quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Dieta Para Psoríase

 

A psoríase é uma doença crônica e não contagiosa caracterizada por manchas vermelhas e escamosas na pele que podem ser acompanhadas de coceira e até de dor. Com a crescente busca por uma alimentação mais saudável, quem tem essa condição passou a se perguntar: será que existe uma dieta para psoríase?

A psoríase pode se desenvolver por diversos fatores, entre eles: genética, desregulações imunológicas e gatilhos ambientais. Pensando nesse papel da imunidade é muito aceitável questionar se existe de fato uma dieta para psoríase, considerando que muitos alimentos com propriedades antioxidantes podem apoiar na redução de inflamações.

O papel dos antioxidantes na psoríase

Os antioxidantes são substâncias que protegem as células do corpo contra danos, apoiando a redução da inflamação. É o caso da vitamina A, vitamina C, vitamina E, carotenoides, zinco e selênio, que podem ser obtidos através da dieta.

O estudo, que avaliou a presença de alimentos antioxidantes na dieta e a relação com a inflamação da pele, incluiu mais de 23 mil pessoas, sendo 621 diagnosticadas com psoríase. Os pesquisadores descobriram nessa investigação que uma maior ingestão de antioxidantes está mesmo associada a menor prevalência de psoríase.

A vitamina E, particularmente, demonstrou-se ainda mais eficaz na prevenção da psoríase, pois, os participantes que apresentaram maior consumo de fontes dessa vitamina tinham um risco reduzido de desenvolver a doença. 

O que comer na dieta para psoríase?

De acordo com o estudo, a vitamina E mereceu destaque no assunto psoríase. Contudo, os pesquisadores reforçam que a combinação de antioxidantes na dieta é muito mais promissora no tratamento do que a ingestão de apenas um deles.

Então, o que você, que tem psoríase, pode comer para reduzir as inflamações causadas na pele? Como descrito anteriormente, os nutrientes antioxidantes podem ser encontrados nos alimentos, por isso, para facilitar suas escolhas na hora de montar uma dieta para psoríase, a tabela abaixo traz as fontes alimentares dos principais antioxidantes:

 


Além desses alimentos, busque manter uma alimentação saudável e equilibrada. Consuma mais vegetais, inclua ao menos 3 porções de frutas por dia, evite frituras, carnes com muita gordura e alimentos industrializados com uma longa lista de ingredientes.

E hidrate-se! Para uma saúde completa, não só para o tratamento de uma condição, é preciso praticar hábitos alimentares e de vida saudáveis.

 

 As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

Referências Bibliográficas:

Dieta para psoríase: existem alimentos que podem ajudar no tratamento? Disponível em: www.nutritotal.com.br Acessado em: 28/11/2024.

Song, B., Liu, W., Du, L. et al. The association of psoriasis with composite dietary antioxidant index and its components: a cross-sectional study from the National Health and Nutrition Examination Survey. Nutr Metab (Lond) 21, 76 (2024). https://doi.org/10.1186/s12986-024-00850-8

Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TBCA). Universidade de São Paulo (USP). Food Research Center (FoRC). Versão 7.2.

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Cenouras Caramelizadas Com Queijo Brie E Amêndoas

 

A cenoura é um vegetal versátil, rico em nutrientes e repleto de benefícios. Ela pode ser consumida crua, cozida, no vapor, refogada, assada, doce ou salgada, como prato principal, como suco, sopa ou compondo alguma receita.

O que nem todos sabem é que suas folhas também podem ser aproveitadas, pois além de muito benéficas à saúde, são também muito saborosas!

A rama da cenoura é rica em fibras, é ótima fonte de proteínas, ferro, zinco, magnésio, vitamina K, vitamina C e betacaroteno, que é um poderoso antioxidante.

Além dos incríveis benefícios de suas folhas, a cenoura em si é uma raiz comestível, muito rica em vitaminas A e C, que beneficiam a saúde da pele e dos olhos, além de prevenir o envelhecimento precoce da pele.

Uma receita saudável como essa, rica em fibras, ajuda na digestão e a evitar a prisão de ventre. Cenouras atuam também fortalecendo a imunidade e tornando o corpo menos propenso a inflamações, de forma geral.

