terça-feira, 31 de agosto de 2021

Intolerância à Lactose Durante a Quimioterapia

 


A intolerância a lactose ocorre quando o paciente possui deficiência da enzima lactase ou não a produz em quantidades satisfatórias para ingerir o açúcar do leite, que é a lactose. Esse tipo de intolerância pode ser congênita (deficiência ao nascer que pode ou não ser persistente), ou adquirida (induzida por doenças). No tratamento do câncer, a diarreia persistente pode ser indicativo dessa intolerância. Quimioterápicos, em especial o 5-Fluorouracil (5-FU), podem causar, como efeito adversos, inflamações, ulcerações e e atrofia da mucosa do trato gastrointestinal. Esse desconforto, em diversos casos, pode ser reversível após o término do tratamento. O paciente durante a terapia anticâncer deve retirar totalmente a lactose?? 
 
Depende. É necessário uma avaliação detalhada e individualizada, além do diagnóstico que confirme a intolerância (teste oral de lactose, exames de sangue e testes respiratórios). Mesmo que o resultado seja positivo, alguns pacientes conseguem tolerar pequenas quantidades de laticínios como queijos e iogurtes. 
 
Porém, se diarreia persistente e/ou desconforto ao consumir alimentos que contenham lactose, sua restrição deve ser considerada. Converse com seu oncologista sobre sobre qualquer intercorrência ao longo do tratamento e com seu nutricionista oncológico sobre qual a conduta nutricional mais indicada para o seu caso.
 
 

Texto elaborado por: Dra. Aline Ruffino Gonçalves. 

 

Nutricionista Clínica. Mestre em Ciências da Saúde com Ênfase em Oncologia e Gastroenterologia. 
 
Atendimentos Clínicos Para Pacientes Oncológicos;


Mestre pela Universidade Federal de São Paulo

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.
 
Referências Bibliográficas:
 
Bossi P et al. Diarrhoea in Adult Cancer Patients: ESMO Clinical Pratice Guidelines. Ann Oncol. 2018.
 
Szilagy A et al. Lactose Intolerance, Dairy Avoidance and Treatment Options. Nutrients. 2018.

domingo, 29 de agosto de 2021

Dieta dos Gladiadores

 


Documentário mostra que os guerreiros da Roma Antiga se alimentavam especialmente de folhas. Entenda a relação entre veganismo e o condicionamento físico

Você já ouviu falar na dieta dos gladiadores? Baseada na alimentação dos guerreiros que lutavam entre si ou contra feras no Coliseu na Roma Antiga, essa dieta ganhou fama nos dias atuais após um documentário que mostrou um fato curioso: o consumo de carnes era quase inexistente entre esses homens.

Isso porque, diferentemente do que é mostrado em alguns filmes e séries, os gladiadores eram escravos, que treinavam dia e noite. Eles consumiam apenas uma mistura de folhas carbonizadas, rica em minerais, segundo um estudo feito na Universidade de Medicina de Viena, na Áustria.

Com todas essas informações, muita gente que assistiu ao documentário tem se questionado: então a dieta vegana é melhor para a performance?

Contudo, é preciso ter cautela ao fazer essas afirmações, até porque a pesquisa austríaca também revelou os riscos que uma alimentação restrita como essa poderia causar na época dos gladiadores.

4 mitos e verdades sobre a dieta dos gladiadores (alimentação vegana x performance)

 

A dieta vegana pode atrapalhar a capacidade física de quem se exercita

Mito. Uma pesquisa publicada no Journal of the International Society of Sports Nutrition apontou que a dieta vegana, comparada à onívora e à ovolacto vegetariana, não tem vantagens nem desvantagens em relação à capacidade de exercício. Com isso, os cientistas afirmam que uma dieta vegana pode ser sim uma alternativa adequada para corredores recreativos.

Não consumir alimentos de origem animal protege o corpo de doenças metabólicas

Parcialmente verdade. Há estudos que comprovam que a dieta vegana é capaz de diminuir o risco de doenças ligadas à saúde do coração, mas o fato de não comer alimentos de origem animal não necessariamente deixa a dieta mais saudável. As pessoas que aderem dietas vegetarianas e veganas também precisam tomar cuidado com as escolhas alimentares para atingir as recomendações de uma alimentação saudável. Por isso, consulte um nutricionista para receber as orientações adequadas para o seu plano alimentar.


