiliza proteína como fonte de energia e esta deixa de cumprir sua função construtora. Além disso, o carboidrato é importante para o ganho de massa, pois quando ele é armazenado no músculo carrega 3 moléculas de água junto, aumentando o volume muscular.

Dicas Nutricionais:

  • Não faça exercícios físicos em jejum; 
  • Antes do exercício, faça um pequeno lanche para manutenção da glicemia e garantia do conteúdo de glicogênio muscular adequado antes do início da atividade, evitando assim a queima muscular;
  • Fracione as refeições ao longo do dia a cada 3-4 horas. Ficar muito tempo sem se alimentar pode levar a perda de massa magra;
  • Toda vez que os exercícios durarem mais que 1 hora, faça a reposição de carboidrato, através do consumo de bebidas isotônicas, carboidratos em pó ou géis de carboidrato;
  • Após o exercício, a preocupação deve estar voltada para promover a recuperação dos estoques de energia do músculo, o glicogênio muscular e oferecer o aporte necessário de proteína para a reparação dos tecidos “lesados”. A maneira ideal de promover esta recuperação é consumir carboidratos + proteínas após a atividade física. O consumo de carboidratos é importante, pois a insulina, que é liberada após a ingestão desse nutriente, é um hormônio anabólico, que facilita a síntese de glicogênio. E as proteínas tem função estrutural permitindo a hipertrofia muscular após a atividade. Ou seja: após a atividade, consuma sua refeição normal, dando preferência ao consumo de carboidrato (pão, batata, arroz, macarrão e etc.) e proteína magra (peito de peru, frango, peixe, clara de ovo e etc.);
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  • Se a ingestão de proteínas através dos alimentos for suficiente, os suplementos não são necessários. Porém, como as proteínas precisam ser ingeridas antes e após os treinos, muitas vezes os alimentos proteicos não são bem tolerados. Por causa da sua baixa digestibilidade, alguns podem causar desconfortos gastrointestinais durante o treino. Nesse caso, suplementos podem ser utilizados, mas somente com orientação de um profissional, que poderá indicar o melhor tipo, a dose e os horários de ingestão.

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    Texto elaborado por: Patrícia Bertolucci

     

    Nutricionista pela Universidade Federal de Goiás – UFG.

     

    Assessoria a Clubes e Empresas ligadas ao esporte ou com interesse em qualidade de vida.

     

    Responsável pela empresa Patrícia Bertolucci Consultoria em Nutrição.

     

     As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Quais São as Melhores Opções de Leite Para Pessoas com Diabetes?

 


Existem dois tipos principais de diabetes (DM): DM 1 e DM 2. Ambos são doenças crônicas que afetam a maneira como seu corpo regula o açúcar no sangue (glicose). A glicose é o combustível que alimenta as células, mas para entrar ela precisa de uma chave. A insulina é essa chave.

Pessoas com DM 1 não produzem insulina. Você pode pensar nisso como não tendo a chave. Por isso, precisam aplicar (a chave) insulina diariamente.

Pessoas com DM 2 produzem insulina, mas não respondem à insulina tão bem quanto deveriam. Você pode pensar nisso como tendo a chave quebrada. Ao longo do tempo, quando o diabetes não é tratado adequadamente, muitos pacientes passam a não produzir mais insulina suficiente (neste caso, também será necessário aplicar insulina, ou seja, passa a não ter mais a chave).
Ambos os tipos de DM podem levar a níveis altos de açúcar no sangue e isso aumenta o risco de complicações da doença.

Por isso, a American Diabetes Association (ADA) recomenda individualizar a quantidade de carboidratos das refeições de pacientes com DM, a fim de controlar os níveis de açúcar no sangue e o peso. Além disso, a verificação da glicemia antes e após as refeições, pode ajudar a identificar quais alimentos e em que quantidades o indivíduo responde melhor.

O melhor leite para um indivíduo com DM depende das preferências, alergias, intolerâncias alimentares e principalmente da sua ingestão diária de carboidratos.

O leite de vaca contém bastante carboidratos, e dependendo da quantidade de leite ingerida ao longo do dia, é importante contabilizar, principalmente se o indivíduo faz uso de insulina. Mas não se preocupe, são muitas as opções disponíveis nas prateleiras dos supermercados (integral, desnatado, nozes, soja, coco, amêndoas e muito mais). Cada opção tem seu próprio sabor e padrão nutricional, aqui estão algumas opções disponveis, talvez possa ajudar.

LEITE DE VACA

A principal diferença é o teor de gordura, e, portanto, a quantidade de calorias.

O leite integral é o que contém mais gordura (mínimo de 3% de sua composição).