INGREDIENTES:

- 6 cenouras pequenas com rama
- 250g de queijo brie
- 25g de manteiga
- 1 colher de sopa de mel
- 1 xícara de chá de suco de laranja
- 1 pau de canela
- 1 colher de sopa de lascas de amêndoa torrada
- Sal a gosto

MODO DE PREPARO:


Lave e limpe as cenouras na água, com uma escova, sem tirar a folhagem. Se forem grandes, corte-as ao meio longitudinalmente.

Em uma frigideira grande, coloque a manteiga, o mel, o sal, o suco de laranja, a canela e a cenoura. Adicione água o bastante para cobrir tudo.

Leve ao fogo, mantendo a frigideira semi-tampada por cerca de 15 minutos ou até que o líquido tenha evaporado e as cenouras estejam macias, brilhantes e caramelizadas (as cenouras vão dourar e caramelizar naturalmente, na própria calda).

Aqueça o queijo brie no microondas por 30 segundos ou até que ele esteja começando a derreter. Agora é só finalizar, dispondo as cenouras e o queijo no prato, salpicando flocos de sal sobre as cenouras e decorando com a calda e as lascas de amêndoas.

Sirva-o quente e deixe seus convidados encantados com esse prato super elegante, saudável e saboroso. Bom apetite!

#pratosaudavel #cenouracaramelizada #cenouragourmet #comidasaudavel #nutricaoesabor

  As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

domingo, 24 de novembro de 2024

Dieta Desinflamatória

Embora a inflamação seja um mecanismo de defesa do corpo, ao se dar de forma exacerbada, acaba resultando em diversos malefícios para a saúde. Assim, uma dieta desinflamatória desempenha um importante papel em frear a progressão da inflamação, o que pode ter relação com uma variedade de condições de saúde.  

O que é a dieta desinflamatória? 

A alimentação desempenha um papel fundamental tanto no sistema imunológico, quanto no início e no curso do processo inflamatório. Mas, o que é uma dieta desinflamatória, afinal? Como podemos fazer uma dieta nesse modelo? Existe uma dieta nesse estilo que pode ser usada para emagrecer? Abaixo, entenderemos melhor sobre essas e outras perguntas: 

A dieta é um fator de grande influência na diversidade do microbioma intestinal, o qual, está diretamente envolvido na regulação das respostas pró-inflamatórias e anti-inflamatórias. Alguns padrões alimentares já conhecidos, demonstraram-se benéficos durante o processo de modulação da inflamação. Diferentes alimentos e nutrientes são sugeridos positivamente e, de todos os padrões alimentares, a dieta mediterrânea tem o maior destaque, demonstrando ter um dos maiores potenciais anti-inflamatórios, com redução dos níveis de biomarcadores inflamatórios circulantes. Esses achados se dão devido à alta quantidade de alimentos ricos em fitonutrientes, polifenóis, fibras e a qualidade da gordura da dieta. 

Ainda falando sobre dieta e estilo de vida, um fator de risco modificável é a obesidade, pois ela aumenta a carga de doenças crônicas não transmissíveis e os níveis de inflamação no organismo. Essa inflamação pode induzir à resistência à insulina e a hiperglicemia. Dessa forma, a regulação do ganho de peso e da inflamação também são vitais para o controle da obesidade e de suas complicações. Logo, uma dieta com potencial anti-inflamatório traz benefícios não só na redução da inflamação, mas também para o ajuste de peso e na promoção da saúde de modo geral.  

Quais são os alimentos permitidos na dieta desinflamatória? 

