Quando se fala em quiabo a reação na
maioria das pessoas é a mesma: torcer o nariz! E essa reação muitas vezes é
explicada não pelo gosto que esse alimento tem, mas sim pela “baba” que ele
solta quando sua casca é cortada.
No Brasil, o uso do quiabo era restrito
aos negros até a colonização das regiões das minas, onde eles trabalhavam como
escravos, quando só depois acabou sendo incorporado à dieta dos portugueses e
mestiços. Sendo assim, Minas Gerais é considerada até hoje a grande produtora e
consumidora de quiabo no Brasil. Cultivada em temperaturas entre 22 e 25 °C, no
nosso país a sua produtividade normal está por volta de 15.000 a 22.000 hg/ha.
Com relação a sua composição
nutricional, o quiabo é rico em proteínas, lipídeos, carboidratos, vitaminas A,
B1, B2, C, ácido nicotínico, além dos minerais cálcio, ferro, magnésio,
fósforo, sódio, potássio. Também contem uma considerável quantidade de fibras
não digeríveis e seu valor energético esta por volta de 36 kcal/100g.
Na medicina popular, esse fruto é
amplamente utilizado como diurético e como laxante no qual já apresentou
comprovações medicinais e terapêuticas reconhecidas. Suas sementes são muito
utilizadas como estimulantes estomacais e antiespamódico. Das suas folhas são
feitos chás como alternativa no tratamento de bronquites e problemas
pulmonares.
Mais recentemente pesquisadores da
Unicamp juntamente com Instituto Agronômico de Campinas comprovaram que o
quiabo também age melhorando o funcionamento do intestino e aumentando a saciedade,
além de reduzir o nível de colesterol e controlar o nível de açúcar no sangue.
Para essa comprovação os pesquisadores
fizeram um pó com o quiabo e adicionaram o mesmo na dieta de ratos. O outro
grupo de ratos recebeu ração equilibrada, mas contento uma fonte de fibra, que
neste caso foi à celulose. Após os testes, os ratos que haviam ingerido a fibra
do quiabo apresentam uma taxa de glicose 40% menor. Além de comer 30% a menos
que os outros, já que ficaram mais saciados.
Esses resultados são atribuídos ao
conteúdo de fibras que o quiabo possui que no caso do estudo relatado era de
50% de fibra insolúvel e 50% de fibra solúvel.A redução dos níveis glicêmicos
ocorre em virtude do conteúdo de fibras solúveis presentes no quiabo. Essa
fibra quando ingerida retarda a digestão da glicose, sendo assim o açúcar
presente no alimento difunde-se no sangue mais lentamente, evitando elevações
abruptas no pico de insulina no sangue.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por
atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Bachiega, P. Quiabo: o mais novo aliado a saúde!
Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.alimentosfuncionais.blogspot.com.br Acessado em: 20/10/2019.
NDJOUENKEU, R.;
GOYCOOLEA, F. M.; MORRIS, E. R.; AKINGBALA, J. O. Rheology of okra
(Hibiscus esculentus L.) and dika nut (Irvingia
gabonensis) polysaccharides. Carbohydrate Polymers. Oxford, v.29, n.3, p.263-269, Mar., 1996.
SILVA, V.S.N. Estudo dos efeitos
nutricionais da farinha de polpa e mucilagem extraída do quiabo (Hibiscus
esculentus L.). 2006. 116f. Dissertação (Mestre em Ciência da Nutrição).
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Campinas. 2006.
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