quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Por que engordamos?




       Os animais dificilmente se tornam obesos. Instintivamente, eles comem o suficiente para as suas necessidades de crescimento, desenvolvimento e manutenção. O animal selvagem, desde que tenha oferta de alimentos, come o suficiente para a sua manutenção, enquanto o ser humano vai além. Este pode deixar-se atrair por alimentos apetitosos e consumir muito mais do que o necessário para o seu gasto calórico.

   No ser humano, as mães, preocupadas em alimentar bem seus filhos, acabam estimulando-os a comer mais do que deveriam. Isto em quantidade, não em qualidade. Práticas como essa vão criando hábitos de ingerir mais do que o suficiente para o gasto calórico. Tais costumes fazem com que os indivíduos sejam levados, aos poucos, a um aumento progressivo e lento de seu tecido adiposo.

     O tecido adiposo consiste em aglomerados de células que possuem a característica de captar gordura que vem através da circulação a partir dos alimentos ingeridos. Esta gordura é depositada nessas células adiposas, formando armazenamento de gordura.

    Em nosso país existem muitas comunidades que passam fome por falta de recursos. Porém, em considerável parte da população, o hábito de comer demais, especialmente consumindo alimentos altamente calóricos e nem sempre de boa qualidade nutricional, está expandindo-se. E isso por muitas razões:


● O preparo da comida saudável é mais difícil, principalmente porque há menos tempo para isso. A vida agitada dificulta o hábito das donas de casa de se dedicarem por mais tempo ao preparo das refeições da família, o que inclui o tempo para as compras dos alimentos e, em especial, de vegetais frescos;

● É muito mais fácil adquirir alimentos pré-preparados, ou congelados, reduzindo as tarefas caseiras;

● Os horários das refeições também acabam sendo sacrificados;

● As pessoas vão se adaptando a comer o que é mais fácil e, obviamente, com muito menor valor nutricional e, lamentavelmente, muito mais calórico;

● Ocorre que as pessoas tentam proteger-se, reduzindo o número de refeições/dia, sacrificando principalmente o desjejum;

● Na hora do almoço, a falta de tempo suficiente favorece que a maioria das pessoas tente consumir lanches rápidos e baratos, geralmente incluindo pão com embutidos, maionese, ricos em gordura, proteínas, açúcar e poucos, ou nenhum, ingredientes vegetais;


● Outro fato, aparentemente inocente, mas que já ficou evidenciado como um dos fatores mais envolvidos no aumento de pessoas com excesso de peso corporal, é o hábito das crianças de permanecerem por horas/dia sentadas em frente à televisão, assistindo a programas atraentes que prendem sua atenção. Geralmente as mães até gostam disso, pois os filhos ficam quietos e seguros em casa. Porém, essa rotina vicia as crianças a uma tarefa que não exige esforço, e distrai com menos atividade física, muitas vezes acompanhada de consumo de gulodices.


Reeducação Alimentar
 

           Reeducação Alimentar significa adotar novos hábitos de alimentação, o que não é tão simples como pode parecer. Cada um de nós traz de casa uma série de práticas alimentares, hábitos e costumes ligados à comida que aprendemos de nossos pais e avós. Além disso, somos submetidos à mídia, especialmente da televisão, com propagandas cheias de cores e “sabores”. E nós, como nossos filhos, adotamos o hambúrguer, o cheese-búrguer, o cheese-isso, o cheese aquilo, o fast-food regado a catchup e maionese.

     Pois a reeducação alimentar consiste em substituir essas tentações por pratos balanceados, equilibrados com saladas, grãos e um pedaço de carne magra. Nem precisamos fugir do sanduíche, da feijoada ou do torresmo em fins de semana. Força de vontade é sempre necessária, mas é preciso não transformar os novos hábitos em algo sofrido e desagradável. O importante é acostumar-se no dia-a-dia a uma refeição completa para manter nosso organismo funcionando bem e com a menor quantidade de calorias.


Atitudes Nutricionalmente Corretas


Coma muita variedade: assim você garante energia, proteína, vitaminas, minerais, fibras, gorduras suficientes para uma boa saúde;

Grãos, vegetais e frutas com fartura: eles têm pouca gordura e fornecem a maior parte dos nutrientes de que você precisa;

Vegetais frescos todo dia: principalmente cenoura, nabo abóbora, batata-doce, couve, repolho, espinafre, agrião e outros verdes;

Prefira as frutas inteiras: elas têm mais fibras do que os sucos, e mastigá-las facilita a assimilação de todos os nutrientes;            


Procure fibras: em cereais integrais cozidos ou em flocos, frutas cruas e vegetais com casca, feijões em geral;

Experimente: pães integrais de trigo, centeio, aveia, milho, mingau de grãos. Faça panquecas e waffles com farinha integral;

Varie os feijões: sempre deixando de molho antes de cozinhar (troque a água para evitar fermentação intestinal);

Evite gorduras: é a melhor prevenção contra o aumento de peso, ataque cardíaco e certos tipos de câncer;

Não frite as carnes: procure assar, cozinhar ou grelhar. Antes de temperar, retire a gordura e a pele de aves e carnes. Coma mais peixe;

Reduza os churrascos e os assados na brasa: a fumaça que impregna as carnes é cancerígena;


Use menos margarina e menos manteiga, óleo e banha: prefira leite desnatado e queijos magros, azeite de oliva;

Prestigie as vitaminas A e C. Coma laranja, pêssego, morango, melão, couve, espinafre, agrião, brócolis, repolho, batata-doce e cenoura;

Tempere os vegetais: com ervas, especiarias e gotas de limão;


Use açúcar com moderação: uma dieta rica em açúcar tem muitas calorias e nutrientes de menos, engorda sem nutrir, afeta dos dentes e está ligada a vários tipos de doença;


Use sal com moderação: você reduz seu risco de pressão alta;

Beba pouco álcool: bebidas alcoólicas fornecem calorias, mas não nutrientes. Beber engorda e causa outros tipos de problema;

Mantenha o peso adequado: isso reduz suas chances de ter pressão alta, doença cardíaca, derrame, diabetes, certos tipos de câncer, etc.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas: 
        
Angelis, RC de. Riscos e Prevenção da Obesidade: Fundamentos Fisiológicos e Nutricionais para Tratamento. 1 ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2006.

Salgado, JM. Faça do alimento o seu medicamento: previna doenças. São Paulo: Madras, 2004.

Stürmer, JS. Reeducação alimentar: qualidade de vida, emagrecimento e manutenção da saúde. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

 

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