Alguns alimentos têm sido associados a um perfil desinflamatório, devido aos seus nutrientes e compostos bioativos que favorecem o bom desempenho das células imunológicas e previnem a inflamação crônica. Dentre eles, alguns exemplos incluem: 

  • Frutas e vegetais: Essas estão associadas a menores concentrações de indicadores inflamatórios, pois são ricas em vitaminas antioxidantes, polifenóis, minerais e fibras. 
  • Nozes e sementes: Devido a quantidade de fibras alimentares, fitonutrientes, vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais, são de grande auxílio nos efeitos anti-inflamatórios da dieta, principalmente por seu alto teor de antioxidante. Algumas das principais opções são: semente de abóbora, pistache, nozes e amêndoas.  
  • Peixes: Excelente fonte de ômega-3, possuem ações anti-inflamatória, anti-hipertensiva e antiagregante. Além disso, auxiliam na redução nos níveis de triglicerídeos no sangue. 
  • Óleos vegetais ricos em ácido graxos insaturados: Os ácidos graxos mono insaturados possuem capacidade de modificar as vias anti-inflamatórias levando a redução da inflamação. Opções como azeite, ainda possuem uma relação ácido linoleico/ácido alfa-linolêico favorável, além de possuir nutrientes que o tornam resistente às alterações oxidativas do corpo. 
  • Ervas e especiarias: Seus efeitos foram atribuídos a três categorias: terpenos, ácidos fenólicos e flavonoides, podendo aumentar a atividade de enzimas e proteínas anti-inflamatórias ou interromper essas vias no processo inflamatório. Algumas opções como, a curcumina, o alho e o gengibre são algumas das opções com essas potentes propriedades anti-inflamatórias. 

 

Quais alimentos devem ser evitados nesta dieta anti-inflamatória? 

Alguns alimentos podem piorar a inflamação. Sendo assim, destacam-se algumas opções que devem ser evitadas ou consumidos com moderação: 

  • Carboidratos refinados: Seu alto consumo está correlacionado com níveis séricos mais elevados de marcadores inflamatórios. 
  • Alimentos ultraprocessados: Contêm grandes quantidades de aditivos, conservantes e outros ingredientes artificiais que podem levar a inflamação crônica no corpo. Além de serem ricos em açúcares adicionados e gorduras saturadas. 
  • Gorduras saturadas: Aumentam a inflamação, promovendo a produção de citocinas pró-inflamatórias, como IL-1,IL-6 e TNF-alfa.
  •  

    Quais são os principais benefícios da dieta desinflamatória? 

    Uma dieta desinflamatória desempenha um papel fundamental na progressão da inflamação e suas consequências. Quando há uma dieta pobre em nutrientes-chave e com alimentos ricos em gordura e carboidratos refinados, isso pode levar à disbiose e piorar a inflamação, estando associada ao aumento dos níveis de estresse oxidativo, afetando assim a saúde global. Além disso, alguns estudos demonstram bons desempenhos de uma dieta para desinflamação, como modelo de dieta que pode ser associada à farmacoterapia voltados a melhora da depressão, devido aos seus potenciais efeitos antidepressivos e no aumento da eficácia dos medicamentos antidepressivos. Além disso, essa dieta melhora a função cognitiva, reduz o risco de obesidade e de suas complicações.

    Existe alguma contraindicação para essa dieta? 

    Não há estudos que demonstrem contraindicações para a dieta anti-inflamatória, porém é importante prezar por um acompanhamento dietético com um nutricionista, para saber como fazer uma dieta desinflamatória, de forma a evitar possíveis restrições desnecessárias e potencializar os benefícios à saúde. 

     As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

     

    Referências Bibliográficas:
     
    Dieta desinflamatória: descubra realmente o que é e se realmente funciona. Dietbox. Disponível em: www.blog.dietbox.com.br  Acessado em: 24/11/2024.
     
    Galland, Leo. (2010). Diet and Inflammation. Nutrition in clinical practice : official publication of the American Society for Parenteral and Enteral Nutrition. 25. 634-40. 10.1177/0884533610385703. 
     
    Bagheri S, Zolghadri S, Stanek A. Beneficial Effects of Anti-Inflammatory Diet in Modulating Gut Microbiota and Controlling Obesity. Nutrients. 2022 Sep 26;14(19):3985. doi: 10.3390/nu14193985. PMID: 36235638; PMCID: PMC9572805. 
     
    Campmans-Kuijpers MJE, Dijkstra G. Food and Food Groups in Inflammatory Bowel Disease (IBD): The Design of the Groningen Anti-Inflammatory Diet (GrAID). Nutrients. 2021 Mar 25;13(4):1067. doi: 10.3390/nu13041067. PMID: 33806061; PMCID: PMC8064481. 
     