A proteína é uma preocupação na dieta de veganos e vegetarianos

Parcialmente verdade. A falta de proteína pode ser uma preocupação se a alimentação não estiver equilibrada, e isso requer ajuda de um profissional para as adequações e objetivos. Mas por outro lado, segundo o Guia Alimentar de Dietas Vegetarianas para Adultos, da Sociedade Brasileira Vegetariana, de forma geral, a proteína não pode ser considerada um fator de preocupação nas dietas vegetarianas  porque a ingestão de alguns aminoácidos, como a lisina, pode ser garantida pelo consumo diário de quatro colheres de sopa de feijão cozido em grãos ou quantidade equivalente dos demais alimentos do grupo dos feijões.

Cálcio e ômega 3 só podem ser obtidos em alimentos de origem animal

Mito. Importantes para a saúde dos ossos, esses nutrientes podem, de acordo com a SBV, ser encontrados na dieta vegetariana estrita. Algumas fontes de cálcio como bebidas vegetais fortificadas são opções para substituir o leite de vaca. Já o consumo de ômega 3 pode ser aumentado por meio de sementes e de oleaginosas, como nozes e linhaça, por exemplo.


As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Dieta dos Gladiadores: a alimentação vegana é o melhor para a performance? Nutritotal. Disponível em: www.nutritotal.com.br Acessado em: 29/08/2021.

Lösch S. et al. Stable Isotope and Trace Element Studies on Gladiators and Contemporary Romans from Ephesus (Turkey, 2nd and 3rd Ct. AD) – Implications for Differences in Diet. Universidade de Medicina de Viena, 2014.

Nebl J. et al. Exercise capacity of vegan, lacto-ovo-vegetarian and omnivorous recreational runners. Journal of the International Society of Sports Nutrition, 2019.

Vanacore D. et al. Effect of restriction vegan diet’s on muscle mass, oxidative status, and myocytes differentiation: A pilot study. no Journal of Cellular Physiology, 2018.

Guia Alimentar de Dietas Vegetarianas Para Adultos. Sociedade Brasileira Vegetariana, 2012.

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Açúcares Adicionados

 


A preferência pelo sabor doce começa cedo e permanece durante a infância e a adolescência, e tende a diminuir nos adultos, o que nem sempre acontece. Crianças têm alto risco de consumo excessivo de açúcar. Nova pesquisa mostra que crianças e adolescentes estão comendo mais alimentos ultraprocessados do que há 20 anos, sendo que esses alimentos agora constituem cerca de dois terços de suas dietas.

 

Açúcar natural e adicionado

Açúcares na dieta podem ser naturais ou adicionados. Açúcares de ocorrência natural estão em alimentos não processados, como frutas, vegetais, leite, mel. Açúcares adicionados são colocados em alimentos durante a preparação ou processamento. As principais fontes são açúcar de mesa, refrigerantes, sucos prontos, doces, bolos, pães, biscoitos, batatas chip, produtos lácteos (sorvete, iogurte adoçado, leite achocolatado), e muitos outros, mesmo quando o sabor é salgado.

 

Calorias vazias e frutose

As calorias vazias e a frutose no açúcar adicionado (açúcar comum, composto por glicose e frutose, e xarope de milho com alto teor de frutose) dificultam o desenvolvimento infantil e produzem modificações precoces na saúde metabólica. O exagero de açúcar está associado ao aumento do risco de cáries, obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, síndrome metabólica, gordura no fígado, distúrbios respiratórios do sono pelo aumento do peso e da adiposidade corporal, diminuição da sensibilidade à insulina, hiperglicemia, e outros fatores de risco, como inflamação subclínica e redução da capacidade imunológica.

 

Déficit de atenção e hiperatividade

Os casos de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) durante a infância têm aumentado, e os pesquisadores apontam para a ligação entre excesso de açúcar e TDAH. A American Heart Association, a Academia Americana de Pediatria e a Organização Mundial da Saúde recomendam limitar a ingestão de açúcar adicionado a menos de 10% do consumo total de energia para adultos e crianças, ou seja, 50 gramas de açúcar em uma dieta de 2000 calorias, equivalente a 5 colheres de sopa. Uma única lata de refrigerante de 350 ml pode conter até 40 g de açúcar, o que quase estoura a meta.

