terça-feira, 30 de agosto de 2022

Dia do Nutricionista: Cuidar da Nutrição é Zelar Pela Vida

 


No dia 31 de agosto comemoramos no Brasil o Dia do Nutricionista, data escolhida em homenagem à criação da Associação Brasileira dos Nutricionistas, que ocorreu em 1949. Deste então, celebramos com orgulho as contribuições desses profissionais tão indispensáveis para a saúde da população.

Embora ainda sejamos muito associados especificamente às dietas de emagrecimento, que conduzimos com responsabilidade e seriedade, nutricionistas têm uma atuação muito mais abrangente, que envolve programas de alimentação e de reeducação alimentar, tanto de forma individualizada, quanto atendendo a necessidades coletivas de grupos de pessoas, em hospitais, escolas, empresas e outras instituições.

Em tempos de vasta disponibilidade de alimentação industrializada, nos dedicamos também a orientar a população sobre como fazer boas escolhas, criar bons hábitos alimentares e consumir alimentos mais saudáveis e com alto valor nutricional.

Entre nossas principais atuações estão a saúde coletiva, o combate à obesidade, a consultoria individual com orientação sobre alimentação adequada para idosos, gestantes, portadores de diabetes ou hipertensão, atletas, entre outros, atendendo as necessidades nutricionais de cada pessoa, acompanhando seus históricos de saúde e contribuindo para uma vida mais saudável.

Diferente do que muita gente imagina, o objetivo do nutricionista nunca é restringir, mas ampliar os horizontes no que diz respeito à alimentação. O foco, acima de tudo, é a conquista e manutenção da melhor qualidade de vida possível, com base em bons hábitos e em uma alimentação inteligente e equilibrada.

Nessa data especial, parabenizo meus colegas Nutricionistas e agradeço aos meus pacientes, pela confiança em meu trabalho ao longo desta trajetória que temos construído juntos, na direção de uma vida mais saudável e saborosa! ❤️

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As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Nutrição e Esquizofrenia

 


Várias doenças neuropsiquiátricas cursam com neuroinflamação. Este é o caso da esquizofrenia. A inflamação do sistema nervoso compromete a produção de neurotransmissores, altera humor, comportamento e pode gerar alucinações. Além disso, muitos pacientes passam demonstrar preferência por alimentos açúcarados, cheios de gordura, ultraprocessados ou do tipo junk food.

Assim, além do tratamento medicamentoso e psicoterápico, faz parte do acompanhamento o tratamento nutricional. Sem uma dieta saudável, a neuroinflamação não resolve-se e o risco de outras doenças aumenta. Estudos mostram que pessoas com esquizofrenia apresentam taxas de mortalidade 2 a 3 vezes mais altas do que a do resto da população. Tendem a morrer cerca de dez anos mais jovens que a média. Alimentação adequada previne suicídio, ajuda a tratar a depressão e reduz o risco de doenças associadas à esquizofrenia, como obesidade, diabetes, pressão alta, problemas cardíacos e respiratórios.

No protocolo nutricional está a dieta anti-inflamatória, orgânica, sem aditivos prejudiciais, o tratamento da disbiose e a suplementação de compostos antioxidantes e anti-inflamatórios.

MEDICAMENTOS NEUROLÉPTICOS PARA CONTROLE DE ALUCINAÇÕES

Os neurolépticos, uma subdivisão dentro dos antipsicóticos, foram os primeiros remédios desenvolvidos para o tratamento de sintomas positivos da psicoses (alucinações e delírios), principalmente em pacientes com esquizofrenia.Possuem efeitos sedativos e psicomotores. São usados também, em doses baixas, para controle de sintomas neuropsiquiátricos em quadros demenciais.

Funcionam como antagonistas do receptor D2 reduzindo a ação da dopamina. A superatividade das vias neuronais de dopamina no nível do sistema límbico cerebral dão comuns na esquizofrenia. Os efeitos de controle sobre os sintomas da esquizofrenia surgem quando 80% dos receptores D2 estão bloqueados pelo antagonista.

Certos neurolépticos têm a capacidade de atuar em outros receptores (serotoninérgicos, acetilcolinérgico, histamínico e noradrenérgico). É importante lembrar que os neurolépticos são drogas sintomáticas, ou seja, elas não têm a função de curar uma doença psíquica. No entanto, na maioria dos casos, consegue-se eliminar os surtos de alucinações e ilusões, o que oferece ao paciente a possibilidade de distanciamento de sua própria doença, podendo, até mesmo, influenciar na acepção do seu estado doente.