     Wawrzyniak-Gramacka E, Hertmanowska N, Tylutka A, Morawin B, Wacka E, Gutowicz M, Zembron-Lacny A. The Association of Anti-Inflammatory Diet Ingredients and Lifestyle Exercise with Inflammaging. Nutrients. 2021 Oct 21;13(11):3696. doi: 10.3390/nu13113696. PMID: 34835952; PMCID: PMC8621229. 
     
    Geraldo JM, Alfenas R de CG. Papel da dieta na prevenção e no controle da inflamação crônica: evidências atuais. Arq Bras Endocrinol Metab [Internet]. 2008Aug;52(6):951–67. Available from: https://doi.org/10.1590/S0004-27302008000600006 
     
     Kurowska A, Ziemichód W, Herbet M, Piątkowska-Chmiel I. O papel da dieta como modulador do processo inflamatório nas doenças neurológicas. Nutrientes . 2023; 15(6):1436. https://doi.org/10.3390/nu15061436 
     
     Haß U, Herpich C, Norman K. Anti-Inflammatory Diets and Fatigue. Nutrients. 2019 Sep 30;11(10):2315. doi: 10.3390/nu11102315. PMID: 31574939; PMCID: PMC6835556. 
     
    Cristofori F, Dargenio VN, Dargenio C, Miniello VL, Barone M, Francavilla R. Anti-Inflammatory and Immunomodulatory Effects of Probiotics in Gut Inflammation: A Door to the Body. Front Immunol. 2021 Feb 26;12:578386. doi: 10.3389/fimmu.2021.578386. PMID: 33717063; PMCID: PMC7953067.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Chá de Casca de Cebola: Benefícios que Não Podem Ir Para o Lixo!

As Nações Unidas e o WFP (Programa Mundial de Alimentos) apontam que o Brasil é um dos 10 países que mais desperdiçam alimentos no mundo (segundo dados de 2015). Em média, cada brasileiro desperdiça 41,6 kg de alimentos por ano, o que representa 41 mil toneladas de comida jogadas fora por dia. 😱

Para evitarmos esse desperdício - que, muitas vezes, ocorre por falta de informação e planejamento - procure se informar com o seu nutricionista sobre como aproveitar integralmente os alimentos.

Há receitas deliciosas, e muito saudáveis, que podem ser feitas com partes comumente não utilizadas dos alimentos. A casca da cebola, por exemplo, é um desses casos. Com ela podemos fazer um chá muito benéfico para a saúde.

É em sua casca que encontramos a maior parte dos minerais (96%) e os compostos benéficos do vegetal, como os flavonoides, que têm ação antialérgica e uma substância chamada quercetina, com propriedades antivirais e anti-inflamatórias.

Em tempos de muitos resfriados, o chá de casca de cebola pode ser um ótimo aliado, ajudando a aliviar alguns dos seus principais sintomas.

Como se já não fosse o suficiente, elas também ajudam a reduzir o colesterol, evitar inchaços e a retenção de líquidos, e suas propriedades antioxidantes chegam a ser 23 vezes superiores às do alho.

Para usufruir de todos esses benefícios que a casca da cebola oferece, a maneira mais fácil é fazendo com elas um chá.

CHÁ DE CASCA DE CEBOLA: 🧅


Separe as cascas mais limpas e intactas de 3 cebolas. Enxague e lave muito bem todas elas. Ferva 1 litro de água filtrada, desligue o fogo e adicione imediatamente as cascas de cebola. Tampe e reserve a infusão por cerca de 10 minutos.

Coe e beba ao longo do dia, quente ou frio, natural ou adoçado com mel ou outro adoçante de sua preferência.

Se o sabor não agradar muito, uma ótima ideia é usá-lo no preparo de sucos de fruta, substituindo a água. Vale a pena experimentar e usufruir dos vários benefícios que a casca da cebola tem a oferecer à sua saúde!

