quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Entendendo a Celulite e Suas Causas

 

Celulite, também chamada de lipodistrofia ou hidrolipodistrofia ginóide, é uma retração irregular da superfície cutânea, que afeta o tecido subcutâneo da pele, gerando o clássico aspecto “casca de laranja”, podendo atingir qualquer parte do corpo (porção superior das coxas- interna e externamente, porção interna dos joelhos, região abdominal, região glútea e parte superior dos braços, antero e posteriormente).

Entre as causas estão:

 

● retenção de água e gordura dentro das células adiposas (gorduras): podendo ser causado pela presença de obesidade, sedentarismo, alteração do pH celular, aumentando os adipócitos, o que ocasiona a compressão de células nervosas, promovendo dor e distensão do tecido conjuntivo e perda da elasticidade natural. Essa alteração faz com que o organismo responda formando tramas de colágeno que tentam encapsular todo o extravasamento do adipócito, o que se apresenta na forma de nódulos, conferindo um aspecto granular à pele;

 

● problema circulatório: algumas situações como o sedentarismo, fumo, obesidade, a circulação se processa mais lentamente, ocorrendo enfraquecimento dos capilares e aumentando sua permeabilidade, propiciando o extravasamento do plasma para o exterior dos vasos sanguíneos, levando ao aumento de líquido nos espaços intercelulares. O organismo reage criando uma barreira fibrosa, englobando o líquido extravasado junto com as células adiposas, desenvolvendo a celulite. Estudos demonstram que 80% das mulheres que possuem celulite tem alteração de microvasos (varizes), e que a região afetada apresenta 35% menos fluxo sanguíneo quando comparado com outras regiões onde não há celulite, confirmando o fato da microcirculação estar, sim, associada com a doença;

 

● inadequado funcionamento dos vasos linfáticos, diminuindo a eliminação de substâncias nocivas provenientes do sangue (como a ureia por exemplo) e pela retração dos tecidos que distendem essas substâncias. Essa retração dos tecidos fixa o edema produzido por esta substância tóxica, impedindo a sua difusão e dificultando a passagem da linfa e seu retorno ao sangue.

A celulite pode ser classificada em:

 

● Grau 1: fibroedema latente ou assintomático (pequenas alterações na pele) – nesta etapa inicial, existem mínimas alterações na derme e hipoderme, discreto edema e dilatação de capilares linfáticos;

 

● Grau 2: irregularidade no relevo cutâneo, visível pela sua compressão ou contração muscular, elasticidade ou palidez;

 

● Grau 3: aspecto de “casca de laranja”, nódulos na profundidade, dor à palpação, palidez, redução de elasticidade na pele – ocorre organização fibrosa do tecido conjuntivo, trocas distróficas do tecido adiposo e formação de nódulos que comprimem vasos e nervos, explicando a presença de dor à palpação;

 

● Grau 4: nódulos maiores e dolorosos, mais visíveis e palpáveis, aderidos aos planos profundos, além da aparência bastante ondulada da pele.

A celulite apresenta maior prevalência em mulheres e são mais propícias em idades mais avançadas – por alteração de composição corporal. Isso pode ser devido às mulheres apresentar duas vezes mais células adiposas, como também, apresentar desequilíbrios hormonais (estrógeno propicia aumento de fibroblastos, com aumento das células adiposas, levando à deterioração do colágeno e elastina, como também causa edemas). A genética também pode propiciar uma tendência maior em desenvolver o problema.

Hábitos inadequados no estilo de vida como:

 

● fumo: prejudica a microcirculação, diminui oxigenação tecidual e aumenta a formação de radicais livres;

 

● sedentarismo: diminuição da massa magra, aumento da massa gorda, aumento da flacidez de músculos e tendões, ocasionando diminuição dos mecanismos de bombeamento nos membros inferiores, inibindo o retorno venoso e consequentemente, aumentando as estases venosas levando ao surgimento de lesões na pele;

 

● desequilíbrios intestinais: a alteração da microbiota intestinal (disbiose) pode levar à produção de toxinas, produzidas por bactérias patológicas, que migram à corrente sanguínea e intoxicam o organismo, sobrecarregando fígado e sistema linfático, e também, diminui a capacidade absortiva do intestino para captação de nutrientes – vitaminas e minerais – fazendo com que diminua a capacidade antioxidante e de defesa do organismo, podendo propiciar o aparecimento da celulite;

 

● maus hábitos alimentares: excessos de açúcar, sal, alimentos industrializados, os quais aceleram o envelhecimento celular, induz à retenção hídrica, ao acúmulo de gorduras e hipertrofia das células adiposas (consequentemente de peso), resistência à ação da insulina, quadro inflamatório crônico. Refrigerantes e excesso de café alteram pH sanguíneo tornando-o mais ácido, diminuindo da capacidade de desintoxicação do organismo, bem como aumenta a excreção de vitaminas e minerais como: vitamina C, Complexo B, Magnésio, Cromo, eletrólitos, etc.

Texto elaborado pela nutricionista: Dra. Christiane Bergamasco

 

Formada em Nutrição, há mais de 10 anos, com cursos de pós-graduação em Nutrição Clínica , Funcional e Fisiologia do Exercício. Autora de publicações científicas em livros e revistas, atuou em hospitais de primeira linha e também como professora universitária e consultora em programas de TV e revistas.

 

 As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

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