O
envelhecimento da população vem ocorrendo de maneira crescente nos países em
desenvolvimento. As doenças crônicas não transmissíveis, cuja incidência vem
aumentando, juntamente com a alteração do perfil demográfico, têm ocupado lugar
de destaque no perfil de mortalidade desses países. A doença de Parkinson é a
segunda doença neurodegenerativa mais comum em idosos, com prevalência estimada
de 3,3% no Brasil.
A
doença de Parkinson ocorre devido à degeneração celular da substância negra.
Essas células produzem dopamina, que conduz as correntes nervosas
(neurotransmissores) ao corpo. A ausência ou diminuição da dopamina afeta os
movimentos do paciente, provocando os sintomas desta patologia.
Indivíduos
com Doença de Parkinson são suscetíveis à perda de peso e desnutrição, sendo a
perda progressiva de peso uma característica importante da progressão dessa
doença. Os movimentos involuntários associados com a doença de Parkinson
resultam em maior gasto de energia, além disso, tanto os sintomas da doença
quanto os efeitos adversos do tratamento podem limitar a ingestão de alimentos.
A
doença de Parkinson é uma doença crônica, neurodegenerativa e progressiva. As
manifestações motoras incluem tremor de repouso, bradicinesia (lentidão de
movimentos), rigidez muscular e alterações do equilíbrio. Essas manifestações
são responsáveis por incapacidades física e psíquica, havendo também
manifestações não motoras, como psicose, transtornos cognitivos e depressão.
Devido à dificuldade em realizar movimentos repetitivos, tremor e/ou rigidez da
mandíbula, a mastigação pode ser prejudicada, gerando fadiga, que podem levar a
interrupção da alimentação e ingestão inadequada de alimentos. Além disso, os
sintomas não motores associados com a disfagia podem ser responsáveis pelo
comprometimento do estado nutricional e balanço hídrico.
Outros
sintomas como o refluxo gastroesofágico, constipação e gastroparesia também
contribuem para os distúrbios nutricionais e afetam significativamente a
qualidade de vida destes indivíduos. As alterações na motilidade gástrica e
intestinal podem levar à distensão abdominal, náuseas, desconfortos e saciedade
precoce, reduzindo ainda mais a ingestão de alimentos.
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Portanto,
a avaliação nutricional nesses indivíduos deve ser minuciosa, buscando
investigar as deficiências de macro e micronutrientes, com o objetivo de
retardar os distúrbios nutricionais relacionados com a doença e melhorar a
qualidade de vida desses pacientes.
As informações
contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Barichella M, Cereda E, Pezzoli G. Major nutritional
issues in the management of Parkinson's disease. Mov Disord. 2009; v.24,
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Castro,
RCB. Quais são os distúrbios nutricionais relacionados com a doença de
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Acessado em: 09/04/2017.
Cereda E, Barichella M, Pezzoli G. Controlled-protein
dietary regimens for Parkinson's disease. Nutr Neurosci. 2010; v.13,n.1,
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Cukier,
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Morais,
MB; Fracasso, BM; Busnello, FM; Mancopes, R; Rabito, EI. Doença de Parkinson em
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