#chadecascadecebola #cascadecebola #receitadecha #nutricaofuncional #aproveitaralimentos

 As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Alimentos, Enzimas e Digestão

 

O processo de digestão dos alimentos começa na boca e termina quando os resíduos não aproveitados saem do corpo. Nutrientes, minerais, vitaminas e fluidos entram no organismo através do sistema gastrointestinal. A função digestiva é fascinante e complexa, envolvendo inúmeros componentes, e as enzimas digestivas são de importância vital. Um corpo saudável produz as enzimas necessárias, no entanto há fatores que podem afetar a sua secreção: envelhecimento, má alimentação, estilo de vida, medicamentos, doenças.

 

Enzimas digestivas

Enzimas ajudam a fragmentar a comida em pedaços cada vez menores para que o organismo possa absorver e usar os nutrientes: amilases quebram carboidratos em maltose e glicose, proteases quebram as proteínas em aminoácidos, lipases quebram gorduras em ácidos graxos. A maioria das enzimas digestivas é ativada no ambiente ácido do estômago, outras trabalham no intestino delgado e no intestino grosso, com a ajuda de enzimas pancreáticas e ácidos biliares.

 

Saúde do cérebro, imunidade, energia

A saúde digestiva impacta diretamente a saúde do cérebro e do sistema imunológico, e se o intestino está em desordem certamente haverá reflexos na saúde geral. Sintomas como falta de energia, inchaço e dor abdominal, gases, prisão de ventre, diarreia, azia ou refluxo, indicam que pode haver uma insuficiência de enzimas digestivas. Pessoas com intolerância à lactose, doença celíaca, síndrome do intestino irritável e outros distúrbios que afetam a produção de enzimas, podem se beneficiar de uma dieta com alimentos ricos em enzimas, e pode ser necessária a reposição enzimática por meio de suplementos.

 

Alimentos contêm enzimas

Enzimas quebram os alimentos em nutrientes utilizáveis no processo de digestão - estômago, intestino e pâncreas criam muitos tipos de enzimas. Por outro lado, diversos alimentos também contêm enzimas ou bactérias que as produzem. A dieta moderna é composta principalmente por alimentos cozidos e ultraprocessados, e assim se perdem os benefícios potenciais das enzimas dietéticas. Ao cozinhar, processar e pasteurizar alimentos, suas enzimas naturais são destruídas. Adicionar alimentos crus e fermentados, com alto teor enzimático, contribui para a boa saúde.

 

Crus e fermentados

Muitas frutas, legumes, folhas, temperos e produtos fermentados ofertam boas quantidades de enzimas digestivas. Kefir, kombucha e iogurte possuem um alto teor de enzimas digestivas, incluindo lipase, protease e lactase, juntamente com bilhões de probióticos. Enquanto muitos alimentos são ricos em enzimas que afetam o bolo alimentar no processo de digestão, outros apresentam as enzimas necessárias para a ação digestiva sobre si mesmo. Assim, a carne crua contém uma enzima chamada catepsina para digerir a sua proteína e o óleo da semente de abacate contém lipase para digerir a gordura do fruto.

 

Vitaminas e minerais precisam de um estômago ácido    

Deficiências de micronutrientes podem levar a sérias consequências clínicas quando não são prontamente reconhecidas e tratadas, especialmente em pacientes idosos. O estômago desempenha um papel importante na assimilação de micronutrientes como vitaminas e minerais. A mucosa do corpo do estômago (parte central) é composta de células parietais, cuja principal função é a secreção de ácido gástrico para a digestão e absorção de ferro, zinco, vitamina C, cálcio e magnésio, e a produção de fator intrínseco, essencial para a absorção de vitamina B12.

 

Doenças e medicamentos

Várias condições patológicas, como gastrite, presença de H. pylori, gastrite atrófica, bem como medicamentos antiácidos e inibidores de ácidos podem interferir no funcionamento normal da mucosa do estômago e na absorção de micronutrientes e eletrólitos, causando anemia e deficiências diversas. Uma supressão crônica de ácido gástrico por remédios pode levar a infecções e problemas no trato intestinal, respiratório e urinário. A hipocloremia (redução do íon cloreto que faz parte do ácido clorídrico) pelo uso contínuo destes medicamentos pode induzir o crescimento de pólipos gástricos e até câncer de estômago.

