A tireoide é uma importante glândula do nosso organismo e produz
hormônios que tem como uma das suas principais funções regular o
metabolismo. Quando ela não funciona adequadamente pode levar a
repercussões em todo o corpo em graus variáveis de severidade, desde
sintomas que muitas vezes podem passar despercebidos até formas
extremamente graves que podem trazer risco de vida.
O principal nutriente para o bom funcionamento da tireoide é o iodo
(pode ser encontrado na alimentação: algas marinhas, ovo, salmão,
sardinha, truta, atum, linguado, pescada, bacalhau, cavala e arenque).
A recomendação usual de iodo é de 100 a 150 microgramas ao dia (o que
corresponde a 150g de pescada ou 150 g de salmão) para adultos. Esta
concentração é adequada para manter a função normal da tireoide.
A glândula utiliza o iodo para a produção dos hormônios.
Medicamentos, vitaminas ou alimentos com grande quantidade do mineral
podem fornecer uma dose exagerada, o que pode atrapalhar o funcionamento
da glândula.
Na presença de substâncias bociogênicas na dieta (como a mandioca,
mostarda escura, nabo, rabanete, couve, brócolis e repolho), aumente a
ingestão de alimentos fonte de iodo.
O selênio é um constituinte de uma enzima atuante no metabolismo dos
hormônios da tireoide, e as síndromes de deficiência de iodo são mais
graves quando há deficiência simultânea de selênio. Então, o consumo de
alimentos fonte de selênio como, castanha do Pará, salmão, semente de
girassol são importantes para o melhor funcionamento da tireoide.
O zinco participa das reações que promove a síntese ou aproveitamento
dos hormônios da tireoide. Alimentos fonte: carne de boi, frango,
peixes, grãos integrais, cereais e castanhas.
Estudos têm feito associação entre o glúten encontrado na farinha
branca (pão branco, macarrão, biscoito), aveia, e o desenvolvimento de
doenças autoimunes como a tireoidite de Hashimoto. Isso ocorre devido a
uma sensibilidade ao glúten, onde a molécula do glúten ao ser absorvida
gera a produção de anticorpos contra ela, o que provoca inflamação em
diversas regiões do organismo, inclusive na tireoide.
Porém a restrição do glúten para doenças autoimunes da tireoide ainda é
controversa para indivíduos não portadores de doença celíaca.
A intoxicação por metais tóxicos, especialmente o mercúrio, aumenta a
possibilidade de disfunção tireoidiana. Recomenda-se limitar o consumo a
uma vez ao mês dos peixes predatórios, como tubarão, peixe espada e
cavalinha, e a uma vez por semana dos peixes de risco médio de
contaminação por mercúrio, como no caso do filé de atum, cavala, garoupa
e corvina.
Os alimentos de origem vegetal que contem substâncias bociogênicas, são
os do gênero Brassica como a mostarda escura, nabo, rabanete, couve,
brócolis e repolho, que podem inibir a captação de iodo pela tireoide,
favorecendo o aparecimento do bócio e agravando, substancialmente, o
processo adaptativo da glândula tireoide, induzindo hipotiroidismo grave,
tanto na primeira infância como na idade adulta.
Além do bloqueio da captação de iodeto pela tireoide, outras etapas
da biossíntese hormonal podem ser afetadas pelos alimentos. É o que
acontece com as partes comestíveis do babaçu, com nítido efeito
inibitório na incorporação do iodeto, agravando, portanto, as
consequências deletérias da carência de iodo.
No caso da soja, as principais toxinas são alergênicos, fitatos,
inibidores da protease, genisteína e goitrogênicos, através de uma
substância que se liga ao iodo evitando a sua absorção pelo organismo a
partir do trato gastrointestinal.
Enquanto os estudos não determinam o exato efeito dos produtos a base
de soja no metabolismo de hormônios da tireoide, o consumo excessivo de
soja deve ser visto com atenção.
A deficiência de iodo também pode ser provocada pela alta ingestão de cálcio, que diminui sua absorção pelo intestino.
Porém, não existem artigos conclusivos dizendo que pessoas com
hipotireoidismo devam evitar esses alimentos. Normalmente, as pessoas
com hipotireoidismo são tratadas com hormônios e a ingestão desse
medicamento deve ser em jejum, pois o consumo de qualquer produto que
contenha soja, assim como alimentos ricos em fibras, suplementos de
cálcio ou ferro e antiácidos contendo alumínio e magnésio pode
atrapalhar a absorção da medicação. Mas em outros horários ainda há
controvérsias se o consumo desses alimentos deve ser restrito. Até
porque eles tem efeito protetor para o organismo. O ideal seria ter uma
alimentação variada com dieta de rotação, ou seja, não consumir sempre o
mesmo tipo de alimento.
Texto elaborado por: Patrícia Bertolucci
Nutricionista pela Universidade Federal de Goiás –
UFG.
Assessoria a Clubes e Empresas ligadas ao esporte
ou com interesse em qualidade de vida.
Responsável pela empresa Patrícia Bertolucci
Consultoria em Nutrição.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.