quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Câncer de Intestino


De acordo com o Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), nos países desenvolvidos, como os EUA, nos últimos anos observa-se estabilidade ou diminuição da incidência de cânceres intestinais, o que pode ser considerado uma consequência da eficácia na detecção e remoção de lesões pré-cancerosas. Em contrapartida, nos países em desenvolvimento, como os da América Central e do Sul e Leste Europeu, é possível identificar um padrão de crescimento desses índices.

O câncer do intestino é uma doença tratável e frequentemente curável. O seu tratamento primário é a cirurgia, que consiste na retirada do tumor juntamente com parte do intestino e os linfonodos adjacentes, sendo que o local e a extensão da ressecção intestinal influenciarão no tamanho do intestino remanescente, estando diretamente relacionados à funcionalidade do órgão em questão.

Na região Norte do Brasil, no ano de 2016, segundo as estimativas do INCA, os cânceres de cólon e reto ocuparam o 3° lugar em incidência em homens e 4° lugar em mulheres, correspondendo à estimativa de 440 e 480 novos casos para cada 100 mil habitantes da região, respectivamente.

A ressecção ileal, acarreta consequência nutricionais mais importantes do que a resseção jejunal, pois aquele segmento desempenha funções únicas de reabsorção intestinal dos sais biliares, gordura e da vitamina B12. Resseções colônicas também resultam em grande impacto nutricional, tendo em vista a importância do cólon em sua atuação no esvaziamento gástrico, na absorção de volume maior de fluidos e dos ácidos graxos de cadeia curta, na capacidade de fermentar os carboidratos mal digeridos, obtendo mais energia adicional para o organismo e a preservação do nitrogênio.

A maior parte dos pacientes com câncer intestinal tem a indicação de realização de estomas intestinais, procedimento cirúrgico que consiste na exteriorização do íleo (ileostomia) ou do cólon (colostomia) para o meio extracorpóreo através da parede abdominal, podendo ser uma condição temporária ou definitiva.

O pacientes submetido a uma operação cirúrgica intestinal, que retorna para casa após alta hospitalar, precisa tomar alguns cuidados com relação a sua alimentação. Dentre outros fatores, o fracionamento das refeições, a consistência e composição da dieta implicam na manutenção ou melhora do estado nutricional do paciente, considerando que suas funções intestinais normais estão comprometidas, o que resulta na necessidade de condutas dietoterápicas que auxiliem na regulação da homeostase orgânica prejudicada, equilíbrio hidroeletrolítico e adequada absorção de macro e micronutrientes. 



As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência Bibliográfica:
Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Estimativa 2016: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2015.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Falando sobre câncer do intestino. Rio de Janeiro: INCA; 2003.

Consenso Nacional de Nutrição Oncológica. Instituto Nacional de Câncer – INCA, 2009.
Nacimento, GFB.; Campos, JSP. Manual de Orientação Nutricional para pacientes ostomizados. BRASPEN J 2018; v.33, n.3, p: 248-270.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Chá Verde e Musculação


O estudo The effects of green tea consumption and resistance training on body composition and resting metabolic rate in overweight or obese women trata sobre o emagrecimento e o aumento no gasto calórico quando consumido o chá verde em pó solúvel, e a contribuição do exercício físico, no caso a musculação, para que estes fatores tenham uma significância ainda maior.

O grupo que participou deste estudo foram mulheres de 20 a 40 anos com sobrepeso ou obesidade grau I (IMC de 25 – 35 kg/m2).

As voluntárias realizaram inicialmente (durante um mês) uma dieta de 1.200 kcal para que entrassem em efeito platô (limite onde não há mais perda de peso). Esta seria a garantia de que se houvesse emagrecimento, este realmente seria devido ao consumo de chá verde.
 Houve a divisão em 4 grupos, sendo estes: grupo 1 – chá verde; grupo 2 – placebo; grupo 3 – chá verde mais exercícios resistidos; grupo 4 – placebo mais exercícios resistidos. Cada grupo realizou diversos testes como exames de sangue, taxa metabólica de repouso (TMR) (referente ao gasto calórico diário) bioimpedância elétrica (mensuração da massa magra, massa de gordura e percentual de gordura), circunferência da cintura, peso e altura (para determinação do IMC) pré e pós o consumo dos produtos.

 No período de estudo foi evidenciado que o uso de placebo não influenciou em qualquer das variáveis estudadas (grupo 2).