 

Bloqueadores de ácido gástrico

A redução de ácido clorídrico (hipocloridria gástrica) pelo uso prolongado de antissecretores de ácido (inibidores da bomba de próton), como omeprazol e outros ‘prazóis’, impacta diretamente na absorção de cálcio.  Ao afetar a assimilação do mineral pode haver um risco aumentado de osteoporose e fraturas ósseas. Além do cálcio, a baixa acidez e/ou uso prolongado de inibidores de ácido clorídrico pode interferir nos níveis adequados de magnésio, vitamina C, B12, zinco e ferro, pois eles precisam do ambiente ácido do estômago para ser absorvidos.

 

Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki. 

 

Título de Especialista em Nutrologia –  Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Membro Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia;  

 

Pós-graduação em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE – Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia;

 

Pós-graduação em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.

 

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Referências Bibliográficas:


*Heliyon 2024. In vitro simulated study of macronutrient digestion in complex food using digestive enzyme supplement.

*StatPearls 2023. Physiology, Nutrient Absorption.

*Microorganisms 2024. Biological Significance of Probiotic Microorganisms from Kefir & Kombucha: A Review.

*Plants (Basel) 2023. Enzymatic, Antioxidant & Antimicrobial Activities of Bioactive Compounds from Avocado (Persea americana L.) Seeds.

*Joint Bone Spine 2024. Proton pump inhibitors, bone & phosphocalcic metabolism.

*Clinical Nephrology 2024. Multiple electrolyte disorders triggered by proton pump inhibitor-induced hypomagnesemia.

 

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Água de Coco: Posso Incorporar À Minha Dieta?

 

Muito apreciada em todo o Brasil, a água de coco é uma bebida natural e com baixo índice calórico: são apenas 22 calorias a cada 100 ml, com zero gordura. Ela é predominantemente composta por água - cerca de 95% - sendo rica em potássio, cálcio, vitaminas, carboidratos, aminoácidos e antioxidantes.

Sim, ela é uma bebida refrescante, suave ao paladar e que pode, de forma geral, ser incorporada tranquilamente às dietas. Funciona como um "soro natural", com muitos benefícios à saúde.

Além de ajudar na hidratação, a água de coco repõe minerais perdidos pelo suor. Por isso, é bastante indicada para quem pratica atividades físicas ou em casos de diarreias, vômitos ou até desidratação.

Por ser rica em vitaminas, minerais e aminoácidos, a água de coco tem também função antioxidante e fortalece o sistema imunológico, ajudando na prevenção de resfriados ou infecções.

A água de coco também contém fibras, o que favorece a digestão e diminui os riscos de enjoos e refluxos. Essas fibras também oferecem a sensação de saciedade, deixando a fome afastada por mais tempo e facilitando o emagrecimento.

Embora a versão mais saudável seja a natural, nem sempre a água do coco poderá ser desfrutada direto do fruto. Nesse caso, existem as versões industrializadas, que costumam ter o seu valor nutricional mantido.

Mesmo com a adição de conservantes e estabilizantes, para que permaneça íntegra e dure por mais tempo, e, em algumas versões, sejam adicionados açúcares e sódio para tornar o sabor mais agradável, ainda assim a água de coco é uma ótima opção.

Consulte seu nutricionista para saber a recomendação específica para você, pois, como qualquer outro alimento, água de coco em excesso pode ser contraindicada, especialmente para pacientes pacientes hipertensos, diabéticos ou com problemas renais, que precisam controlar o consumo de potássio, sódio magnésio ou frutose.

Não havendo restrições, mantendo bom senso - e em qualquer estação do ano - "reabasteça" o seu corpo com todos os benefícios que essa delícia tropical tem a oferecer! Saúde!

#aguadecoconatural #águadecoco #nutriçãointeligente #orientacaonutricional #poucacaloria

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sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Alimentos Hidropônicos: Quais As Principais Vantagens?

