O estado nutricional do paciente com
HIV/AIDS adquiriu importância na prática clínica devido à desnutrição e aos
efeitos colaterais da terapia antirretroviral. Mesmo na era HAART (terapia
antirretroviral de alta eficácia/highly active antirretroviral therapy), não é
pequeno o número de pacientes com perda de peso corporal e alterações
importantes de composição corporal. Assim, recomenda-se atuar de imediato em
qualquer indivíduo HIV+, assintomático ou na vigência de AIDS, que tenha perda
de peso.
Em pacientes com infecção pelo HIV,
a perda de peso, particularmente perda da massa celular metabolicamente ativa,
está associada a aumento de mortalidade, aceleração da progressão da doença,
perda de massa corporal magra, diminuição da força muscular e piora do estado
funcional.
A infecção por HIV pode causar
desnutrição por uma variedade de mecanismos, como invasão das células gliais do
sistema nervoso central, levando a demência ou a neuropatia. Estas interferem
com a ingestão alimentar via anorexia e disfagia. Podem também ocorrer lesões
anatômicas, como monilíase oral, que dificulta a mastigação, além de esofagites
ou monilíase esofágica e, ainda pode haver infecção da mucosa intestinal
causada por agentes oportunistas, como E.
coli e C. difficile, diminuindo a absorção de nutrientes e provocando
diarreia.
A desnutrição em pacientes com AIDS,
conhecida como Wasting Syndrome (Síndrome Consumptiva), é caracterizada pela
perda de peso involuntária maior que 10%. Em geral, está associada à febre
documentada por mais de 30 dias, fraqueza e diarreia (> 2 evacuações/dia por
mais que 30 dias). Há associação com aumento da morbidade e da mortalidade e,
maior susceptibilidade a infecções oportunistas e tumores.
Uma alimentação saudável aumenta a resistência à aids, fornecendo energia para as atividades diárias e, também, vitaminas e minerais que o organismo precisa. Além de tornar a pessoa mais disposta, uma alimentação equilibrada fortalece o sistema de defesa, ajuda no controle das gorduras e açúcares do sangue, a absorção intestinal e melhora os resultados do tratamento.
A alimentação saudável é aquela que tem todos os alimentos necessários, de forma variada e equilibrada. Para se ter uma alimentação saudável, o ser humano precisa consumir alimentos de todos os três grupos:
Uma alimentação saudável aumenta a resistência à aids, fornecendo energia para as atividades diárias e, também, vitaminas e minerais que o organismo precisa. Além de tornar a pessoa mais disposta, uma alimentação equilibrada fortalece o sistema de defesa, ajuda no controle das gorduras e açúcares do sangue, a absorção intestinal e melhora os resultados do tratamento.
A alimentação saudável é aquela que tem todos os alimentos necessários, de forma variada e equilibrada. Para se ter uma alimentação saudável, o ser humano precisa consumir alimentos de todos os três grupos:
●
Carboidratos: Fornecem
a energia necessária para as atividades do dia a dia, como andar, falar,
respirar etc. Encontrados em: arroz, açúcar, massas, batata, mandioca, cereais,
farinhas e pães.
●
Proteínas: Todos
os tecidos do corpo são formados por elas. São as principais componentes dos
anticorpos e dos músculos. Constroem, “consertam” e mantêm o corpo, além de
aumentarem a resistência do organismo às infecções. Encontradas em: carnes
bovinas, suína, frango, peixes, miúdos, ovos, leite, iogurtes e queijos
(animais) e feijão, soja e derivados, castanhas, amendoim, amêndoa (vegetais).
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Gorduras: Fornecem
energia. O organismo precisa delas em pequenas quantidades. Algumas vitaminas
usam-nas para serem transportadas no organismo, assim como alguns medicamentos
antirretrovirais também. Encontrados em: manteiga, óleos, azeite de oliva, margarina,
gordura animal (presente nas carnes).
O ideal é fazer três refeições
principais por dia, com dois ou três lanches nos intervalos. A alimentação deve
ser balanceada, variada, dando preferência aos alimentos não industrializados,
sempre respeitando as características e hábitos de cada um. Deve ser priorizado
o consumo diário de frutas, verduras, legumes, alimentos integrais e carnes
magras. Frituras, gorduras e açúcares devem ser diminuídos ou evitados.
