A obesidade é definida como o acúmulo de
gordura corporal, resultando em excesso de peso. A maneira mais frequentemente
utilizada para quantificar a obesidade é por meio do índice de massa corporal
(IMC). Indivíduos com IMC acima de 25 kg/m² são classificados como portadores
de sobrepeso e com IMC maior ou igual a 30 kg/m² são considerados obesos.
O excesso de peso é um problema atual de
saúde pública nas diversas populações, e a perda de peso tem sido uma
preocupação comum na população em diferentes faixas etárias. Nesse cenário, é
atraente a ideia de perda de peso rápida sem a adoção da estratégia de redução
da ingestão de energia proveniente da dieta e aumento do gasto energético a
partir de prática regular de atividade física.
Quando você decide que quer emagrecer,
precisa adquirir confiança em si mesmo, acreditar que vai obter resultados,
mesmo que demore algum tempo, mas que seja para toda a vida. E a única forma de
conseguir isso é mudando a cabeça e as atitudes no que se refere à sua
alimentação. A princípio, tenha em mente o seguinte: você deve emagrecer
comendo. Comer é um ato social. Mas escolher e comer certo são tarefas que se
deve aprender e exercitar.
Não conte calorias. Caloria é um
combustível, resultado da transformação dos alimentos pelo nosso organismo. Sem
ela, não dá para executar atos simples, como falar, ler, piscar os olhos. Toda
ação do nosso corpo exige uma quantidade de calorias para ser executada. A
primeira regra básica para conseguir ou manter o peso ideal: se você ingere a
quantidade adequada e necessária de calorias para fazer suas atividades
diárias, não ganha peso nem emagrece.
Mas se consumir mais do que gasta,
começa a estocar calorias em forma de gordura. Portanto, para eliminar peso, o
caminho é o inverso. Se você gasta 2.000 calorias em suas atividades físicas
diárias, mas só consome 1.500, seu corpo precisa compensar a diminuição do
consumo, recorrendo ao estoque de gorduras para transformá-las em energia.
Resultado: você emagrece.
Carboidratos e gorduras
Quando o organismo precisa de
calorias, primeiro ele utiliza os carboidratos, porque são mais fáceis de ser
metabolizados e transformados em energia. As gorduras armazenadas só serão
utilizadas como combustível depois que o estoque dos açúcares chegar ao fim.
Isso poderia fazer você achar que, ao eliminá-los definitivamente da sua
alimentação, vai conseguir emagrecer com mais facilidade. Mas não é o que
acontece. Se o seu corpo utiliza diretamente a reserva, acredita que está em
estado de carência e acaba reagindo a isso: economiza, ao máximo, suas
reservas, para suprir necessidades de sobrevivência dos órgãos. Resultado: o
processo de emagrecimento até ocorre, mas de forma lenta. Se você consome algum
carboidrato e alguma gordura, eles são usados rapidamente e dão início ao
processo de queima, acelerando o metabolismo.
Os alimentos são ingeridos,
metabolizados e podem ser armazenados pelo organismo. Ao consumir uma
quantidade maior do que seu corpo é capaz de estocar – para utilização em momentos
quando não há ingestão de alimentos -, ocorre a transformação do excesso em
gordura, ocasionando aumento de peso. Esta situação pode acontecer quando você
come, por exemplo, uma segunda fatia de bolo, repete uma sobremesa ou come mais
duas fatias de pizza.
Não se pode dispensar a gordura da
alimentação diária. Elas são importantes em diversas funções, como a proteção
térmica e a regulagem da temperatura do corpo. Outra função das gorduras é que
transportam certas vitaminas que você ingere (A, D, E, K), que são
imprescindíveis para sua saúde.
Efeito sanfona
Os seres humanos são perfeitamente capazes de comer quando não estão com fome, motivados por ocasiões sociais, horários pré-estabelecidos, eventos gastronômicos, ou pela simples vergonha de recusar um alimento oferecido por um amigo. Somos também capazes de restringir o consumo alimentar, como nos casos dos regimes de emagrecimento. Os regimes alimentares podem desregular nosso equilíbrio e o comportamento alimentar.
O fato de alternar fases de extremo controle da alimentação, baseadas em dietas restritivas, vai causar uma perda de peso rápida, mas temporária. O mais comum é que o indivíduo recupere o peso perdido meses ou anos depois. Os estudos falam de até 95% de recaídas 2 anos após o regime. Não há mudança de comportamento, apenas uma restrição alimentar temporária, que resulta simplesmente no efeito sanfona.