 

Provavelmente você já tenha ouvido falar em alimentos hidropônicos, e que eles são muito saudáveis. Mas você sabe exatamente o que eles são?

Alimentos Hidropônicos são verduras, legumes e frutas cultivados sem a utilização de terra, com suas raízes inseridas diretamente na água.

Esse cultivo costuma ser feito em estufas climatizadas, com estruturas suspensas, feitas com canos e tubos, que mantêm as raízes submersas em uma mistura de água com outros nutrientes essenciais para o bom desenvolvimento do alimento. Como o ambiente é totalmente controlado e limpo, é possível produzir vegetais de excelente qualidade.

A estufa protege os alimentos da maioria das pragas, da chuva, geadas, ventos e do excesso de sol. O cultivo costuma ser bastante sustentável, com pouco uso de agrotóxicos ou produtos químicos para o controle de pragas e doenças.

Outra vantagem é que, devido ao controle rigoroso de temperatura, os alimentos não dependem de épocas de plantio específicas para crescer, podendo ser plantados ininterruptamente, se desenvolvendo durante todo o ano.

Além disso, diferente do que se imagina, os alimentos hidropônicos economizam água no processo de produção, já que dispensam a irrigação. Há também menor degradação do solo, o que diminui o impacto ambiental.

Pelo processo hidropônico, o crescimento das plantas costuma ser mais rápido do que no cultivo na terra, e quantidades maiores podem ser plantadas, já que os canos onde crescem são distribuídos em diferentes alturas, possibilitando uma área maior de cultivo.

A alface e os vegetais folhosos, como a rúcula e o agrião, são os mais cultivados na hidroponia, mas praticamente todos os vegetais podem ser plantados desta forma. Frutas, vegetais subterrâneos, mudas de árvores e plantas ornamentais também são cultiváveis com esse processo.

A hidroponia é uma forma inteligente de cultivar alimentos, com uso racional de água e respeito ao meio ambiente. É uma ótima forma de oferecer alimentos saudáveis e, ao mesmo tempo, cuidar da saúde do planeta.

#hidroponia #alimentoshidroponicos #dicasnutricionais #sustentabilidade #alimentacaosaudavel

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quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Manjericão

 

Nativo da Ásia, onde é cultivado há mais de 5 mil anos, o manjericão também é conhecido como basílico ou alfavaca. É uma planta com sabor e aroma inconfundíveis, da mesma família da hortelã e do orégano, a Lamiaceae.

Embora muito parecidos, existem variados tipos de manjericão. O mais comum no Brasil é a alfavaca, cuja folha é fina e o sabor é de média intensidade. Já o manjericão italiano é mais amargo e tem um leve sabor de cravo, perfeito para fazer um molho pesto. Há também o manjericão roxo, de sabor suave, que fica lindo decorando pratos.

O manjericão é nutritivo e tem baixo índice calórico: são apenas 20 calorias a cada 100 gramas consumidos. Suas folhas são muito utilizadas como tempero, mas também podem ser servidas compondo saladas, molhos, refogados, sopas e até em chás e sucos. Quando usadas em receitas quentes, seu aroma é suavizado.

Uma boa maneira de preservar o manjericão é lavar e secar bem as suas folhas, descartando o seu talo antes de guardar em potes de vidro com boa vedação. Desta forma, eles podem ficar armazenados na geladeira por até cinco semanas. Outra forma de preservá-los é picando bem as suas folhas e colocando-as em um vidro com azeite.

O consumo do manjericão também é muito associado a uma série de benefícios à saúde, pois ele é fonte de fibra dietética e em vitaminas A, B, C, E e K, além de ser uma boa fonte de minerais, contendo zinco, cálcio, manganês, magnésio, ferro e potássio.

Além disso, possui propriedades antibacterianas, anti-inflamatórias, digestivas e antioxidantes, que podem ajudar a prevenir os efeitos do envelhecimento, evitando os danos causados por radicais livres no fígado, cérebro e coração.

O manjericão também é rico em óleos essenciais, além de ter ótimas quantidades de taninos, saponinas e flavonoides, que têm propriedades diuréticas e sedativas, ajudam a prevenir resfriados, pressão alta e insônia.

