A
síndrome pré-menstrual (SPM) ou, como é comumente chamada, tensão pré-menstrual
(TPM) é um dos distúrbios mais comuns a afetar as mulheres. A maioria delas
passa por algumas alterações durante o ciclo menstrual, mas somente quando
estas mudanças tornam-se desconfortáveis, a ponto de interferir de forma
importante em seu estilo de vida, diz-se que elas têm SPM.
A
TPM é caracterizada por: sensibilidade no seio, constipação ou diarreia,
cólicas, retenção hídrica com ganho de peso, fadiga, alterações no humor,
insônia, suor nas extremidades, tontura, desmaio, dor de cabeça, mudanças no
apetite e no comportamento alimentar (compulsão alimentar), dificuldade de
concentração, menor rendimento, entre outros.
A
causa exata da SPM ainda é desconhecida, mas existem algumas hipóteses que a
explicam. Como é possível observar na imagem abaixo, durante o ciclo menstrual
há dois picos de secreção de estrogênio, um no momento da ovulação, e um na
fase pré-menstrual e já é bem estabelecido na literatura que esse hormônio
causa retenção de água e sódio, o que explicaria alguns dos sintomas como edema
e mastalgia.
No
entanto, essas alterações hormonais são fisiológicas e o porquê de algumas
mulheres serem mais sensíveis do que outras a essa mudança, ainda não foi
esclarecido. A hipótese predominante atual é de que as mulheres que desenvolvem
SPM têm maior vulnerabilidade em sistemas de neurotransmissores no sistema
nervoso central, sobretudo o sistema serotonérgico (libera ou é estimulado pela
serotonina no processo de transmissão de impulsos), pois as alterações
hormonais que ocorrem durante a fase lútea, amplificam a desregulação desse
sistema.
Há
também alguns estudos que defendem outros possíveis mecanismos que relacionam a
SPM com a nutrição, como a deficiência de vitamina B6, a hipoglicemia e níveis
baixos de cálcio e/ou magnésio.
Alguns
cuidados com a alimentação podem ser adotados para amenizar os sintomas, como
reduzir a ingestão de açúcares e gorduras, reduzir a ingestão de sal e evitar a
ingestão de alimentos industrializados e embutidos. Deve-se estimular a
substituição de carboidratos simples por fontes de carboidratos complexos, como
grãos integrais, e aumento na ingestão de água, verduras cruas e frutas
oleaginosas.
Uma
das compulsões mais relatadas é aquela por chocolate, parecendo estar ligada à
composição em gordura e açúcar, à textura e ao aroma deste alimento. A fixação
é episódica, aumentando imediatamente antes e durante o sangramento.
Permanece
a ser elucidado se o surgimento de compulsão alimentar em alguma fase do ciclo
menstrual pode ser explicado por mecanismos biológicos, psicológicos ou ambos.
Sabe-se que ocorre envolvimento hormonal, podendo haver ainda a participação de
outros componentes, como, no caso do chocolate, as metilxantinas e os ácidos
graxos semelhantes a canabinoides nele presentes, embora ainda não se conheça o
mecanismo exato da ocorrência.
A
cafeína é um potente estimulador do sistema nervoso central, que aumenta o
cortisol e diminui a produção de serotonina, consequentemente agravando
sintomas como estresse, irritabilidade, dores de cabeça, tensão, ansiedade e
compulsão por doces, e, portanto, seu consumo deve ser evitado nessa fase.
O
consumo de bebidas alcoólicas pode favorecer o aumento no consumo de doces,
pois pode levar à hipoglicemia, além da eliminação de importantes nutrientes
envolvidos com os sintomas da SPM, como cálcio, magnésio e vitaminas do
complexo B.
Estudos
demonstram que a suplementação com cálcio (1.000 a 1.200mg/dia durante 3
ciclos), magnésio (200 a 400mg/dia por no mínimo 2 meses) e vitamina B6 (50 a
400mg/dia por no mínimo 3 meses) é capaz de reduzir em até 48% os sintomas da
SPM.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
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Tesser, A. O que é e qual é o papel da
alimentação na síndrome pré-menstrual? Disponível em: www.nutritotal.com.br
Acessado em: 03/09/2017.
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