Os neurolépticos atípicos podem melhorar a capacidade de concentração e de fala. Em algumas ocasiões, os neurolépticos, além de agirem antipsicoticamente, também mostram um efeito calmante. Os neurolépticos não interferem na lucidez ou no intelecto, mas podem, por vezes, sedar o paciente fortemente ou gerar outros efeitos colaterais. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental. 

 


Ganho de peso é efeito colateral comum com uso da medicação

Drogas antipsicóticas podem contribuir para aumento do apetite e ganho de peso. Se o paciente é usuário de cannabis, o efeito é ainda maior. O paciente beneficia-se de terapia cognitiva comportamental, atividade física e dieta com baixo teor de carboidratos. 

 

Texto elaborado por: Nutricionista Andreia Torres

Nutricionista especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde.

 

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sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Batata Yacon é Boa Para Quem Tem Diabetes?

 


Batata yacon é boa para quem tem diabetes? Trazida da Cordilheira dos Andes para o restante do mundo, essa raiz tuberosa chegou em meados da década de 90 em território brasileiro. Com fácil adaptação ao clima, ela se popularizou nos últimos anos devido ao seu perfil de nutrientes e potenciais benefícios.

Rica em fibras alimentares e em prebióticos, a batata yacon tem sido apontada como uma aliada para a saúde intestinal, para prevenir doenças alérgicas e infecciosas e, principalmente, para quem tem diabetes. Mas será que ela realmente auxilia nessas questões?

4 mitos e verdades sobre a batata yacon

A batata yacon é boa para quem tem diabetes

Parcialmente verdade.Uma pesquisa apontou que o xarope da yacon pode apresentar um efeito pós-prandial benéfico, ou seja após as refeições. Segundo o estudo, o xarope seria capaz de diminuir as concentrações de glicose e de insulina entre mulheres adultas. Já outro estudo revelou que a raiz pode diminuir as concentrações de hemboglobina glicada no sangue.

No entanto, as mesmas pesquisas mostraram que o consumo do alimento não foi capaz de alterar valores como glicemia de jejum e triglicerídeos, importantes para o controle do diabetes. Portanto, são necessários mais estudos para entender essa relação.

Por ser similar a uma batata, a yacon é bastante calórica

Mito. A batata yacon, além de ser uma raiz e não um tubérculo como uma batata convencional, possui baixo valor calórico devido ao seu elevado conteúdo de água, que pode variar de 83% a 90% do peso no alimento fresco.

Além disso, ela possui carboidratos armazenados sob a forma de fruto-oligossacarídeos (FOS), que são açúcares que não podem ser digeridos pelo organismo humano em função da ausência de enzimas necessárias para o seu metabolismo. Esse tipo de carboidrato, faz parte dos FODMAP'S que são fermentados pelas bactérias do intestino, o que, em algumas pessoas, pode causar sintomas incômodos como gases e dor abdominal.

A raiz pode ser aliada da saúde intestinal

Verdade. A atividade prebiótica das fibras presentes na batata yacon pode ser associada a efeitos favoráveis à saúde, como o alívio da constipação intestinal e a melhora da absorção de minerais no órgão.

É preciso cozinhar a yacon para poder consumi-la

Mito. O alimento pode ser consumido ainda na versão crua, como forma de acompanhamento de pratos e saladas. A única necessidade é a de tirar a casca, devido ao sabor amargo. Ela também pode ser usada em formato de farinha para o preparo de pães, bolos e massas.

 As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

Referência Bibliográfica:

Desmistificando dúvidas sobre alimentação e nutrição. UFMG e Ministério da Saúde, 2016.

Lia S. et al. Yacon syrup reduces postprandial glycemic response to breakfast: A randomized, crossover, double-blind clinical trial. Food Research International, 2019.

Ana Paula B. et al. Efeito da batata yacon (Smallanthus sonchifolia) sobre os parâmetros glicêmicos de idosos institucionalizados. RASBRAN, 2020.

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Rúcula

 


A rúcula é um vegetal crucífero da família do brócolis e repolho. Tem sabor forte e é mais saboroso quando cultivado a baixas temperaturas.

Dentre as folhas utilizadas em saladas é uma das mais nutritivas. Contém boas quantidades de betacaroteno, vitamina C, cálcio, potássio e ferro. Contém poucas calorias e é rica em fibras.

