Síndrome
caracterizada por proteinúria (perda de proteína pela urina) superior a
3,5g/1,73m² de superfície corpórea nas 24 horas em adultos, ou maior do que
50mg/kg/dia em crianças, hipoalbuminemia e edema. É uma dificuldade dos rins em
filtrar as proteínas.
É
uma doença crônica e muitas vezes acontece na infância. Pode ocorrer em
qualquer criança, mas é mais comum nos meninos entre as idades de 1,5 a 4 anos.
Uma
das maneiras de perceber é o inchaço abdominal e também nas pálpebras pela
manhã e nos tornozelos depois que a criança anda. Mas, para ter certeza, só com
diagnóstico médico que além dos sintomas clínicos solicita exames
ambulatoriais.
Manifestações
Clínicas
● Redução das proteínas
séricas (albumina < 2,5g/dl), levando o paciente a um quadro de anasarca
(edema generalizado) e hipovolemia (redução do volume sanguíneo);
● Pressão arterial –
geralmente encontra-se dentro dos limites de normalidade;
● Diurese – diminuída devido
à maior retenção de água e sódio, como mecanismo de compensação da hipovolemia;
● O lipidograma revela
aumento de colesterol e triglicerídeos, o que parece ter uma relação direta com
a hipoalbuminemia, já que, na tentativa de repor as perdas proteicas, o
hepatócito (células do fígado) também produz lipoproteínas de muito baixa
densidade (VLDL) e albumina, pois ambas têm a mesma via de síntese na referida
célula.
Tratamento
Dietético
● Líquidos: é recomendável
fazer balanço hídrico. A restrição hídrica somente estará indicada se houver
comprometimento nefrítico, caracterizado pelo aumento da pressão arterial;
● Lipídios: a restrição de
gordura está indicada se houver persistência de níveis elevados de colesterol e
triglicerídeos, já que na fase aguda da doença espera-se uma elevação destes em
decorrência da hipoalbuminemia. Após a fase aguda, se os níveis ultrapassarem o
dobro dos valores esperados para a idade, passam a representar maior risco para
a formação de ateromas, o que justifica a restrição dietética;
● Proteína: quando a
síndrome nefrótica está instalada há muito tempo, pode ocorrer desnutrição
proteica. Não há indicação de dieta hiperproteica, já que as perdas de proteína
pela urina são inevitáveis enquanto houver uma permeabilidade glomerular
aumentada. Além disso, a oferta excessiva de proteínas pode representar maior
risco de lesão glomerular. A ingestão de proteínas deve atender às
recomendações para a idade e sexo;
● Carboidratos: oferta
normal para a idade, representam cerca de 50-60% do valor energético total da
dieta;
● Vitaminas e minerais:
oferta de acordo com as recomendações para a idade e sexo, ou conforme
carências nutricionais específicas observadas clínica ou bioquimicamente;
● Sal: a restrição de sal é
feita para o controle do edema, inchaço, e em situações mais graves, também as
quantidades de água. Já o potássio, deve estar presente na dieta, acima de 6
gramas por dia , o que se aproxima de duas bananas. Porém, se houver
insuficiência renal aguda, diminuição na produção de urina, o potássio também
deve ser restrito (1,5 - 2,0 gramas / dia).
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Texto
elaborado por: Sheila Basso e Nicole Trevisan
Nutricionista
CRN3 33698
Educadora
em Diabetes pela SBD/IDF
Mestranda
em ciências pela Faculdade de Medicina da USP
Nutricionista
na ADJ Diabetes Brasil em atendimento e curso de contagem de carboidratos
Referências Bibliográficas:
Costa, VM. Síndrome
Nefrótica. In: Práticas de nutrição pediátrica. 1 ed. São Paulo: Editora
Atheneu, 2002.
Kirsztajn, GM; Pereira, AB.
Nefroses e Nefrites. In: Guia de medicina ambulatorial e hospitalar de
nefrologia. 2 ed. Barueri, SP: Manole, 2005.
Ribeiro, RLR; Rocha, SMM.
Enfermagem e família de crianças com síndrome nefrótica: novos elementos e
horizontes para o cuidado. Texto Contexto Enferm, 2007; v.16, n.1: p.112-119.
Nenhum comentário:
Postar um comentário