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O consumo deste fruto de casca avermelhada
preenchido por milhares de pequenas sementes é milenar e simbólico. Para os
gregos o fruto representava o amor e a fecundidade. Em cerimônias e cultos
romanos a romã era utilizada para simbolizar a ordem, novamente a fecundidade e
a riqueza, enquanto na Idade Média foi representada em diversos contos e
fábulas como ícone sanguíneo e da boa educação.
Apesar das diversas simbologias foi o povo judeu o
primeiro a associar este fruto à prosperidade. Segundo relatos da Bíblia a romã
e outros frutos foram trazidos pelos 12 espias como comprovação da fertilidade
da terra de Jeová.
O
fruto da romãzeira, não é somente simbólico, os primeiros povos árabes já
salientavam seus poderes medicinais. A romã (Punica granatum), bem como
seus sucos e extratos, estão sendo amplamente promovidos, com ou sem apoio
científico, para os consumidores como um dos superalimentos novos, capazes de
enfrentar variedade de doenças. A seguir destaco algumas das propriedades benéficas
do consumo deste fruto.
Saúde bucal: A romã apresenta benefícios à saúde bucal, por ter
ação bactericida (mata as bactérias) e bacteriostática (impede o crescimentos)
sobre bactérias Gram-positivas e Gram-negativas constituintes do biofilme dental.
Os Streptococcus mutans, S. mitis, S. sanguis têm
apresentado grande sensibilidade ao extrato da romã no que se refere ao
crescimento e à capacidade de aderência sobre a superfície dental. Como a
aderência bacteriana é um dos primeiros mecanismos envolvidos na iniciação do
desenvolvimento do biofilme dental, a inibição desse processo, poderá conduzir
a um controle do desenvolvimento do mesmo. O extrato da romã também é empregado
para tratamentos das inflamações nos ligamentos e ossos que dão suporte aos
dentes (periodontite) e em estomatites.
Atividade antioxidante: A romã é
mundialmente conhecida pelo seu elevado potencial antioxidante devido à
presença de compostos fenólicos, os quais são responsáveis pela prevenção de
doenças crônicas relacionadas ao estresse oxidativo como: diabetes, câncer,
doenças cardiovasculares e neurodegenerativas. Em vários estudos, as frutas e o
suco de romã demonstraram propriedades antioxidantes superiores a alimentos
considerados de alta atividade antioxidante com valores três vezes superiores
aos obtidos para o vinho tinto e o chá verde.
O subproduto da romã é chamado de bagaço e contém
78% de casca e 22% de sementes. Em trabalho desenvolvido por meu grupo de
pesquisa verificamos que casca de romã se destaca quanto a atividade
antioxidante e a quantidade de compostos fenólicos em relação a polpa do fruto,
demonstrando seu potencial a ser explorado como ingrediente funcional. Isto
explica porque sucos comerciais fabricados por meio de um processo em que
frutas inteiras são pressionadas contêm níveis abundantes de compostos
bioativos, ao passo que sucos preparados somente com a polpa possuem
concentrações inferiores.
Doenças
neurodegenerativas: Como vimos as romãs contêm níveis muito
elevados de substâncias antioxidantes, em comparação com outras frutas e
vegetais. Os polifenóis têm sido apontados como neuroprotetores em diferentes
modelos experimentais. Neste contexto, embora não existam maneiras comprovadas
de retardar o início ou proporcionar uma progressão lenta da doença de
Alzheimer, estudos sugerem que o consumo deste fruto e/ou casca podem ser
aliados no combate desta doença e outras relacionados ao sistema nervoso.
Anti-inflamatórios: Os
aumentos tanto da inflamação sistêmica quanto do estresse oxidativo estão estabelecidos
como elementos chaves não tradicionais na deposição de gorduras nos vasos
sanguíneos (aterosclerose). No intuito de verificar o potencial do suco de romã
sobre o estresse oxidativo e processo inflamatórios pesquisadores investigaram
a suplementação de suco de romã 3 vezes por semana durante o período de um ano
em pacientes em hemodiálise. Os resultados da pesquisa indicaram redução
significativa da oxidação de proteínas, oxidação lipídica e dos níveis de
biomarcadores de inflamação. Adicionalmente, a ingestão de suco de romã
resultou em uma incidência significativamente menor de internação devido a
infecções. Além disso, 25% dos pacientes no grupo de suco de romã tiveram
melhora e apenas 5% progressão no processo aterosclerótico, enquanto que mais
de 50% dos pacientes no grupo que recebia placebo mostraram progressão e nenhum
apresentou qualquer melhoria.
Outros benefícios: Além das
propriedades discutidas neste artigo, a romã tem demonstrado exercer atividades
antimicrobianas, hipoglicemiantes (redução dos níveis de açúcar no sangue),
atividade imunomoduladoras, além de agente quimioprotetor e adjuvante no
tratamento do câncer de próstata e mama.
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O chá da casca também é popularmente utilizado
contra infecções de garganta, já que os compostos fenólicos encontrados
principalmente nas cascas e sementes da fruta têm propriedades
anti-inflamatórias capazes de aderir à mucosa, protegendo-a e aliviando as
dores. Outro composto presente na romã que atua na prevenção dessas infecções
são os taninos que por apresentarem forte ação adstringente diminui a secreção
da mucosa. Por estes mesmos motivos, a fruta também é empregada no combate a
diarreias e disenterias.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais
da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos
e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência Bibliográfica:
Biazotto,
FO. Romã é saúde. Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP.
Disponível em: www.alimentosfuncionais.blogspot.com.br
Acessado em: 06/12/2017.