Várias dietas mundo afora têm como aporte proteico as leguminosas, como
são chamados os grãos que nascem em vagens, típicos das plantas
dicotiledôneas. Entre eles, lentilhas, soja, amendoim, ervilhas,
grão-de-bico e, claro, os feijões, fundamentais na alimentação dos
brasileiros. A família Leguminosae é composta por 600 gêneros e
aproximadamente 13 mil espécies, das quais são consumidas.
Fontes
econômicas de fibra alimentar e fitonutrientes, as leguminosas também
são ricas em vitaminas do complexo B, ferro, magnésio, potássio e zinco,
com diversos benefícios para a saúde. Estudos recentes indicam
bioatividades interessantes como antioxidante, anti-inflamatória,
anti-hipertensiva, hipocolesterolêmica e antitumoral. Assim, o consumo
regular melhora a densidade de nutrientes da dieta e tem sido associado a
redução no risco de desenvolver doenças crônicas.
O feijão,
queridinho dos brasileiros, foi levado das Américas para a Europa e
chegou por aqui no século XVI, após a chegada dos portugueses. Ele
possui um papel importante como alimentos sustentáveis e relevantes para
o combate da fome no mundo. Feijão é um nome comum para uma grande
variedade de sementes de plantas de alguns gêneros da família Fabaceae.
Proporciona nutrientes essenciais como proteínas, ferro, cálcio,
vitaminas, carboidratos e fibras. Apesar de a combinação com o arroz ser
o prato ou acompanhamento mais característico do país, o consumo de
feijão caiu nas pesquisas de orçamento familiar dos últimos anos.
Além
de os dois se complementarem quanto aos aminoácidos, o alto teor de
fibras e a quantidade moderada de calorias por grama conferem a esses
alimentos alto poder de saciedade, contribuindo para a prevenção de
sobrepeso e obesidade, tão importante atualmente. O feijão é um
excelente alimento da nossa cultura e que precisamos passar adiante para
as próximas gerações, pois, infelizmente, estamos consumindo cada vez
menos este alimento tão rico.
Apesar de não haver uma meta
diária de consumo de leguminosas que seja aceita universalmente, uma
quantidade sugerida é a de 100g (1/2 xícara ou 125 ml) por dia de grãos
cozidos, sejam feijões, lentilhas, grão-de-bico ou ervilhas. Essa
quantidade proporciona níveis adequados de ferro, ácido fólico e zinco.
Contudo, o segredo está em variar a alimentação.
Um princípio
básico na ciência da Nutrição é a diversidade! Desta forma, não há uma
leguminosa que traga mais benefício, e sim, o consumo de diferentes
leguminosas, pois a alternância entre diferentes tipos amplifica o
aporte de nutrientes e traz mais prazer a alimentação. Além disso, os
estudos sobre os benefícios das leguminosas na saúde são animadores.
Leguminosas podem trazer riscos para a saúde?
Tanto
a soja como o amendoim fazem parte de uma lista de alimentos
responsáveis por cerca de 80% das manifestações de alergia alimentar. A
soja, em específico, principalmente pelas lectinas. Já o amendoim merece
atenção quanto a presença de aflatoxinas, com potencial carcinogênico,
proveniente muitas vezes de inadequada secagem e armazenamento. Desta
forma, vale uma atenção especial no consumo destas leguminosas para
evitar possíveis reações. Neste caso, vale consumir de forma moderada.
Já no caso de outras leguminosas, como feijão e grão-de-bico, uma forma
de evitar reações indesejadas, como os temidos gases, é tomar alguns
cuidados durante o cozimento.
Além disso, um fator que merece
atenção entre as leguminosas são os chamados fatores antinutricionais,
que são os compostos que podem ter efeitos negativos sobre seu valor
nutritivo. Alguns desses compostos podem ser eliminados através do
cozimento adequado, já outros podem ter suas concentrações reduzidas por
dissolução na água. Desta forma, o remolho prévio do feijão em água,
com eliminação e troca desta água, pode vir a eliminar alguma
porcentagem desses compostos. Mas é preciso estudar cada leguminosa para
ver qual a melhor forma de remoção desses compostos.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência Bibliográfica:
Schiavon, CC. Leguminosas: Por que devem estar no prato dos brasileiros?. Nutrição em Pauta. Disponível em: www.nutricaoempauta.com.br Acessado em: 27/02/2023.