 O leite semidesnatado é mais leve em relação ao integral. No processo de fabricação, parte da gordura é retirada, mantendo os níveis entre 0,6 e 2,9%. O leite desnatado tem menos gordura. Porém, ele não contém as vitaminas A e D.

Com exceção das vitaminas A e D do leite desnatado, todas as versões contém as mesmas quantidades de proteínas, sódio, potássio, cálcio, magnésio, fósforo, e vitaminas A, B1, B2, B3, B5, B6, biotina, ácido fólico, B12, C, D, E, e K.

É importante ressaltar que as quantidades de carboidratos nas 3 versões são as mesmas (em média 9,0g por 200ml).

Com uma ampla variedade de extratos vegetais disponíveis, pode ser difícil saber qual é o melhor. É importante ficar atento aos ingredientes ocultos que possam ter impacto negativo na sua saúde. Aqui estão alguns pontos importantes a considerar:

• Conteúdo de cálcio: O leite de vaca é rico em cálcio, essencial para ossos saudáveis e para prevenir a osteoporose. A maioria dos extratos vegetais é enriquecida com cálcio, portanto, escolha um que contenha no mínimo 120 mg de cálcio por 100 ml.

• Vitamina B12: A vitamina B12 é encontrada naturalmente em produtos de origem animal. Pessoas que limitam ou evitam estes produtos devem escolher produtos enriquecidos com esta vitamina.

• Alergias e intolerâncias alimentares: algumas pessoas têm alergias ou intolerâncias a certos ingredientes usados em leites à base de plantas, como glúten, nozes e soja. Verifique os rótulos se você tiver alergias ou intolerâncias.

• Açúcar: O açúcar é disfarçado por muitos nomes (dextrose, frutose, galactose, glicose, lactose, maltose, sacarose entre outros). É importante ficar atento e evitar produtos com adição de açúcar e de adoçantes artificiais.

• Estabilizadores como goma de gel: goma de gel é um polissacarídeo produzido pela bactéria Sphingomonas Elodea. É frequentemente combinado com o agente espessante de goma xantana, que pode ter efeito laxante quando consumido em grandes quantidades.

• Reguladores de ácido: Reguladores de ácido, como fosfatos, são adicionados às alternativas de leite para manter o pH durante o armazenamento. No entanto, há muita controvérsia em torno do uso de altas concentrações de fosfatos como aditivo alimentar, razão pela qual eles devem ser consumidos apenas em pequenas quantidades.

Lembre-se de ler a lista de ingredientes antes de adquirir alternativas ao leite de vaca.

Extrato Vegetal de Soja

 
Tem sido o substituto não lácteo mais popular porque seu perfil nutricional se assemelha muito ao leite de vaca. algumas marcas, são enriquecidas com cálcio e vitamina D, portanto, verifique o rótulo nutricional. Uma xícara (240 ml) de leite de soja sem açúcar contém 80-90 calorias, 4-5 gramas de gordura, 7-9 gramas de proteína e 4 gramas de carboidratos.


Extrato Vegetal de Amêndoas

 

É feito com amêndoas e água. Tem uma textura leve e um sabor ligeiramente doce. Pode ser adicionado ao café e chá, misturado em smoothies e usado como substituto do leite de vaca em sobremesas e assados.

• Uma xícara (240 ml) de extrato de amêndoa sem açúcar contém 30 a 35 calorias, 2,5 gramas de gordura, 1 grama de proteína e 1 a 2 gramas de carboidratos.

• Comparado ao leite de vaca, contém menos calorias e menos gorduras. Também é significativamente mais baixo em proteínas e carboidratos.

• É um dos extratos vegetais de menor teor calórico disponíveis, e é uma ótima opção para aqueles que desejam ou precisam diminuir o número de calorias.

 • Escolha marcas que contenham um conteúdo mais alto de amêndoas, em torno de 7 a 15%.

• As amêndoas também contêm ácido fítico, uma substância que se liga ao ferro, zinco e cálcio para reduzir sua absorção no organismo. Isso pode diminuir um pouco a absorção desses nutrientes pelo extrato de amêndoa.

 
Extrato Vegetal de Coco

 

O extrato de coco é feito da água e da polpa branca dos cocos marrons. Tem uma textura cremosa e um sabor doce, mais sutil que o coco.

• Um copo (240 ml) contém 45 calorias, 4 gramas de gordura, nenhuma proteína e quase nenhum carboidrato.

• Contém um terço das calorias do leite de vaca, metade da gordura e significativamente menos proteínas e carboidratos.