 

Quase 70% das calorias vêm de alimentos ultraprocessados

Uma pesquisa recém-publicada revela que crianças e jovens estão comendo mais comida ultraprocessada do que há duas décadas, e esses alimentos perfazem dois terços de suas dietas. Esta análise dos hábitos alimentares de crianças americanas de 2 a 19 anos mostrou que 67% do que comem não é comida de verdade, comida caseira, mas sim produtos ultraprocessados, embalados, aromatizados, açucarados, salgados, plenos de carboidratos simples e óleos vegetais pró-inflamatórios.

 


Números que assustam

Em 20 anos houve considerável aumento na ingestão de alimentos ultraprocessados, como os prontos para comer e congelados, que saltou de 2,2% para 11,2% do consumo total de calorias. Outro salto foi em lanches e sobremesas embalados. As calorias de comida mais saudável, minimamente processada, caíram de 28,8% para 23,5% da dieta total, ou seja, menos de um quarto. A boa notícia é que o consumo de bebidas adoçadas caiu pela metade, de 10,8% para 5,3% das calorias totais.

 

Alimentos ultraprocessados

Alimentos ultraprocessados contêm uma porcentagem substancialmente maior de calorias de carboidratos e açúcares adicionados, e níveis mais altos de sódio, além de menos fibras e menor teor de proteínas. Produtos ultraprocessados são pesadamente alterados, com inúmeros ingredientes incorporados, como óleos vegetais, amidos, açúcares, corantes, conservantes, realçadores de sabor e estabilizadores. Os componentes adicionados podem fazer com que estes alimentos tenham um sabor irresistível ou ampliam sua vida útil em comparação com alimentos minimamente processados. Um alto consumo de ultraprocessados está ligado à obesidade, doenças metabólicas e mortalidade. Prefira sempre alimentos frescos e integrais. Evite todos os alimentos ultraprocessados. Frutas são excelentes opções para satisfazer o paladar doce, deixe as guloseimas para os dias de festa.

 

Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki. 

 

Título de Especialista em Nutrologia –  Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Membro Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Pós-graduação em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE – Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia;

 

Pós-graduação em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

Referências Bibliográficas:

*JAMA 2021. Trends in Consumption of Ultraprocessed Foods Among US Youths Aged 2-19 Years, 1999-2018.

*European Journal of Paediatric Dentistry 2019. Sweet danger of added sugars.

*British Journal of Nutrition 2021. Consumption of ultra-processed foods & health status: a systematic review & meta-analysis.

*Nutrients 2020. Ultra-Processed Foods & Health Outcomes: A Narrative Review.

 

 

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Farinhas da Dieta Cetogênica


 

Além de excluir doces, na alimentação com baixo carboidratos, a farinha de trigo e suas alternativas também ficam fora do cardápio. Mas o fato de ter optado por uma alimentação keto ou low carb, não significa que vai desistir de todos os seus alimentos favoritos feitos com farinha. Felizmente, existem diversas opções que tornam possível fazer doces, pães e massas nas versões zero carb.

No entanto, estas farinhas, tem sua composição química completamente diferente da tradicional. Por isso nem sempre é possível substituir uma cetônica por outra de trigo comum na mesma proporção. Por exemplo, a farinha de coco, tem 10 vezes mais fibras que a de trigo refinada, o que significa que basta uma pequena quantidade para obter a mesma consistência em um bolo.

Por isso, trocar uma xícara de farinha de trigo tradicional por uma xícara de farinha Keto pode não ser a melhor alternativa. Confira algumas sugestões: 


Farinha de coco - É a segunda farinha mais comum usada em preparações lowcarb.

Tem sabor ligeiramente adocicado e uma grande quantidade de fibras. Raramente é usada sozinha em receitas porque requer uma grande quantidade de ovos para equilibrar a alta quantidade de fibras. Por isso é comum misturar farinha de coco com farinha de amêndoa ou com psyllium para diminuir o número de ovos e melhorar a textura e o sabor. A proporção é 1 medida de farinha de trigo para 2 medidas da farinha de coco. Ideal para: sobremesas e para espessar. Mas lembre-se que você vai sentir aquele toque de coco.