Peça ao seu nutricionista dicas de como pode adicionar o manjericão à sua rotina alimentar e tenha certeza de que vai agregar não só sabor às suas refeições, mas também saúde ao seu corpo e sua vida.

#manjericão #manjericao #manjericaofresco #saboresaude #saborenutricao

    As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Dieta e Reeducação Alimentar são a Mesma Coisa?

 

Dieta, diferente do que muitos pensam, é tudo o que comemos em um dia. Já a reeducação alimentar tem como objetivo a mudança de hábitos, sendo este um processo com objetivos de longo prazo.  

Toda hora surge uma nova dieta com promessas milagrosas como o emagrecimento rápido para atingir a tal barriga “chapada”, porém as consequências são graves podendo desencadear transtornos alimentares entre outros problemas de saúde.  

A mudança na alimentação deve ser gradual, sem restrições extremas e sem passar fome. Assim os diferentes tipos de dieta devem ser feitos com o acompanhamento de um nutricionista, pois o plano é montado de maneira individual.  

Dietas da internet 

  • Dieta cetogênica; 

A dieta cetogênica tem sido utilizada desde 1920 como protocolo alternativo para o tratamento da epilepsia refratária e se inicia com a razão gorduras/carboidratos+proteínas de 3:1 ou 4:14,5. Essa proporção é ajustada para manter a cetona urinária em concentração moderada ou alta, variando entre 80-160 mg/dL. 

Esta dieta tem como base as carnes e são permitidos uma lista limitada de vegetais. Em nosso blog já temos um post exclusivo dessa dieta. 

  • Dieta Paleolítica; 

A dieta paleolítica possui a exclusão de carboidratos complexos integrais, assim como a exclusão de leites e derivados e de consumo de grãos (leguminosas e outros). Sendo estes alimentos fontes de fibras solúveis e insolúveis, proteínas vegetais, ferro, folato, cálcio e fibras. Porém, possui consumo liberado de carnes, que possui alto teor de gordura saturada. 

  • Dieta da sopa 

Esta dieta sugere a substituição de duas refeições (almoço e jantar) por sopas caseiras durante uma semana. Não é permitido bater as sopas no liquidificador e os legumes e verduras devem ser picados em pedaços maiores. Essa dieta é muito pobre em carboidratos, como efeito colateral pode ser apresentado fraqueza, tonturas, dores de cabeça, cansaço, mau humor e indisposição, entre outros. 

  • Dieta detox 

Essa dieta é muito popularizada e promete “limpar” o corpo e promover o emagrecimento (claro…), porém os artigos científicos têm problemas em provar a sua eficácia a longo prazo, já que acabam gerando um reganho de peso rápido. Os alimentos frequentemente utilizados são, em geral, sucos e chás. 

 


 

  • Dieta sem açúcar  

Em uma dieta sem açúcares existe a exclusão de doces, balas, refrigerantes, bolos, biscoitos e qualquer outro alimento que contenha açúcar em sua preparação, incluindo mel e melado. 

  • Dieta alcalina 

Esta promete “eliminar as toxinas” do organismo e promover o emagrecimento. Ela também é conhecida como dieta do ph. É composta apenas por vegetais, sendo os alimentos liberados a água, maçã, amêndoa, tomate, abacaxi, morango, cereja, pêssego, damasco, banana, laranja, pimentão, nabo, arroz, milho, soja, folhas verdes-escuras, aspargo e goiaba e evitar alimentos processados, ultraprocessados e de origem animal. Esta dieta pode comprometer o consumo de todos os nutrientes que necessitamos. 

  • Dieta pegan 

É um padrão alimentar que junta dois outros tipos de dieta: a paleolítica e a vegana. O plano prioriza vegetais e frutas, com ingestão de quantidades pequenas a moderadas de carne, peixes, nozes, sementes e algumas leguminosas. Já açúcares, óleos e grãos processados devem ser evitados. 

   As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

Referências Bibliográficas:

Ruiz, A. Tipos de dietas: conheça as principais estratégias. Dietbox. Disponível em: www.blog.dietbox.com.br  Acessado em: 11/11/2024.