• Tem o menor teor de proteínas e carboidratos dos extratos não lácteos. Por isso pode não ser a melhor opção para aqueles com maiores necessidades de proteína, mas seria adequado para quem procura reduzir a ingestão de carboidratos.

• Além disso, cerca de 90% das calorias do extrato de coco são provenientes de gordura saturada, conhecida como triglicerídeos de cadeia média.


Extrato Vegetal de Aveia

 

O extrato de aveia é feito a partir de uma mistura de aveia e água. No entanto, os fabricantes costumam adicionar ingredientes extras, como gomas , óleos e sal, para produzir sabor e textura agradáveis. É naturalmente doce e de sabor suave. Pode ser usado para cozinhar da mesma maneira que o leite de vaca e é ótimo com cereais ou smoothies.

• Um copo (240 ml) contém 140-170 calorias, 4-5 gramas de gordura, 2-5 gramas de proteína e 19-29 gramas de carboidratos.

• Contém um número semelhante de calorias que o leite de vaca, e cerca de metade da quantidade de proteína e gordura.

• Curiosamente, o extrato de aveia é rico em fibras totais e beta glucana, um tipo de fibra solúvel que forma um gel espesso à medida que passa pelo intestino.

• O gel de beta glucana se liga ao colesterol, reduzindo sua absorção no organismo. Isso ajuda a diminuir os níveis de colesterol, principalmente o colesterol LDL, o tipo associado a um risco aumentado de doença cardíaca.

• Pesquisas mostraram que as beta glucanas ajudam a aumentar a sensação de saciedade, e diminuem os níveis de açúcar no sangue após uma refeição.

 • O extrato de aveia também é barato e fácil de fazer em casa.



Extrato Vegetal de Arroz

 

É feito de água e arroz branco ou marrom moído. Tal como acontece com outros não lácteos, geralmente contém espessantes para melhorar a textura e o sabor. O extrato de arroz é o menos alergênico dos não lácteos. Isso o torna uma opção segura para pessoas com alergias ou intolerâncias a laticínios, glúten, soja ou nozes. Tem sabor suave e naturalmente doce com consistência levemente aquosa. É ótimo para beber, preparar smoothies e sobremesas.

• Uma xícara (240 ml) contém 130-140 calorias, 2-3 gramas de gordura, 1 grama de proteína e 27-38 gramas de carboidratos.

• O extrato de arroz contém calorias semelhantes ao leite de vaca. Ele também contém consideravelmente menos proteína e gordura.

• De todas as alternativas não lácteo, o extrato de arroz contém mais carboidratos, cerca de três vezes mais que os outros.

• Além disso, tem um alto índice glicêmico (IG) de 79 a 92, o que significa que é absorvido rapidamente no intestino, e aumenta rapidamente os níveis de açúcar no sangue. Por esse motivo, pode não ser a melhor opção para pessoas com diabetes.

• Devido ao seu baixo teor de proteínas, também pode não ser a melhor opção para crianças, atletas e idosos. Essas populações têm maiores necessidades de proteína.

Extrato Vegetal de Caju


É feito de uma mistura de castanha de caju e água. É cremoso e tem um sabor doce e sutil de nozes. Tal como acontece com a maioria dos extratos à base de nozes, a polpa é extraída do leite. Isso significa que as fibras, proteínas, vitaminas e minerais de todo o caju são perdidos.

• Um copo (240 ml) de extrato de caju sem açúcar contém apenas 25 a 50 calorias, 2 a 4 gramas de gordura, 0 a 1 grama de proteína e 1 a 2 gramas de carboidratos.

• O extrato de caju contém menos calorias do leite de vaca, metade da gordura e significativamente menos proteínas e carboidratos.

• Devido ao seu baixo teor de proteínas, pode não ser a melhor opção para pessoas com maiores necessidades como idosos, crianças e atletas.

• Com apenas 25 a 50 calorias por xícara (240 ml), o extrato de caju sem açúcar é uma ótima opção de baixa caloria para quem procura reduzir sua ingestão calórica.

• O baixo teor de carboidratos e açúcar também a torna uma opção adequada para pessoas que precisam monitorar sua ingestão de carboidratos, como diabéticos.

• Por fim, o extrato de caju é um dos extratos mais fáceis de fazer em casa.


Extrato Vegetal de Macadâmia

 
O extrato de macadâmia é feito principalmente de água e cerca de 3% de macadâmia. É relativamente novo no mercado. Tem sabor suave e é mais cremoso que a maioria dos extratos vegetais.

• Um copo (240 ml) contém 50 a 55 calorias, 4-5 gramas de gordura, 3-5 gramas de proteína. Isso faz com que seja uma ótima opção para quem tenta reduzir a ingestão de calorias.