A
perda de peso, quando é rápida, gera uma perda de massa magra (músculos e
água), muitas vezes maior do que a perda de gordura corporal. Na recuperação do
peso perdido, quando o indivíduo “larga” a dieta restritiva e passa a se
alimentar como antes ou até mais, há o ganho de peso, em sua maioria na forma
de gordura. Com o tempo de efeito sanfona, a composição corporal do indivíduo
muda, diminuindo as taxas de massa magra e aumentando as taxas de gordura. Como
conseqüências a essa mudança na forma corporal, há uma diminuição do gasto
energético do organismo (porque o músculo gasta mais energia que a gordura), e
esse acúmulo de gordura corporal pode ainda deixar o indivíduo mais propenso a
desenvolver doenças crônicas, como problemas cardiovasculares, diabetes e
hipertensão, sobretudo se o acúmulo maior de gordura for maior na região
abdominal. Isso sem contar que o fato de emagrecer e engordar pode afetar o
funcionamento do coração: imagine um coração que bombeia sangue para um corpo
de 60 kg, que 2 meses depois passa a bombear sangue para o mesmo corpo, agora
com 50 kg. Se mais 2 meses após esse coração tiver que bombear o sangue para o
mesmo corpo, mas agora com 70 kg, o trabalho cardiovascular será bem diferente!
São 20 quilos de diferença.
Vale
lembrar, que quanto mais tempo passa, mais peso o indivíduo pode ganhar com as
sucessivas perdas e recuperações de peso, levando-o, muitas vezes, a um quadro
de obesidade.
Atividade Física
Melhores
resultados na perda de peso são obtidos quando se associa atividade física à
dieta. O exercício físico facilita a aderência à dieta de baixa caloria e
vice-versa, alterando a proporção de gordura e carboidratos utilizados tanto
durante a atividade física como em repouso, e acrescentando maior perda de
gordura corporal durante o tratamento. É um mito associar a atividade física ao
aumento do apetite. Quando se avalia a ingestão de macronutrientes em 24 horas,
observa-se que nos dias em que são feitos os exercícios a ingestão calórica é
semelhante aos dias sem atividade física programada. Mas o exercício físico
parece influenciar na seleção dos macronutrientes. Exercícios de longa duração
e baixa intensidade produziram maior ingestão de lipídeos do que em condições
sedentárias e os exercícios de alta intensidade e curta duração produziram um
consumo maior de carboidratos. O exercício físico melhora a força muscular, o
equilíbrio, a agilidade e o condicionamento cardiovascular não só no momento do
exercício, mas durante o restante do dia.
A
atividade física prescrita pode ser a programada e a não programada. As atividades
físicas não programadas são as atividades rotineiras e devem ser
incluídas no programa de perda de peso. Modificações de coisas simples (como
reduzir o uso de controle remoto da televisão, de telefones sem fio, de
elevadores e escadas rolantes, deixar o carro em casa de vez em quando e
passear a pé) fazem diferença importante no final do dia.
A
atividade
física programada deve fazer parte do tratamento para perda de peso,
mas no momento de prescrevê-la devemos levar em conta as limitações do
paciente, tais como magnitude da obesidade, doença isquêmica, problemas
ortopédicos etc. A adesão é maior quando há prazer no exercício praticado.
Além
dos benefícios da atividade física como tratamento para perda de peso, é
unanimidade que ela é fundamental para a manutenção do peso perdido.
Dicas:
●
Não existe dieta milagrosa;
● Não
se deve acreditar em e-mail ou qualquer tipo de anúncio sobre esse assunto;
● O
emagrecimento é um processo gradativo e se ocorrer de forma rápida pode ser
prejudicial à saúde;
●
Muitas vezes o peso perdido com dietas milagrosas não é de gordura, mas de
músculos e água;
●
Essas dietas podem até trazer algum resultado, porém, pode ser desastroso assim
que a dieta é abandonada, causando o famoso “efeito sanfona”;
Não
fique muito tempo sem comer, em jejum (pode reduzir o gasto energético corporal
e ainda aumentar a secreção do cortisol, hormônio do estresse que também
facilita acúmulo de gordura na região abdominal);
●
Não pule refeições e evite restrição alimentares severas;
● Não
deixe de ingerir nenhum grupo específico de alimentos (comer alimentos ricos em
carboidratos, gorduras, proteínas, além de vegetais e frutas);
●
Para emagrecer não basta só ingerir menos calorias, é necessário a prática
paralela de atividade física;
● Em
períodos de instabilidade emocional, realizar constantemente atividades de
lazer de sua preferência (como por exemplo: dançar, cantar, brincar com
cachorro, jogar, ler, ou qualquer atividade que lhe dê prazer), para evitar que
o alimento sirva como conforto.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais
da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos
e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Almeida, JC; Rodrigues, TC; Silva, MS; Azevedo,
MJ. Revisão Sistemática de Dietas de Emagrecimento: Papel dos Componentes
Dietéticos. Arq Bras Endocrinol Metab 2009; v.53, n.5, p: 673-687.
Cuidados com Dietas Milagrosas. Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Disponível em: www.endocrino.org.br Acessado em:
15/10/2014.
Efeito sanfona. Disponível em: www.dietnet.com.br Acessado em:
15/10/2014.
Philippi, ST. A dieta do bom humor. 1. ed. São
Paulo: Panda Books, 2006.
Suplicy, H.Tratamento Não Farmacológico da
Obesidade. Revista Abeso; 2007.
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