Não compre se houver líquido amarelado no fundo da embalagem e se as folhas estiverem sem brilho, com pontos escuros nas bordas, ou se o produto não estiver refrigerado (caso seja processado). Os melhores meses para compra são março, agosto e dezembro.


 

 

Texto elaborado por: Patrícia Bertolucci

 

Nutricionista pela Universidade Federal de Goiás – UFG.

 

Assessoria a Clubes e Empresas ligadas ao esporte ou com interesse em qualidade de vida.

 

Responsável pela empresa Patrícia Bertolucci Consultoria em Nutrição.

 

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segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Por que Incluir o Salmão na sua Rotina?

 


Devido às propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e ao ômega-3, o peixe traz benefícios para a tireoide, para o sistema nervoso e cardiovascular, além de ser recomendado para as diferentes fases da vida

Veja abaixo 4 receitas fáceis para incluir o pescado na alimentação.

Ele está sempre presente no cardápio dos adeptos à alimentação saudável e não é para menos: o salmão, além de ser um ingrediente versátil e muito saboroso, é uma excelente fonte de nutrientes para o organismo.
O salmão possui altos valores de vitaminas e minerais, que contribuem de diferentes maneiras para o bom funcionamento do corpo. As vitaminas D e as do complexo B, encontradas no salmão, atuam na saúde óssea e ajudam a fortalecer a imunidade.

Por conter uma grande quantidade de selênio, o organismo como um todo ganha mais uma força extra: a ação antioxidante desse mineral também tem a função de estimular o melhor funcionamento da tireoide, uma vez que auxilia na produção dos hormônios dessa glândula.

Rico em gorduras poli-insaturadas, o pescado possui ação anti-inflamatória, fornece energia e é fonte de potássio, mineral importante para o controle da pressão arterial e contração muscular. Outro benefício bastante conhecido do salmão (e de peixes, em geral), é o ômega-3, um tipo de gordura que também age como antioxidante e tem participação direta na saúde neurológica e cardiovascular. Ele pode ajudar na melhora dos níveis de colesterol no sangue, tanto na redução do LDL (formada por proteína e lipídio, a molécula é considerada prejudicial, pois, em níveis elevados, permite o acúmulo de colesterol nas artérias), como na elevação do HDL (moléculas responsáveis por remover o excesso de colesterol dos tecidos corporais), sendo recomendado o consumo com regularidade por pessoas que têm esse tipo de alteração e que precisam de tratamento.
 
Para todas as fases da vida

Quer mais motivos para incluir o peixe na rotina alimentar? Para as crianças, ele pode ser um grande aliado no desenvolvimento cerebral. Já para os idosos, pode auxiliar na diminuição de problemas de memória e no aparecimento de doenças neurológicas, como o Alzheimer.
Durante a gestação, o ômega-3 é excelente para o bom desenvolvimento do bebê e pode ajudar a diminuir as náuseas - quadro muito comum durante esse período.

Como escolher um bom corte?

O salmão pode ser encontrado inteiro, em postas ou filé. Ao comprá-lo fresco, o ideal é que a carne esteja firme, não pegajosa e sem odor excessivo. Na compra da opção congelada, é fundamental observar a cor e as condições de embalagem.
 Por ser fonte de gorduras, ainda que boas, o salmão é um peixe com valor calórico mais alto que outros, como saint peter ou cação. Por isso, devemos nos atentar à porção consumida para não exceder as calorias ingeridas.

Agora que você já sabe todos os benefícios, aposte no pescado para diversificar o seu cardápio! Confira as receitas e não deixe de experimentar.

Salmão na massa folhada


Ingredientes:


2 filés de salmão
300g de massa folhada
1 gema
4 colheres de sopa de requeijão
1 xícara de espinafre picado
2 dentes de alho amassados
Sal e pimenta a gosto
 
Modo de preparo:


Em uma frigideira, despeje um fio de azeite e refogue o espinafre e os alhos amassados. Em um bowl, coloque o espinafre e os alhos refogados e misture junto ao requeijão, o sal e a pimenta. Reserve.
Abra a massa folhada conforme embalagem e acomode um filé de salmão em cada pedaço. Cubra o salmão com o creme do bowl e feche a massa, como se fosse um envelope. Unte e enfarinhe uma forma, acomode as massas e leve para assar por cerca de 25 minutos em forno médio.
 
