quarta-feira, 20 de julho de 2022

Cortisol e Melatonina no Comando do Ritmo Circadiano

 


Porque sentimos sono à noite e porque acordamos cheios de energia? Ritmo circadiano define o ciclo de um dia (24 horas) e sua ação nos processos bioquímicos, fisiológicos e comportamentais. Este ciclo é controlado por uma estrutura localizada no hipotálamo, o núcleo supraquiasmático, que funciona como um ‘relógio mestre’. O núcleo supraquiasmático usa sinais como luz e escuridão para liberar hormônios e neurotransmissores, que dizem quando acordar e ser ativo, ou relaxar e ir dormir.

 

Dia e cortisol

Somos geneticamente programados para operar assim: energia durante o dia e sono à noite. Conforme o amanhecer se aproxima, nosso relógio biológico reage à luz, produzindo cortisol, adrenalina e serotonina. Quando o nível de cortisol começa a subir acordamos. Serotonina e adrenalina nos mantêm energizados e ativos à medida que o nível de cortisol vai baixando com o passar das horas.

 

Temperatura, digestão e metabolismo

No decorrer do dia a temperatura corporal, que começa baixa, vai subindo, e também o metabolismo. O relógio mestre sinaliza a fome e ativa o sistema digestivo para processar nutrientes. Ao meio-dia o metabolismo atinge o auge. À tarde o cortisol cai mais, a temperatura do corpo volta a baixar e o metabolismo desacelera.

 

Noite e melatonina

Conforme a luz reduz e a noite avança, o relógio mestre comanda a glândula pineal na conversão de serotonina em melatonina, preparando o corpo para o descanso. A temperatura continua a cair com a melatonina liberada na circulação sanguínea, e ela reina até o final da madrugada. Com o amanhecer a produção de melatonina é desligada, o cortisol volta a subir, e o ciclo recomeça.

 

Ciclo diário

Diversos ritmos circadianos, além do orquestrado por cortisol/melatonina, desempenham um papel vital na saúde e alterações nestes ritmos, causadas por estresse, doenças e hábitos de vida, estão associadas com consequências negativas para a saúde, com elevado risco de problemas metabólicos. Avaliando trabalhadores de turnos noturnos, os pesquisadores concluíram que 65 de 132 metabólitos circulantes analisados apresentaram alterações rítmicas que podem levar a desordens do metabolismo, como diabetes, ganho de peso, problemas cardíacos, renais e digestivos.

 

Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki. 

 

Título de Especialista em Nutrologia –  Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Membro Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Pós-graduação em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE – Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia;

 

Pós-graduação em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

*StatPearls 2022. Physiology, Circadian Rhythm.

*J Biological Rhythms 2022. Disturbance of the Circadian System in Shift Work and Its Health Impact.

*PLoS Biology 2019. Individual metabolomic signatures of circadian misalignment during simulated night shifts in humans.

*PNAS 2018. Separation of circadian- and behavior-driven metabolite rhythms in humans provides a window on peripheral oscillators and metabolism.

*Genome Medicine 2019. Genomics of circadian rhythms in health and disease.

*Annals of Nutrition & Metabolism 2019. Effect of Circadian Rhythm on Metabolic Processes and the Regulation of Energy Balance.

*J Clinical Investigation 2018. Role of the circadian system in cardiovascular disease.

 

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