• Contém menos calorias e gordura em relação ao leite de vaca. Também tem menos proteínas e carboidratos.

• Além disso, o extrato de macadâmia é uma ótima fonte de gorduras monoinsaturadas saudáveis, com 3,8 gramas por xícara (240 ml).

• Aumentar a ingestão de gorduras monoinsaturadas pode ajudar a reduzir os níveis de colesterol no sangue, a pressão sanguínea e o risco de doença cardíaca, especialmente se ele substituir alguma gordura saturada ou carboidrato em sua dieta.

 
Extrato Vegetal de Cânhamo

 
É produzido a partir das sementes da planta de cânhamo. O extrato de cânhamo tem um sabor levemente adocicado e uma textura fina e aquosa.

• Uma xícara (240 ml) de extrato de cânhamo sem açúcar contém 60 a 80 calorias, 4,5 a 8g de gordura e 1 a 2g de carboidratos.

• Contém quantidade semelhante de gordura ao leite de vaca, mas cerca da metade das calorias e proteínas. Ele também contém significativamente menos carboidratos em relação ao leite.

• É uma boa opção para veganos e vegetarianos, pois um copo fornece 2 a 3g de proteína com todos os aminoácidos essenciais.

• É baixo em carboidratos, tornando-o uma ótima opção para quem deseja reduzir a ingestão. Evite variedades adocicadas, pois elas podem conter até 20 gramas de carboidratos por xícara (240 ml).

 



Extrato Vegetal de Quinoa

 
Embora a quinoa tenha se tornado um superalimento muito popular nos últimos anos, o extrato é relativamente novo no mercado. Por esse motivo, é um pouco mais caro que outros extratos e pode ser um pouco mais difícil de encontrar.
Um copo (240 ml) contém 70 calorias, 1 grama de gordura, 2 gramas de proteína e 12 gramas de carboidratos em média.

• É composto principalmente de água e de 5 a 10% de quinoa. Isso significa que a maioria das proteínas, fibras, vitaminas e minerais da quinoa são diluídas.

• Possui um perfil nutricional bastante equilibrado em comparação com outros extratos. É relativamente baixo em gordura, com quantidades moderadas de proteínas, calorias e carboidratos.

• É uma boa fonte de proteína para vegetarianos e veganos. Se estiver disponível no supermercado, pode valer a pena apostar.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

Referência Bibliográfica:

 Stavro, A. Quais são as melhores opções de leite para pessoas com diabetes. Nutrição em Pauta. Disponível em: www.nutricaoempauta.com.br Acessado em: 24/09/2020.

 

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Glutationa na COVID 19

 


Glutationa é o nosso antioxidante mestre, essencial para combater radicais livres e citocinas inflamatórias, liberados durante doenças e processos infecciosos. A glutationa pode ser considerada o mais importante guardião do organismo: atua como protetor celular, imunoestimulante e desintoxicante, reforça a energia aumentando os níveis de ATP, e muito mais. O sistema imunológico funciona melhor se os linfócitos tiverem glutationa suficiente e disponível.

 

Neutralizando toxinas, inflamação e estresse oxidativo

 

Glutationa funciona como o mais potente neutralizante de toxinas do corpo. Presente em diversas células, a glutationa é utilizada principalmente no fígado. Quando substâncias tóxicas passam pelo fígado, elas têm que ser "conjugadas", ou ligadas a algum composto que ajudará na sua eliminação. O principal conjugador dessas toxinas é justamente a glutationa. A redução da inflamação e do estresse oxidativo, presentes em diversas enfermidades e na atual COVID-19, não só diminui a gravidade das doenças e do risco de morte, mas também protege o corpo dos efeitos adversos pós-infecção.

 

Precursores e cofatores

 

A glutationa como suplemento oral não é muito eficiente, pois é rapidamente quebrada no trato digestivo e eliminada. Ela é um tripeptídeo, ou seja, é composta de três aminoácidos: cisteína, glicina e ácido glutâmico. Diversos ativos naturais podem servir como precursores ou como cofatores para aumentar a produção de glutationa. Dentre eles, podemos citar acetilcisteína, ácido lipoico, glutamina, MSM, whey protein, vitaminas C e E, selênio. 

 

Envelhecimento

 

Vários fatores contribuem para reduzir os níveis endógenos de glutationa, deixando o corpo desprotegido. Idade é um fator de risco reconhecido para a gravidade, complicações e morte na COVID-19. Estudos em animais e humanos indicam que os níveis de glutationa diminuem progressivamente com o envelhecimento, tornando as células mais suscetíveis a danos oxidativos causados por diferentes fatores ambientais, em comparação com indivíduos mais jovens.

