A obesidade é caracterizada como um distúrbio do equilíbrio energético que resulta do desequilíbrio entre a ingestão e o gasto energético e influenciado por fatores biológicos e ambientais.
Devido
aos problemas que ela traz à saúde, a perda de peso é necessária. Essa terapia
envolve diversos fatores tais como: aumento de atividade física e diminuição da
ingestão energética através de plano e reeducação alimentar, assim, ocorre um
balanço energético negativo; intervenção psicológica (quando necessário),
cirurgia (em casos graves).
Entretanto,
há agentes que ajudam a estimular o gasto energético e estes são os alimentos
termogênicos. São compostos à base de plantas, tais como chás. Esses
ingredientes não possuem calorias, o que têm atraído interesse da população.
Os
alimentos termogênicos possuem um certo nível de dificuldade em serem
digeridos, fazendo com que o organismo consuma mais energia para realizar a
digestão e, também, aumentam a temperatura corporal, assim, facilitando a
queima de gordura. Entretanto, não devem ser consumidos em excesso.
Recomenda-se aliar uma alimentação adequada e exercícios físicos.
A
termogênese leva ao aumento no gasto energético relacionado à digestão,
absorção e metabolismo do alimento. É responsável por cerca de 10% do gasto
energético total (GET) e pode ser classificada por dois subcomponentes:
termogênese obrigatória, é o que fornece energia
para digerir, absorver e metabolizar nutrientes; e termogênese facultativa, que
corresponde ao gasto energético em excesso, e pode ocorrer devido à falha
metabólica do sistema nervoso simpático.
Esses
ingredientes funcionais possuem o potencial de produzir efeitos eficazes para o
metabolismo, saciedade, termogênese e oxidação de gorduras. Embora esses
alimentos possuam efeitos positivos, devemos considerar que devem ser
consumidos moderadamente, já que possuem efeito estimulante.
Há diversos exemplos
desses alimentos, porém os mais citados são: pimenta-vermelha, pimenta-preta;
em relação às ervas são: chá verde, chá preto.
Chá verde (Camelia
sinensis): O chá verde é derivado de folhas da Camellia sinensis e,
por não ser fermentado durante seu processamento, mantém a cor original de suas
folhas. Possui componentes polifenólicos, tais como flavanois, flavandiois,
flavonoides e ácidos fenólicos, mas a maioria de seus polifenois é composta de flavonois,
que possui as catequinas como componente predominante.
Há
diversos efeitos benéficos do chá verde, mas o que tem mais destaque é o efeito
na redução da gordura corporal. As doses indicadas para reduzir o apetite e aumentar o catabolismo de gorduras não são
precisas, mas usualmente ficam em torno de 3 copos por dia, que corresponde,
aproximadamente, 240 a 320mg de polifenóis.
Segundo a American Dietetic Association (ADA Reports, 2004) o
consumo de chá verde ao dia é de 4 a 6 xícaras, para haver os efeitos benéficos
do chá verde à saúde. Sua forma de preparo é algo relevante para redução de sua
oxidação, esquentar a água até pouco antes de ferver e despejá-la nas folhas de
chá bem devagar e do alto. Deve ficar infusão durante 2 a 3 minutos.
Armazená-lo por um longo período não é recomendado, o que faz com que haja
perda dos compostos fenólicos. A recomendação para preparação é a seguinte:
para cada litro de água, quatro colheres de sopa de erva fresca ou duas
colheres de sopa de erva seca. E deve ser consumido entre as principais
refeições a fim de não interferir na biodisponibilidade de nutrientes
provenientes das grandes refeições.
Capsaicina: A capsaicina é o princípio ativo
picante das pimentas, suas espécies contendo capsaicina são utilizadas em
diversos produtos alimentícios e também em especiarias. O consumo desse aditivo
das pimentas leva a um aumento da salivação, estimulação da secreção gástrica e
também da mobilidade gastrintestinal. Nos últimos dez anos, a capsaicina é
estudada por seus efeitos termogênico e saciante.
Esta
substância tem sido descrita no aumento da termogênese por ter um efeito
potencializador na secreção de catecolaminas da medula adrenal nos ratos, isso,
principalmente, devido à ativação do sistema nervoso central.
A pimenta vermelha levou a uma
redução na vontade excessiva de ingestão de alimentos e a um aumento da
oxidação de lipídeos em estudos com seres humanos.
A capsaicina é
apresentada como sendo eficaz, mas quando é clinicamente utilizada exige uma
forte observação para uma determinada dosagem, e isso não foi mostrado ser
possível ainda.
Nutricionista. Mestre e
Doutora em Ciências da Saúde pelo Instituto de Cardiologia, RS.
Especialista em
Nutrição Clínica pela ASBRAN.
Especialização em
Fitoterapia pela Universidade de Léon (Espanha).
Especialização em
Nutrição Clínica pela Faculdade CBES.
Autora do Manual de
Atendimento em Nutrição Estética, 2ª edição, editora IPGS (2011).
Coautora do
livro Atendimento Nutricional em Cirurgia Plástica - Uma Abordagem
Multidisciplinar, editora Rúbio (2013).
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências
Bibliográficas
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