Salmão com alcaparras simples


Ingredientes:


4 filés de salmão
½ xícara de chá de alcaparras
3 colheres de sopa de manteiga
1 dente de alho amassado
Sal e pimenta a gosto
 
Modo de preparo:


Tempere o salmão com o sal e a pimenta e, em uma frigideira untada com azeite, grelhe até que ambos os lados fiquem dourados.
Aqueça a manteiga em uma panela, refogue o alho, acrescente as alcaparras e refogue bem. Sirva por cima dos filés de salmão grelhados.



Talharim com salmão

Ingredientes:

500g de talharim
4 dentes de alho
2 xícaras de salmão em lascas cozido
3 colheres de sopa de azeite
1/3 xícara de chá de manjericão fresco
Sal e pimenta a gosto
 
Modo de preparo:


Cozinhe o talharim com água e sal, conforme instruções da embalagem. Escoe e reserve.
Em uma panela, aqueça o azeite e refogue o alho. Acrescente o macarrão, o manjericão e o salmão. Acerte o sal e sirva em seguida.
 
Tartar fácil de salmão

Ingredientes:


300g de salmão sem pele e sem gordura
1 colher de sobremesa de suco de limão siciliano
Raspas de ½ casca de limão siciliano
1 colher de sopa de azeite
Sal e pimenta a gosto

Modo de preparo:


Corte o salmão em pequenos cubinhos. Misture os demais ingredientes em uma tigela e acrescente o salmão picado. Coloque em potinhos, para moldar o formato do tartar. Desenforme direto no prato na hora de servir.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

Referência Bibliográfica:

 

Guirau, R. Descubra excelentes motivos para incluir o salmão na rotina. Nutrição em Pauta. Disponível em: www.nutricaoempauta.com.br Acessado em: 22/08/2022.

 

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Como Conservar a Carne e Garantir a sua Qualidade

 


Essa é uma pergunta que muitas pessoas acabam se fazendo, afinal de contas como podemos garantir a qualidade da carne através da conservação? Tenho uma carne que esta congelada, será que ainda posso consumir?

Bem, primeiro precisamos entender o que é a qualidade da carne, o que nós como consumidores esperamos quando pensamos em uma carne com qualidade? De forma simples podemos definir a qualidade da carne, como sendo algo subjetivo, ou seja, algo que irá variar de uma pessoa para outra, pois quando se trata de características sensoriais, cada pessoa terá a sua percepção de qualidade, sendo mais difícil de definir.

Mas, a qualidade da carne pode ser embasada em três pontos principais, que seriam as características sensoriais, nutricionais e de segurança. Quando falamos em características sensoriais, estamos nos referindo ao sabor, aroma, maciez, cor e suculência das carnes, já os aspectos nutricionais estão associados às vitaminas, minerais, ácidos graxos presentes e também pelo fato de ser uma ótima fonte de proteína, sendo necessária para o desenvolvimento do corpo humano e, do ponto de vista da segurança, toda carne deve apresentar-se livre de qualquer tipo de contaminantes, os quais seriam contaminantes físicos, químicos ou microbiológicos. Todos estes aspectos que envolvem a qualidade da carne estão embasados nas necessidades dos consumidores, os quais estão cada vez mais exigentes.

Mas então, agora que sabemos o que de fato é a qualidade da carne, devemos estar cientes de que esta qualidade pode sofrer variações de acordo com vários fatores, que vão compreender desde a fazenda, o processo de abate, formas de armazenamento, entre outros e é justamente por isso que um grande aliado na busca da qualidade da carne são as formas de conservação dela.

A conservação das carnes pode ocorrer de diferentes maneiras, podendo ser por exemplo, através do uso do calor, do frio ou de tecnologias alternativas, como embalagens diferenciadas, mas todas estes métodos são utilizados com o mesmo objetivo, que é aumentar o shelf life das carnes, ou seja, durar por mais tempo preservando suas características de qualidade.

Um ponto muito importante e que faz diferença na garantia da qualidade da carne é a manutenção da cadeia do frio, devido à carne ser um produto altamente perecível é necessário que ela seja mantida sobre refrigeração.

O processo da cadeia do frio terá início logo após o abate dos animais, onde estas carcaças serão mantidas sob refrigeração até ocorrer o processo chamado rigor mortis  (24 h). Após, estas carcaças irão ser conduzidas para a etapa de processamento (cortes, elaboração de produtos), onde o ambiente também deverá ser refrigerado. Após esta etapa, estes produtos serão transportados para indústrias, açougues e mercados. Todo o processo de transporte, bem como a armazenagem no varejo, também deverá manter a cadeia do frio, assim como o consumidor.