Farinha de amêndoa - A farinha de amêndoas é provavelmente a alternativa mais popular à farinha de trigo comum. É pobre em carboidratos, repleta de nutrientes e tem um sabor ligeiramente doce. Também ajuda reduzir o colesterol LDL "ruim" e diminuir a resistência à insulina. Você pode usar a farinha de amêndoas como um substituto 1 para 1 da farinha de trigo na panificação. Ideal para: panificação, empanar

Farinha de chia - É rica em fibra solúvel. Elas podem absorver de 10-12 vezes seu peso em água, tornando-se gelatinosas. Teoricamente, isso aumenta a saciedade contribuindo para a perda de peso. A fibra também alimenta as bactérias benéficas do intestino, muito importante para a saúde. O melhor é misturá-la com outras farinhas em preparações como pães, muffins, bolos e massas. Para usar, basta substituir até 30% de sua farinha regular. Ideal para: panificação

Farinha de linhaça - Curiosamente, os benefícios a saúde são atribuídos principalmente aos ácidos graxos ômega-3 potencialmente anti-inflamatórios e suas fibras. Assim como a farinha de chia e a de coco, ela também absorve uma grande quantidade de líquido, por isso geralmente é misturada com outras farinhas. No entanto, o farelo de linhaça pode ser usado sozinho ou junto com sementes de chia. Ideal para: biscoitos.



Psyllium - Excelente fonte de fibra solúvel. Eles absorvem muita água e incham, acrescentando estrutura aos alimentos. Adicionar um pouco de psyllium às receitas Keto feitas com farinha de amêndoa fornece uma textura mais parecida com a de um pão tradicional, mas, novamente. O ideal misturar com farinha de coco ou de amêndoas em partes iguais ou outras farinhas. Ideal para: panificação

Aveia - A aveia é conhecida por ser um alimento saudável para o coração devido ao seu alto teor de betaglucanas. Além disso, ela contém mais de 20 polifenóis únicos, que têm demonstrado forte atividade antioxidante, anti-inflamatória e antiproliferativa, que pode fornecer proteção adicional contra doenças coronárias, câncer de cólon e irritação da pele. Como acontece com outras farinhas, as receitas não levam fibra de aveia isolada, mas em combinação com outras farinhas com baixo teor de carboidratos. Ideal para: panificação

Como armazenar farinhas com baixo teor de carboidratos:


● Devem ser armazenadas em recipientes herméticos e refrigerados.
● Evite armazenar farinhas Keto em suas embalagens originais.

 

 As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

Referência Bibliográfica:

 

Stavro, A. 6 farinhas amigas da dieta cetogênica Nutrição em Pauta. Disponível em: www.nutricaoempauta.com.br Acessado em: 25/08/2021.

domingo, 22 de agosto de 2021

Insuficiência Renal Crônica

 


Trata-se da diminuição da função renal devido a lesão nos rins. Os rins são importantes, pois filtram todos os fluidos corporais eliminando as toxinas e as substâncias desnecessárias para o corpo, mantendo o equilíbrio hídrico e de sais minerais e vitaminas.

Causas da IRC (insuficiência renal crônica)

  • Hipertensão;
  • Diabetes descompensado;
  • Doenças cardiovasculares;
  • Genética;
  • Idade;
  • Cálculos renais;
  • Nefrite;
  • Entre outras causas.

A insuficiência renal crônica, não tem cura, porém pode ser controlada através da alimentação.

Dicas Nutricionais

  • Diminua o consumo de sal, pois os rins não estão mais capacitados para excreção de muito sódio podendo ficar sobrecarregado.
  • Evite o consumo de embutidos, produtos processados e condimentos prontos que contenham glutamato monossódico, estes produtos são ricos em sódio. Além disso, os embutidos e muitos produtos processados possuem conservantes a base de sódio, como o nitrito e nitrato de sódio.
  • Consuma mais ervas e hortaliças frescas para dar sabor aos seus pratos (salsinha, coentro, hortelã, alecrim, manjericão) são ótimas opções para não sentir a diminuição do sal nas preparações.
  • Consuma alimentos fontes de fósforo e cálcio com moderação (leite, ovos), pois estes minerais podem ficar acumulados no organismo.
  • Pacientes com insuficiência renal precisam sim consumir proteína, porém em quantidades menores (carnes, ovos, peixes, frango) dê preferência aos alimentos com menos gordura.
  • Alimentos ricos em potássio devem ser consumidos, mas com moderação (banana, nozes, gérmen de trigo, feijões, uva passa).
  • Em casos de diabetes e obesidade associados a doença renal crônica, deve-se reduzir o consumo de açúcares simples (farinhas branca e açúcar) dando preferência aos alimentos integrais que aumentam a saciedade e não causam hiperglicemia.


