Os animais dificilmente se
tornam obesos. Instintivamente, eles comem o suficiente para as suas
necessidades de crescimento, desenvolvimento e manutenção. O animal selvagem,
desde que tenha oferta de alimentos, come o suficiente para a sua manutenção,
enquanto o ser humano vai além. Este pode deixar-se atrair por alimentos
apetitosos e consumir muito mais do que o necessário para o seu gasto calórico.
No ser humano, as mães, preocupadas em alimentar bem seus
filhos, acabam estimulando-os a comer mais do que deveriam. Isto em quantidade,
não em qualidade. Práticas como essa vão criando hábitos de ingerir mais do que
o suficiente para o gasto calórico. Tais costumes fazem com que os indivíduos
sejam levados, aos poucos, a um aumento progressivo e lento de seu tecido
adiposo.
O tecido adiposo consiste em aglomerados de células que
possuem a característica de captar gordura que vem através da circulação a
partir dos alimentos ingeridos. Esta gordura é depositada nessas células
adiposas, formando armazenamento de gordura.
Em nosso país existem muitas comunidades que passam fome
por falta de recursos. Porém, em considerável parte da população, o hábito de
comer demais, especialmente consumindo alimentos altamente calóricos e nem
sempre de boa qualidade nutricional, está expandindo-se. E isso por muitas
razões:
● O preparo da comida
saudável é mais difícil, principalmente porque há menos tempo para isso. A vida
agitada dificulta o hábito das donas de casa de se dedicarem por mais tempo ao
preparo das refeições da família, o que inclui o tempo para as compras dos
alimentos e, em especial, de vegetais frescos;
● É muito mais fácil
adquirir alimentos pré-preparados, ou congelados, reduzindo as tarefas
caseiras;
● Os horários das refeições
também acabam sendo sacrificados;
● As pessoas vão se
adaptando a comer o que é mais fácil e, obviamente, com muito menor valor
nutricional e, lamentavelmente, muito mais calórico;
● Ocorre que as pessoas
tentam proteger-se, reduzindo o número de refeições/dia, sacrificando
principalmente o desjejum;
● Na hora do almoço, a falta
de tempo suficiente favorece que a maioria das pessoas tente consumir lanches
rápidos e baratos, geralmente incluindo pão com embutidos, maionese, ricos em
gordura, proteínas, açúcar e poucos, ou nenhum, ingredientes vegetais;
● Outro fato, aparentemente
inocente, mas que já ficou evidenciado como um dos fatores mais envolvidos no
aumento de pessoas com excesso de peso corporal, é o hábito das crianças de
permanecerem por horas/dia sentadas em frente à televisão, assistindo a
programas atraentes que prendem sua atenção. Geralmente as mães até gostam
disso, pois os filhos ficam quietos e seguros em casa. Porém, essa rotina vicia
as crianças a uma tarefa que não exige esforço, e distrai com menos atividade
física, muitas vezes acompanhada de consumo de gulodices.
Reeducação
Alimentar
Reeducação Alimentar
significa adotar novos hábitos de alimentação, o que não é tão simples como
pode parecer. Cada um de nós traz de casa uma série de práticas alimentares,
hábitos e costumes ligados à comida que aprendemos de nossos pais e avós. Além
disso, somos submetidos à mídia, especialmente da televisão, com propagandas
cheias de cores e “sabores”. E nós, como nossos filhos, adotamos o hambúrguer,
o cheese-búrguer, o cheese-isso, o cheese aquilo, o fast-food regado a catchup e maionese.
Pois a reeducação alimentar consiste em substituir essas
tentações por pratos balanceados, equilibrados com saladas, grãos e um pedaço
de carne magra. Nem precisamos fugir do sanduíche, da feijoada ou do torresmo
em fins de semana. Força de vontade é sempre necessária, mas é preciso não
transformar os novos hábitos em algo sofrido e desagradável. O importante é
acostumar-se no dia-a-dia a uma refeição completa para manter nosso organismo
funcionando bem e com a menor quantidade de calorias.
Atitudes
Nutricionalmente Corretas
● Coma muita variedade: assim
você garante energia, proteína, vitaminas, minerais, fibras, gorduras
suficientes para uma boa saúde;
● Grãos, vegetais e frutas com
fartura: eles têm pouca gordura e fornecem a maior parte dos nutrientes
de que você precisa;
● Vegetais frescos todo dia:
principalmente cenoura, nabo abóbora, batata-doce, couve, repolho, espinafre,
agrião e outros verdes;
● Prefira as frutas inteiras:
elas têm mais fibras do que os sucos, e mastigá-las facilita a assimilação de
todos os nutrientes;
● Procure fibras: em
cereais integrais cozidos ou em flocos, frutas cruas e vegetais com casca,
feijões em geral;
● Experimente: pães
integrais de trigo, centeio, aveia, milho, mingau de grãos. Faça panquecas e
waffles com farinha integral;
● Varie os feijões: sempre
deixando de molho antes de cozinhar (troque a água para evitar fermentação
intestinal);
● Evite gorduras: é a
melhor prevenção contra o aumento de peso, ataque cardíaco e certos tipos de
câncer;
● Não frite as carnes:
procure assar, cozinhar ou grelhar. Antes de temperar, retire a gordura e a
pele de aves e carnes. Coma mais peixe;
● Reduza os churrascos e os assados
na brasa: a fumaça que impregna as carnes é cancerígena;
● Use menos margarina e menos
manteiga, óleo e banha: prefira leite desnatado e queijos magros,
azeite de oliva;
● Prestigie as vitaminas A e C.
Coma laranja, pêssego, morango, melão, couve, espinafre, agrião, brócolis,
repolho, batata-doce e cenoura;
● Tempere os vegetais: com
ervas, especiarias e gotas de limão;
● Use açúcar com moderação:
uma dieta rica em açúcar tem muitas calorias e nutrientes de menos, engorda sem
nutrir, afeta dos dentes e está ligada a vários tipos de doença;
● Use sal com moderação:
você reduz seu risco de pressão alta;
● Beba pouco álcool:
bebidas alcoólicas fornecem calorias, mas não nutrientes. Beber engorda e causa
outros tipos de problema;
● Mantenha o peso adequado:
isso reduz suas chances de ter pressão alta, doença cardíaca, derrame,
diabetes, certos tipos de câncer, etc.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Angelis, RC de. Riscos e
Prevenção da Obesidade: Fundamentos Fisiológicos e Nutricionais para
Tratamento. 1 ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2006.
Salgado, JM. Faça do
alimento o seu medicamento: previna doenças. São Paulo: Madras, 2004.
Stürmer, JS. Reeducação
alimentar: qualidade de vida, emagrecimento e manutenção da saúde. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2001.
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