Além da refrigeração temos também o processo de congelamento, que consiste em manter as carnes a temperaturas em torno de -18°C, esse método proporciona um aumento na durabilidade das carnes, que quando comparada a carne refrigerada, que dura em torno de 3 a 5 dias, a carne congelada passa a ter durabilidade de 3 à 12 meses , dependendo da espécie e do corte.

Com relação ao congelamento o ideal é realizar um congelamento rápido, e o descongelamento lento (sob refrigeração por 24 horas) onde assim será possível manter as características sensoriais da carne, não comprometendo a perda de nutrientes e nem as características sensoriais.

Além do uso do frio, podemos usar as embalagens como forma de prolongar a durabilidade da carne e mantendo suas características sensoriais, aqui como exemplo tem o uso das embalagens a vácuo, onde ocorre a retirada do oxigênio, o que evita a oxidação da carne e o desenvolvimento de microrganismos. Aqui temos um processo denominado de maturação a úmido, onde além de aumentar a durabilidade, ocorre reação de enzimas que proporcionam o amaciamento e um sabor diferenciado a estas carnes. Outras embalagens são as que utilizam atmosfera modificada, onde no processo de embalagem faz-se o uso de gases específicos, como dióxido de carbono, nitrogênio e oxigênio.

Outras tecnologias utilizadas na conservação das carnes são os processos de defumação e salga.


 

O processo de defumação consiste em manter a peça cárnea ou produto cárneo em contato com a fumaça, onde neste processo ocorre à desidratação (retirada de boa parte da água), o que faz com que a vida útil destes produtos seja maior, além da fumaça proporciona um sabor característico, tornando um diferencial ao produto, por este fato muitos destes produtos não apresentam a necessidade de serem mantidos sobre refrigeração, pois além da defumação geralmente são aliados a uso de conservantes químicos.

Já o processo de salga, também consiste na desidratação, porém através do uso do sal, onde por osmose ocorre um equilíbrio, como exemplo podemos citar o charque e as carnes de sol. O sal utilizado neste processo atua como uma barreira para o desenvolvimento dos microrganismos.

Um ponto importante que não podemos deixar de falar aqui é sobre o manuseio correto destas carnes, então independente do método de conservação utilizado, estas carnes devem ser manipuladas e obtidas dentro do que chamamos das boas práticas de fabricação, dessa forma é possível controlar e monitorar todas as etapas do processo e garantir que o produto final será seguro ao consumidor e que terá a qualidade que ele espera.

Portanto de nada adianta ter a melhor genética, se os demais processos não forem observados e realizados dentro dos padrões de qualidade.

Para garantir esta qualidade da carne, é preciso que todos os elos envolvidos façam a sua parte, desde o consumidor que deve saber que ao chegar em sua casa ele precisa manter aquela carne na temperatura adequada, caso não for fazer o seu preparo de forma imediata.

E assim cada um fazendo a sua parte é possível manter a qualidade da carne e utilizando as técnicas existentes para fazer com que estas carnes tenham uma durabilidade ainda maior, podendo estar disponível ao consumidor por mais tempo e claro facilitando toda a logística do mercado.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.


Referências Bibliográficas:

Kipper, DK. Como garantir a qualidade da carne através da conservação. Dietpro. Disponível em: www.dietpro.com.br Acessado em: 19/08/2022.

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Semente e Óleo de Gergelim

 


O gergelim é um reservatório de nutrientes, com inúmeros benefícios na promoção da saúde humana, independente de sua cor (preto, branco, marrom ou vermelho). Estudos recentes sobre as atividades antioxidantes e anticancerígenas da semente de gergelim aumentaram o interesse em suas aplicações em produtos alimentares funcionais, contribuindo para a proteção hepática e cardíaca, e prevenção de tumores. Do gergelim se obtém o óleo e também o tahine, uma pasta preparada com as sementes, com muitos usos culinários.

 

Compostos bioativos e proteína

Os componentes bioativos presentes na semente incluem minerais essenciais, vitaminas, fitosteróis, ácidos graxos poli-insaturados, tocoferóis (vitamina E) e lignanas (uma classe especial de polifenóis) como sesamina, sesamolina, sesamol e sesaminol. A semente de gergelim é rica em proteína (20 a 28%), ácidos graxos poli-insaturados ômega-6 e ômega-9 (48 a 55%), fibra dietética (6 a 8%), vitamina B1, vitamina E, e também é uma excelente fonte de minerais (5 a 7%): cálcio, magnésio, potássio, manganês, fósforo, ferro, cobre e zinco.