    Texto elaborado por: Patrícia Bertolucci

    Nutricionista pela Universidade Federal de Goiás – UFG.

    Assessoria a Clubes e Empresas ligadas ao esporte ou com interesse em qualidade de vida.

    Responsável pela empresa Patrícia Bertolucci Consultoria em Nutrição.

     As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Como Aumentar a Imunidade de Idosos

 


O processo de envelhecimento acarreta muitas alterações (fisiológicas, sociais e psicológicas) que são afetadas diretamente pela ingestão alimentar e estado nutricional dos idosos. Contudo, a maior mudança acontece na imunidade celular.

O sistema imune é composto por células e órgãos e tecidos responsáveis pela proteção contra as doenças infecciosas; sendo essa, a principal defesa do organismo. Durante toda a vida do ser humano, seu sistema imunológico sofre continuamente mudanças morfológicas e funcionais, atingindo o pico de ação na puberdade e um declínio gradual no envelhecimento.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera idoso o indivíduo com idade superior a 60 anos. O avanço na medicina preventiva propiciou uma melhora na qualidade de vida e, consequentemente, uma maior expectativa de longevidade desta população não somente nos países desenvolvidos, como também nos países emergentes.

No entanto, a maior frequência de doenças infecciosas, crônicas, neoplásicas, processos inflamatórios exacerbados e alterações de autoimunidade nesta população é fortemente influenciada pelas alterações no sistema imunológico, aumentando consideravelmente os índices de mortalidade.

O consumo de alimentos que tenham poder antioxidante é de grande importância para o fortalecimento do sistema imune, principalmente dos idosos, pois são agentes responsáveis pela inibição e redução das lesões causadas pelos radicais livres nas células de defesa. Alguns nutrientes, responsáveis pelo aumento da imunidade, são facilmente ingeridos por meio de uma alimentação completa e equilibrada, são eles:

  • Vitamina C: presente principalmente nas frutas cítricas, é um potente antioxidante que diminui o dano celular e mantém a imunidade em alta;
  • Vitamina E: ajuda a proteger células contra substâncias tóxicas e favorece a função imunológica. As castanhas, amendoim, sementes de girassol e vegetais verdes escuros são ricos neste nutriente;
  • Zinco: é um mineral que está altamente relacionado ao fortalecimento do sistema imune. Ele é encontrado principalmente em carnes, laticínios, frutos do mar e cereais;
  • Ferro: atua na manutenção da imunidade. As principais fontes são as carnes vermelhas, feijão, lentilha e vegetais verde-escuros;
  • Ômega 3: é uma gordura boa com ação anti-inflamatória. Salmão, sardinha, pescada, corvina, atum, linhaça e castanhas são as principais fontes deste nutriente;
  • Flavonoides: são encontrados em frutas como uva, morango, maçã, romã, vegetais como brócolis, espinafre, couve e cebola e cereais como nozes, soja, linhaça. Têm função anti-inflamatória e podem ajudar na prevenção de doenças;
  • Fósforo: ajuda a compor e fortalecer as células de defesa. Leite e derivados, gema de ovo, carnes, peixes, aves, cereais integrais e feijões contêm grandes quantidades deste mineral;
  • Carotenoides: estão presentes em alimentos com pigmentação amarelada, laranja ou vermelha, como abóbora, pimentão, cenoura, pêssego e tomate. Além de ajudar na melhora da imunidade, auxilia no fortalecimento de unhas e cabelos;
  • Probióticos: são micro-organismos vivos, encontrados em iogurtes naturais, coalhadas e kefir (bebida fermentada por uma colônia de bactérias benéficas) eles auxiliam no equilíbrio da flora intestinal e no aumento da imunidade.
  • Vitamina D: é formada principalmente por meio da exposição solar, também é importante para o sistema imune, já que como os linfócitos, têm receptores para esta vitamina.

 

Além da atenção com a alimentação, manter hábitos saudáveis, como a boa qualidade do sono, a hidratação e a prática regular de atividade física, é imprescindível para manter o sistema imunológico em alta. Os devidos cuidados podem prevenir, ou pelo menos diminuir o aparecimento de doenças relacionadas com a idade, aumentando a expectativa e a qualidade de vida na população idosa.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Costa, JB. Como aumentar a imunidade de idosos. Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Disponível em: www.codeagro.agricultura.sp.gov.br Acessado em 19/08/2021.