A Organização Mundial de Saúde
(OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Ministério da
Saúde preconizam o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e,
depois dessa idade, que os lactentes recebam alimentos complementares, mas
continuem com o leite materno até os dois anos.
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Aleitamento
materno exclusivo: quando a criança recebe somente leite materno,
diretamente da mama ou extraído, e nenhum outro líquido ou sólido, com exceção
de gotas ou xaropes de vitaminas, minerais e/ou medicamentos;
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Aleitamento
materno predominante: quando o lactente recebe, além do leite materno,
água ou bebidas à base de água, como sucos de frutas e chás;
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Aleitamento
materno: quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou
ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos;
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Aleitamento
materno complementado: quando a criança recebe, além do leite materno,
qualquer alimento sólido ou semi-sólido com a finalidade de complementá-lo, e
não de substituí-lo. Nessa categoria a criança pode receber, além do leite
materno, outro tipo de leite, mas este não é considerado alimento complementar;
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Aleitamento
materno misto ou parcial: quando a criança recebe leite materno e
outros tipos de leite.
São inúmeras as vantagens da
amamentação, especialmente nos primeiros meses de vida. Em primeiro lugar, ela
garante, em muitos casos, a sobrevivência das crianças, e, particularmente,
daquelas em condições desfavoráveis e/ou que nascem com baixo peso.
Além de diminuir a mortalidade, o leite materno
protege contra incidência e gravidade das diarreias, pneumonias, otite média,
diversas infecções neonatais e outras infecções (por exemplo, infecção
respiratória).
O leite materno é fundamental para a saúde das
crianças nos 6 primeiros meses de vida, por ser um alimento completo,
fornecendo inclusive água, com fatores de proteção contra infecções comuns da
infância, isento de contaminação e perfeitamente adaptado ao metabolismo da
criança. Além do mais, o ato de amamentar é importante para as relações
afetivas entre mãe e filho.
A amamentação deve ser iniciada tão logo quanto
possível, de preferência na primeira hora após o parto. A sucção espontânea do
recém-nascido pode não ocorrer antes de 45 minutos a 2 horas após o parto,
porém o contato pele-a-pele imediatamente após o parto é muito importante.
Contato precoce com a mãe está associado com maior duração da amamentação,
melhor interação mãe-bebê, melhor controle da temperatura do recém-nascido, níveis
mais altos de glicose e menos choro do recém-nascido. Além disso, sucção
precoce da mama pode reduzir o risco de hemorragia pós-parto, ao liberar ocitocina,
e de icterícia no recém-nascido, por aumentar a motilidade gastrintestinal.
O aleitamento materno sob livre demanda deve ser
encorajado, pois faz parte do comportamento normal do recém-nascido mamar com
frequência, sem regularidade quanto a horários. Aleitamento materno sem
restrições diminui a perda de peso inicial do recém-nascido, favorece a
recuperação mais rápida do peso de nascimento, promove uma “descida do leite”
mais rápida, aumenta a duração do aleitamento materno, estabiliza os níveis de
glicose do recém-nascido, diminui a incidência de hiperbilirrubinemia e previne
ingurgitamento mamário.
O tempo de permanência na mama em cada mamada
também não deve ser estabelecido, uma vez que a habilidade do bebê em esvaziar
a mama varia entre as crianças e, numa mesma criança, pode variar ao longo do
dia dependendo das circunstâncias. É importante que a criança esvazie a mama,
pois o leite do final da mamada, leite posterior, contém mais calorias e sacia
a criança.
Os suplementos (água, chás, outros leites) devem
ser evitados, pois há evidências de que o seu uso está associado com desmame
precoce. É claro que o uso de suplementos muitas vezes se faz necessário por
indicação médica. Sempre que possível e disponível, na ausência de leite
materno, deve-se utilizar leite humano pasteurizado, de banco de leite humano.
O uso de copinho para oferecer suplementos à criança pequena, inclusive para
recém-nascidos pré-termo, tem sido preconizado pela OMS. A mamadeira, além de
ser uma importante fonte de contaminação da criança, pode ter um efeito
negativo sobre o aleitamento materno. Tem sido observado que algumas crianças
desenvolvem preferência por bicos de mamadeira, apresentando uma maior
dificuldade para amamentar ao seio. Alguns autores acreditam que a diferença
entre as técnicas de sucção da mama e dos bicos artificiais possa levar à
“confusão de sucção”.
O uso de chupeta também tem sido desaconselhado
pela possibilidade de interferir com o aleitamento materno. Crianças que chupam
chupetas em geral são amamentadas menos frequentemente, o que pode prejudicar a
produção de leite.
As informações contidas neste blog, não
devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de
saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e
sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Giugliani, ERJ. O aleitamento materno na
prática clínica. J Pediatr 2000; v.76, Supl.3: p. S238-S252.
Guia Alimentar Para Crianças Menores de 2
anos. Ministério da Saúde. Disponível em: www.saude.gov.br
Acessado em: 21/09/2014.
Silva, AP; Souza, N. Prevalência do Aleitamento
Materno. Rev Nutr 2005; v.18, n.2: p. 301-310.
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