 

Fitosteróis e colesterol

Dentre os fitosteróis do gergelim estão o betasitosterol, campesterol, stigmasterol e ergosterol. Estes bioativos possuem uma estrutura química muito semelhante ao colesterol e, quando presentes em quantidade suficiente na dieta, reduzem o nível de colesterol no sangue, aumentam a resposta imune e diminuem o risco de certos tumores.

 

Lignanas antioxidantes

Além desses nutrientes, as sementes de gergelim contêm duas moléculas únicas, sesamina e sesamolina. Elas pertencem ao grupo das lignanas, compostos associados a fibras benéficas presentes em muitas famílias de plantas, com efeito de redução do colesterol e da pressão arterial, e também preservam a vitamina E no corpo. As lignanas, em conjunto com tocoferóis e fitosteróis, fornecem um eficiente mecanismo de defesa contra radicais livres (oxidação) e aumentam o tempo de qualidade do óleo de gergelim, prevenindo que fique rançoso.

 

Óleo de gergelim

Gergelim é a mais antiga cultura de sementes produtoras de óleo conhecida pela humanidade, embora seja pouco usado e contribua com uma pequena participação na produção global de óleo vegetal. O óleo de gergelim contém os nutrientes da semente, incluindo lignanas, tocoferóis (membros da família da vitamina E), fitosteróis, antioxidantes e múltiplos compostos bioativos.

 


Campeão no teor de cálcio

Ao comparar as propriedades nutricionais do óleo de gergelim com outros óleos vegetais, ele se destaca em diversos quesitos, sendo o campeão absoluto no teor de cálcio, magnésio e ferro, com níveis muito superiores aos óleos de soja, canola, algodão, amendoim, girassol, linhaça e cártamo. Óleo de gergelim também faz bonito como fonte de potássio, fósforo e zinco. Seu uso no dia a dia ajuda a manter a diversidade de óleos alimentares melhorando a saúde humana, pois além de nutritivo, o óleo de gergelim tem um sabor delicado que favorece os pratos preparados com ele.

 

"Rainha das sementes oleosas"

Este óleo fornece vários benefícios por suas propriedades como antilipogênico (antigordura), hipocolesterolêmico (redução de colesterol), antidegenerativo, promotor da saúde do sistema nervoso. Gergelim é popularmente conhecido como "rainha das sementes oleosas" por sua maior resistência a ficar rançoso e oxidar. Seu alto teor de sesaminol e tocoferol mantém o óleo estável e contribui para uma vida útil mais longa em comparação com a de outros óleos vegetais, mas é sempre bom guardar na geladeira após abrir o frasco, garantindo o seu frescor e perfeita qualidade.

 

Tahine

Tahine é feito de sementes de gergelim tostadas e moídas em forma de pasta, e é fonte de diversos nutrientes, como proteínas, fibras, ácidos graxos essenciais, muito cálcio e outros minerais, mais polifenóis e fitosteróis, transformando-o em um alimento funcional. Diversos estudos mostram que o consumo de tahine ajuda a manter as artérias saudáveis, reduz a pressão arterial, controla o nível de açúcar no sangue e contribui para a perda de peso por seu poder sacietógeno. Há muitas receitas doces e salgadas que podem ser preparadas com tahine. Com um leve residual amargo, o seu sabor lembra nozes, e ele dá uma bela consistência aos mais diversos pratos surpreendendo o paladar.

 

Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki. 

 

Título de Especialista em Nutrologia –  Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Membro Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Pós-graduação em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE – Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia;

 

Pós-graduação em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.

 

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Referências Bibliográficas:

*Frontiers in Endocrinology 2022. Effects of Sesamin Supplementation on Obesity, Blood Pressure & Lipid Profile.

*Food Chemistry 2022. Food & nutraceutical functions of sesame oil: An underutilized crop for nutritional & health benefits.

*Foods 2022. Nutraceutical & Pharmaceutical Behavior of Bioactive Compounds of Miracle Oilseeds: An Overview.

*Journal of Food Science & Technology 2015. Plant based butters.

*Journal of Human Hypertension 2021. Tahini consumption affects blood pressure & endothelial function in healthy males.