O uso do chá verde auxiliou na perda de peso corporal (-5,7 kg), diminuição da circunferência da cintura (-5,8 cm), perda de gordura corporal e manutenção da massa magra (grupo 1).

O exercício físico (grupo 4) contribuiu para o aumento da massa muscular, aumento significante da TMR, diminuição da circunferência da cintura, diminuição nos níveis de triglicerídeos e diminuição da gordura corporal, mas, esta última variável, em nível inferior ao que o consumo isolado de chá verde proporcionou.

O consumo de chá verde aliado ao exercício físico de resistência (grupo 3) apresentou ser a melhor opção para a mudança significativa na composição corporal: maior diminuição da circunferência da cintura (-9,2 cm), com maior diminuição de gordura corporal (-9,7 kg), maior aumento de massa magra (+6,6 kg), maior diminuição do percentual de gordura (-10,3%) e maior diminuição nos níveis de triglicerídeos sanguíneo (- 37.6mg/dL).

Com um tempo prolongado, pode ocorrer uma perda de massa corporal devido ao efeito termogênico do chá verde e o aumento da TMR proporcionado pelo ganho de massa magra através da musculação.

Portanto, o consumo de chá verde é uma alternativa saudável de emagrecimento, já que este alimento funcional auxilia para que a gordura corporal seja utilizada como fonte de energia predominante durante a prática de exercícios físicos.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referência Bibliográfica:

Cardoso, GA.; Salgado, JM.; Cesar, MC.; Donado-Pestana, CM. The effects of green tea consumption and resistance training on body composition and resting metabolic rate in overweight or obese women. Journal of Medicinal Food, 2012. 

Cardoso, GA. Emagreça tomando chá verde e fazendo musculação. Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.alimentosfuncionais.blogspot.com.br Acessado em: 27/01/2019.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Alimentos x Acne


A influência da alimentação no desenvolvimento ou no agravamento dos quadros de acne sempre foi um assunto controverso. Estudos recentes demonstraram evidências de que a dieta pode sim influenciar, direta ou indiretamente, no surgimento da acne.

O desenvolvimento da acne depende de vários fatores, sendo um deles o ambiental, como alimentação. Alimentos que contribuem para o aumento da produção de sebo podem aumentar a chance de desenvolver acne ou até piorar o quadro do problema já existente.

Alimentos como o leite e derivados, poderiam estimular a produção de sebo diretamente e, consequentemente, estimular a formação da acne.  Os pesquisadores relacionam o consumo de leite e derivados com o aumento nos níveis do fator de crescimento insulina-símile 1 (IGF-1) no sangue. O IGF-1 parece estimular a produção de sebo pelas glândulas sebáceas. Outras pesquisas mostram que o consumo de leite fermentado enriquecido com lactoferrina reduz a inflamação e melhora o quadro de acne.

Apesar do leite e derivados aumentaram a acne, são alimentos importantes, principais fontes de cálcio da dieta. Portanto, a dica é alternar o consumo de leite de origem animal com o de origem vegetal, por exemplo, além de escolher as versões sem gordura dos laticínios e o leite desnatado.

O chocolate é outro vilão da acne, principalmente quando possui uma grande quantidade de gordura. A recomendação é reduzir o consumo e sempre escolher aqueles com maior teor de cacau (mais de 60%).

Os estudos mostram que quanto mais rica em gorduras ruins e açúcar a dieta, maior a tendência a desenvolver a acne. As pesquisas mostram que nos países orientais a incidência de acne é menor quando comparada aos países ocidentais e a dieta é um dos principais fatores que elevam o risco de desenvolver o problema.

Dicas para manter sua pele lisinha e longe da acne:

1- Capriche no consumo de alimentos fontes de ômega-3.  Esse nutriente é capaz de modular a resposta inflamatória. Os peixes são as melhores fontes.

2- As vitaminas B6 e A são importantes para reduzir as lesões. As vitaminas do complexo B ajudam a reduzir o sebo e a A é fundamental para manter a pele íntegra. Que tal comer mais cenoura, umas castanhas (com moderação) e caprichar nos cereais integrais, eles são excelentes fontes dessas vitaminas.

3- O zinco é um mineral importante para a saúde da pele. Carnes magras e peixes irão ajudar nessa tarefa.

4- Passe longe dos fast foods e adote as frutas, verduras e carboidratos integrais na sua alimentação.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referência Bibliográfica:

Alimentação pode provocar acne ou piorá-la. Meu Prato Saudável. Disponível em: www.meupratosaudavel.com.br Acessado em: 23/01/2019.