 

Comorbidades, obesidade, tabagismo

 

As comorbidades são fatores de risco em pacientes com COVID-19. A deficiência de glutationa endógena é comum em indivíduos com doenças crônicas, como diabetes, cardiopatias e câncer. A obesidade também se correlaciona com baixos níveis de glutationa. O tabagismo reduz a glutationa endógena e é considerado fator de risco para complicações graves e morte por COVID-19. O excesso de álcool baixa a glutationa, especialmente nos pulmões.

 

Homens X mulheres

 

Redução de glutationa pode ser um fator desencadeante que desloca o equilíbrio fisiológico (homeostase) para o estresse oxidativo, aumentando assim a inflamação pulmonar, falência múltipla de órgãos e morte. Homens são mais propensos a sofrer efeitos severos da infecção pela COVID-19, com maior taxa de mortalidade que o sexo feminino. Curiosamente, homens têm níveis mais baixos de glutationa do que as mulheres, tornando-os suscetíveis ao estresse oxidativo e inflamação.

 

Alimentação e vitamina D

 

Fatores alimentares contribuem para a deficiência, em particular, um consumo insuficiente de vegetais e frutas, fontes naturais de glutationa. Além disso, estudos mostram que glutationa é essencial para o controle da biossíntese endógena de vitamina D, e a deficiência desta vitamina está diretamente relacionada aos casos graves e mortes por COVID-19.

 

Como aumentar os níveis de glutationa

 

A glutationa é sintetizada pelo corpo a partir do que se come, como alimentos ricos em enxofre, selênio, vitamina C e a própria glutationa. Daí a imensa importância de uma boa alimentação nos processos fisiológicos e biológicos responsáveis pelo equilíbrio do organismo – isto se chama saúde.

 

Enxofre

 

Enxofre é um mineral presente em produtos vegetais e animais. Necessário para a estrutura e a atividade de proteínas e enzimas no corpo, o enxofre é um elemento básico para a síntese de glutationa, e compõe os aminoácidos metionina e cisteína. Fontes: carne bovina, peixe, aves, brócolis, couve de Bruxelas, couve-flor, couve, agrião, alho, cebola.

 

Glutationa

 

Abacate, aspargos, espinafre, quiabo, pepino, feijão verde, papaia são ricos em glutationa, no entanto, as condições de cozimento e armazenamento podem diminuir a concentração do antioxidante - consuma frescos, crus ou pouco cozidos.

 


Vitamina C

 

Vitamina C ajuda a preservar os níveis de glutationa, trabalhando como um antioxidante de primeira linha e também reprocessando a glutationa oxidada (usada) de volta à sua forma ativa. Fontes: frutas e vegetais, como berries, cítricos, goiaba, kiwi, pimentão.

 

Selênio e outros nutrientes 

 

Selênio é um mineral essencial que atua como um cofator na produção e atividade da glutationa. Fontes: castanha do Pará, frutos do mar, carnes, laticínios, ovos. Outros nutrientes que influenciam no aumento de glutationa: chá verde, cúrcuma, silimarina, ginkgo biloba, alecrim. Vitamina E e ômega-3 também fazem parte do pacote. Whey protein é excelente fonte de cisteína, e também de glicina e ácido glutâmico, e muitos estudos comprovam que whey pode aumentar os níveis de glutationa e a imunidade. Para fechar: dormir bem e fazer atividade física elevam a glutationa.

 

 

Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki. 

 

Título de Especialista em Nutrologia –  Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Membro Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Pós-graduação em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE – Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia;

 

Pós-graduação em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

 

Referências Bibliográficas:

 

*Antioxidants 2020. Role of Glutathione in Protecting against the Severe Inflammatory Response Triggered by COVID-19.

 

*Respiratory Medicine Case Reports 2020. Efficacy of glutathione therapy in relieving dyspnea associated with COVID-19 pneumonia.

 

*ACS Infectious Diseases 2020. Endogenous Deficiency of Glutathione as the Most Likely Cause of Serious Manifestations & Death in COVID-19 Patients.

 

*Antioxidants & Redox Signaling 2018. Glutathione Stimulates Vitamin D Regulatory & Increases 25-Hydroxy-Vitamin D Levels in Blood.

 

*Nutrients 2019. A Review of Dietary (Phyto)Nutrients for Glutathione Support.

 

*Journal of Medicinal Food 2018. Whey Protein supplementation improves nutritional status, glutathione levels, & immune function in cancer patients: a randomized, double-blind controlled trial.