quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Glicina

 

Glicina talvez seja o aminoácido não essencial mais importante em humanos e muitos mamíferos. A glicina é sintetizada a partir de colina, serina, hidroxiprolina e treonina, através do metabolismo entre órgãos, no qual rins e fígado são os principais envolvidos. Ela apoia a saúde do coração, cérebro, intestino e fígado, melhora o sono, baixa o risco de diabetes, reduz a perda muscular. Cientistas estudam o seu papel no envelhecimento saudável (ação geroprotetora).

 

Aminoácido construtor

A glicina é um aminoácido que ajuda a construir proteínas, outros aminoácidos e antioxidantes. Ela atua como um precursor de vários metabólitos importantes de baixo peso molecular, como creatina, glutationa, colágeno, radical heme, purinas e porfirinas. Também pode se ligar a receptores e transportadores específicos, que atuam em muitos tipos de células em todo o organismo para exercer seus efeitos.

 

Saúde geral e saúde mental

A glicina é muito eficaz na melhoria da saúde geral e apoia o crescimento e o bem-estar. Há pesquisas contundentes que mostram o papel da glicina suplementar na prevenção de muitas doenças e distúrbios, incluindo o câncer. A suplementação dietética da dose adequada de glicina é útil no tratamento de distúrbios metabólicos e inflamatórios em pacientes com doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes. A glicina também tem a propriedade de melhorar a qualidade do sono e as funções neurológicas, contribuindo para a saúde mental.

 

Anti-inflamação

Muitos estudos desvendaram os efeitos anti-inflamatórios da glicina, incluindo sua capacidade de diminuir citocinas pró-inflamatórias e a concentração de ácidos graxos livres, melhora da resposta à insulina e mediação de outras alterações patogênicas. A glicina exerce seus efeitos anti-inflamatórios por meio da modulação da expressão do fator nuclear kappa B (NF-κB) nas células.

 

Fontes

O corpo produz glicina naturalmente a partir de outros aminoácidos, ela é encontrada em alimentos ricos em proteínas e está disponível como suplemento dietético. Geralmente, em condições comuns de alimentação, a glicina não é suficientemente sintetizada em humanos. Embora seja um aminoácido não essencial, a suplementação dietética de glicina é importante para se evitar o desenvolvimento de carências e inflamação crônica, principalmente em idosos. A dose ideal pode variar muito (de 500 mg a 3 g por dia), dependendo do objetivo e condição de saúde. Glicina tem um sabor adocicado bem agradável.

 

Benefícios 

•Glicina é necessária para produzir glutationa - ela é um dos três aminoácidos (cisteína, glicina, ácido glutâmico) que compõem este poderoso antioxidante, que protege as células contra danos oxidativos causados por radicais livres.

•A creatina, formada a partir de glicina, arginina e metionina, aumenta a massa muscular e fornece aos músculos força e energia para realizar atividades físicas, além de atuar na saúde óssea, função cerebral e condições neurológicas.

•Colágeno é uma proteína estrutural que contém grandes quantidades de glicina e fortalece músculos, pele, cartilagens, ossos e ligamentos.

•Glicina melhora a qualidade do sono através de seus efeitos calmantes no cérebro e sua capacidade de diminuir a temperatura corporal central.

•Ela pode proteger o fígado de danos induzidos pelo álcool, atuando na inflamação local.

•Ajuda na saúde do coração, melhorando a capacidade do corpo de usar óxido nítrico, uma molécula crucial que aumenta o fluxo sanguíneo e reduz a pressão arterial.

•Reduz a resistência à insulina e pode ser útil no diabetes tipo 2.

•A glicina pode reduzir a perda patológica de massa muscular, uma condição que ocorre com o envelhecimento, desnutrição e quando o corpo está sob intenso estresse, como câncer ou queimaduras graves.

 

Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki. 

 

Título de Especialista em Nutrologia –  Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Membro Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Pós-graduação em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE – Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia;

 

Pós-graduação em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

Referências Bibliográficas:

*Geroscience 2024. The effect of glycine administration on the characteristics of physiological systems in human adults: A systematic review.

*Int J Molecular Science 2023. Glycine: The Smallest Anti-Inflammatory Micronutrient.

*American J Clinical Nutrition 2024. Reduced plasma glycine concentration in healthy & chronically diseased older adults: a marker of visceral adiposity?

*Frontiers in Nutrition 2024. Association between dietary glycine intake & the prevalence of hypertension, hyperlipidemia, overweight or obesity in rural northern China: a cross-sectional study.

*Curr Opin Clinical Nutrition & Metabolic Care 2023. Alterations in glycine metabolism in obesity & chronic metabolic diseases - an update on new advances.

*Ageing Research Reviews 2023. Glycine and aging: evidence & mechanisms.

 

Nenhum comentário: