A cebola (Allium cepa L.) é um dos vegetais
de maior consumo em todo o mundo, perdendo apenas para o tomate. Ingrediente
indispensável na cozinha, à cebola apresenta ampla utilização culinária,
compondo o tempero em numerosas receitas, mas principalmente em pratos
populares como o arroz, feijão e saladas.
Sua produção anual alcança em torno de 66 milhões
de toneladas. Esse vegetal é uma hortaliça bulbosa pertencente à família Alliacea
e ao gênero Allium. Atualmente, o cultivo da cebola se dá em
diversos países ao redor do mundo de diferentes condições climáticas e
latitudes. Os principais produtores dessa bulbosa são a China, Estados Unidos e
Índia, mas países como Paquistão e Turquia também são reconhecidos pelo cultivo
desse vegetal.
Esse vegetal tornou-se a espécie mais estudada da
família Allium nos últimos 10 anos, despertando também crescente
interesse da indústria alimentícia, devido o teor dos compostos benéficos ao
organismo humano.
Os
componentes nutricionais e compostos bioativos presentes nas cebolas é variável
por diversos fatores, tais como, a cultivar trabalhada, condição climática e
agronômica durante o plantio, processamento submetido e período e condições de
armazenamento.
De maneira geral, as cebolas apresentam em sua composição
as lectinas (proteínas de maior concentração), prostaglandinas, frutanos,
pectina, adenosina, vitaminas B1, B2, B6, C e E, biotina, ácido nicotínico,
ácidos graxos, glicolípidios, fosfolipídios, aminoácidos essenciais, compostos
sulfurosos e principalmente os compostos fenólicos.
Nas cebolas também estão presentes várias
fitomoléculas ativas tais como os ácidos fenólicos, tiosulfinato, compostos
organosulfurosos, antocianina mas principalmente os flavonoides.
O teor de flavonoides nos alimentos de consumo
diário varia de acordo com a fonte consumida. Alimentos como cereais,
leguminosas, grãos e nozes podem apresentar quantidades que variam entre 40-160
mg de flavonoides por quilo de alimento. Sendo a cebola a principal fonte desse
composto atingindo valores de até 486 mg/kg de quercetina, principal flavonoide
da dieta.
Os flavonoides são compostos de ocorrência vegetal
não sintetizado pelo organismo humano. Essas substâncias apresentam elevada
atividade antioxidante protegendo os tecidos do corpo contra a ação dos
radicais livres. Estão relacionados também na redução da mortalidade por
doenças coronarianas, por atuarem na diminuição da pressão sanguínea prevenindo
assim problemas relacionados ao coração.
Além dos flavonoides encontrados na cebola,
substâncias como os sulfetos alílicos, reduzem o colesterol e a pressão
sanguínea melhorando o sistema imunológico e reduzindo o risco de câncer
gástrico.
Intacta
essa bulbosa não apresenta seu flavor peculiar, porém quando picamos,
trituramos, fatiamos ou maceramos a ruptura das células desencadeiam uma
sequência de reações que irão formar os compostos responsáveis pelo odor,
sabor, lágrimas e principalmente os compostos benéficos à saúde, que são
principalmente os compostos sulfurados, compostos que apresentam o elemento
químico enxofre em sua estrutura. Apresenta também elevados teores de fósforo,
o que beneficia o nosso sistema nervoso, sendo recomendado para pessoas com
problemas de insônia e depressão.
A
inulina é uma fibra alimentar, presente em quantidades consideráveis nas
cebolas. Essa substância bioativa apresenta fatores bifidogênicos, ou seja,
propicia a proliferação de bactérias benéficas que auxiliam a imunidade,
induzindo assim uma redução nos níveis de bactérias patogênicas no intestino, diminuindo
os sintomas da constipação. Além desse benefício essa fibra a inulina apresenta
proteção contra o entupimento das artérias, fator provocado pelo elevado índice
de colesterol na corrente sanguínea.
É importante lembrar que os compostos bioativos presentes
na cebola são sensíveis ao calor. A maior disponibilidade destas substâncias
promotoras de saúde são perdidas durante processos térmicos como a fritura,
torragem ou cozimento prolongado (maior que 20min a 100°C). Por essa, razão o
ideal é consumi-la preferencialmente crua. Caso não seja possível, optar por
preparações as quais o tempo de cozimento seja curto.
A recomendação de ingestão diária para que tenha os
benefícios desejados é de pelo menos 50 gramas de cebola fresca.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referência
Bibliográfica:
Santana, ATMC. Cebola: condimentando sua saúde. Grupo
de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.alimentosfuncionais.blogspot.com.br
Acessado em: 01/09/2017.
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