Suplementos orais estão indicados
quando o paciente se alimenta por via oral, mas não o suficiente para manter
suas necessidades energéticas. A suplementação oral também é benéfica em
períodos de maior necessidade energética, quando o metabolismo basal está
aumentado, como, por exemplo, em episódios de algumas infecções oportunistas. A
via enteral deve ser considerada sempre que a alimentação oral estiver
insuficiente. A nutrição parenteral está indicada na falência da via enteral,
como em casos de diarreia intratável, obstrução intestinal e/ou vômitos inevitáveis.
No entanto, o uso de nutrição parenteral em pacientes HIV+ deve ser monitorado
com cuidado, já que a incidência de infecção do cateter venoso central é maior
do que na população em geral, e suas consequências também poderão adquirir
dimensões indesejáveis devido à imunossupressão.
A terapia nutricional está indicada
quando o paciente apresenta significante perda de peso (> 5% em três meses
ou depleção da massa celular corporal (> 5% em três meses). A terapia
nutricional deve ser também considerada em pacientes com IMC < 18kg/m².
Na fase estável da doença, a
necessidade proteica deve ser de 1,2g/kg de peso atual/dia. Na fase aguda, a
necessidade de proteínas aumenta para 1,5g/kg de peso atual/dia.
A necessidade energética para
pacientes assintomáticos é de 30-35kcal/kg/dia. Em paciente sintomático com a
doença propriamente dita – AIDS e CD4 inferior a 200 células, a necessidade é
de 40kcal/kg/dia.
Há necessidades especiais de
micronutrientes: vitaminas A, B, C, E, zinco e selênio que não devem ser
inferiores a 100% das DRIS.
Ainda falta evidência clínica mais
conclusiva quanto aos benefícios da utilização de fórmulas suplementadas com
nutrientes específicos para o paciente com HIV/AIDS, provavelmente devido a
limitações relacionadas aos aspectos éticos e metodológicos. Apenas um estudo
demonstrou que a suplementação oral com 30g de glutamina por um mês reduziu a
gravidade da diarreia associada ao uso de inibidor de protease (nelfinavir) e
melhorou a qualidade de vida desses pacientes. No entanto, os resultados não
evidenciaram efeito significativo do tratamento quanto a melhora da composição
corporal, aumento dos níveis das células CD4 e redução da carga viral.
A terapia nutricional com
probióticos está indicada para o paciente pediátrico com HIV, principalmente
quando ocorre disfunção intestinal e redução dos linfócitos T CD4.
Alguns trabalhos têm estudado o
efeito da suplementação de ácidos graxos ômega-3 nas complicações metabólicas
presentes em pacientes em tratamento com drogas antirretrovirais. A
suplementação com ácido graxo ômega-3 resultou em significativa redução nos
níveis séricos de triglicerídeos.
Suplementação com ácido graxo
ômega-3 reduz drasticamente triglicerídeos séricos, ácido araquidônico na
fração fosfolípide e parece diminuir a lipogênese associada com a síndrome
metabólica.
Cuidado com os
alimentos
Um grande problema para os soropositivos
são as doenças provocadas por alimentos contaminados, que podem causar vômitos,
diarreias ou mesmo infecção intestinal. Alguns cuidados e dicas com os
alimentos:
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Antes de cozinhar, lavar bem as mãos e os utensílios que forem usados;
●
Copos ou pratos rachados não devem ser usados, pois os germes se acumulam nas
rachaduras;
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O lixo deve estar sempre tampado e longe dos alimentos;
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Manter os alimentos fora do alcance dos insetos, roedores e outros animais.
Cobrir ou guardar em vasilhas bem fechadas;
●
Não consumir alimentos com alterações de cor ou cheiro;
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Descongelar as carnes na geladeira e não em temperatura ambiente. Evitar comer
carne crua;
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O leite pasteurizado deve ser mantido na geladeira depois de aberto e a atenção
na validade deve ser constante. Se não for pasteurizado, recomenda-se ferver
antes de beber;
●
Evitar comer ovos crus. Cozinhar até ficarem duros (6 a 8 minutos de fervura)
ou fritar até a gema ficar dura;
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Cortar a carne e os vegetais em tábuas de plástico ou vidro e depois lavar.
Evitar a tábua de madeira, pois acumulam muitos germes e bactérias.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Alimentação na AIDS. Departamento de DST, Aids
e Hepatites Virais. Disponível em: www.aids.gov.br Acessado em: 10/11/2014.
Coppini, LZC; Jesus, RP. Projeto Diretrizes:
Terapia Nutricional na Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV/AIDS), 2011.
Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral e Parenteral e Associação Brasileira
de Nutrologia.
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