Qual o papel dos
carboidratos e quanto consumir?
Um
bom estoque e manutenção da reserva de glicogênio muscular com ingestão de
carboidratos antes, durante e depois da corrida retarda a fadiga muscular e
melhora a recuperação. Entre os parâmetros que influenciam a ingestão de
carboidratos são considerados o biótipo e a intensidade do treinamento, assim
como a quilometragem a ser percorrida e velocidade empregada. Quanto mais bem
treinado está o seu corpo, menos energia será gasta durante a corrida. Logo,
uma quantidade menor de carboidrato para que você tenha o gás para correr será
necessária. A ingestão de carboidratos durante o exercício reduz em 80% o
aumento nos níveis de cortisol. Durante o exercício, os níveis desse hormônio
aumentam naturalmente quando os níveis de glicose são baixos ou durante
exercícios de alta intensidade.
A
Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva preconiza o uso de cerca de 30g a
60g de carboidratos, para cada hora adicional de atividade. Ou seja, a cada
meia hora, o indicado é consumir cerca de 15g a 30g de algo que lhe dê
combustível para a corrida de rua. E aí que entram os géis de carboidratos! Seu
nutricionista esportivo pode formular pra você um gel específico, com
antioxidantes e substâncias que impactam positivamente na performance, como
TCM, PQQ e vitamina B3. Alguns indivíduos se beneficiam com a supercompensação
de carboidratos, na qual, se reduz a ingestão de carboidratos (50% das calorias
totais) por três dias com atividade física intensa, seguido por um período de
três dias no qual se aumenta a ingestão de carboidratos (70% das calorias
totais) com redução no exercício. Há outras maneiras de se fazer uma
supercompensação e o profissional que te acompanha pode lhe ajudar.
Recomenda-se
entre 30 e 60 gramas de carboidratos por hora de exercício. A concentração
ideal seria entre 6 e 8%, ou seja, 1 litro de água, deveria conter 60 gramas de
carboidratos, Como a hidratação de corredores é mais difícil do que de
ciclistas, normalmente trabalha-se com cerca de 8 a 10% de contração para os
corredores, sendo muitas vezes mais interessante o consumo de géis de
carboidratos (sempre acompanhados de hidratação adequada) para facilitar a
ingestão.
Imediatamente
após o exercício, o consumo de carboidratos entre 1 e 1,5 gramas/kg em conjunto
com proteína é de grande valia para ressíntese de glicogênio e otimizar o
processo recuperativo. Lembrando que um dos problemas relacionados à falta de
cuidado com a reposição de glicogênio é o maior risco de lesão. A razão de
3partes de carboidratos (repositor energético) para1 de proteína (como queijos,
whey protein, etc.) tem demonstrado bons resultados.
Papel das proteínas e como
consumi-las?
Um
dos maiores erros que vemos por aqui é a baixa ingestão de proteínas pelos
corredores e é sempre é importante adequar as proteínas dietéticas pra ajudar
na imunidade e na recuperação das fibras musculares dentre outros objetivos.
prática regular de exercícios pode aumentar a necessidade de proteínas e
aminoácidos. Esse aumento, causado pelo treinamento, pode ocorrer de forma
direta, devido às mudanças do metabolismo de aminoácidos, ou indireta, como
resultado do consumo insuficiente de energia, como citado anteriormente.
Pesquisas
indicam que, quando a ingestão energética é adequada, um consumo protéico de
1,2 a 1,4 gramas de proteína por quilograma de peso corporal é uma quantidade
adequada para indivíduos que praticam exercícios de endurance moderada e
regularmente (5 a 6 vezes por semana durante uma hora). Já atletas de endurance
de elite ou em fase preparatória para competições devem consumir 1,6g/kg/dia de
proteínas. Os indivíduos que praticam atividades de endurance (como corredores)
de modo recreativo devem ingerir a mesma quantidade recomendada para indivíduos
sedentários (1-1,2g/kg/dia). É importante ressaltar que a ingestão de proteínas
em excesso não implica em maior rendimento, ao contrário, pode impactar
negativamente na performance.
Correr envelhece?
Essa
pergunta está mais relacionada ao aumento descontrolado da produção de radicais
livres com a prática da corrida (incluindo ambientes muito poluídos). Formar
radicais livres é um processo natural, mas o excesso, sem um bom controle
dietético (ou em forma de suplementação com antioxidantes) pode lesionar as
células e acelerar sim o processo de envelhecimento, além de favorecer lesões.
Há
dois tipos de antioxidantes que neutralizam os radicais livres: 1.
Antioxidantes endógenos: enzimas produzidas pelo organismo que estabilizam a
reatividade dessas moléculas. Apesar de não vir dos alimentos, os endógenos são
dependentes de nutrientes da dieta pra que seu corpo seja capaz de combater os
radicais livres. 2. Antioxidantes exógenos: provenientes da alimentação
variada. Os principais são as vitaminas C e E, os minerais como selênio e
zinco, e os compostos bioativos, como o betacaroteno, licopeno, flavonoides,
antocianinas, curcumina, polifenóis. Por isso, converse com seu nutricionista
para ajudar a dieta em termos de antioxidantes pra você!
Como hidratar-se corretamente?
A
ingestão de 150 - 200 ml e água a cada 15 minutos de exercício seria o ideal.
Em atividades com duração acima de 90 minutos, a presença de eletrólitos (como
sódio, potássio, cloro, etc) junto carboidratos pode ser importante. Então,
nesses casos, os corredores podem fazer o uso de bebidas esportivas, muito
comumente consumidas. As bebidas esportivas conhecidas como isotônicos (bebidas
hidroeletrolíticas para atletas) são as mais indicadas, pois oferecem
carboidratos como fonte energética, o que retarda o início da fadiga, e
eletrólitos, especialmente o sódio, para melhor hidratação. Geralmente são
indicadas em sessões de treinos maiores que 60 minutos.
Indicações
do consumo das bebidas esportivas: 1. pré-atividade física: 2 horas antes do
início recomenda-se a ingestão de 600 a 800 ml. 2. durante a atividade: 200 a
300 ml a cada 15 ou 20 minutos. 3. após a atividade: repor o correspondente a
150% do peso corporal perdido (nas 6 horas pós-atividade). Uma boa estratégia é
pesar-se antes e depois dos exercícios e fazer uma média da perda para adequar
a reposição. Ajustes na frequência e nas quantidades podem ser necessários de
acordo com a tolerância, taxas de suor e as necessidades individuais; A bebida
esportiva deve conter diferentes tipos de carboidratos (glicose, frutose,
maltodextrina, etc.) numa concentração de 6 a 8%. Deve-se escolher o sabor mais
agradável ao paladar, e a refrigeração da bebida torna a ingestão mais
apetitosa e espontânea.
E as tais cápsulas de sal?
As
cápsulas de sal são na verdade suplementos hidroeletrolíticos em forma de
cápsulas, e possuem na sua composição sódio, potássio, magnésio, cloro e
fósforo (dependendo do fabricante). Diferem do sal de cozinha, pois este contém
apenas cloreto de sódio e as cápsulas são mais concentradas em sódio do que as
bebidas esportivas (repositores hidroeletrolíticos). As cápsulas de sal
previnem cãibras, fadiga, perda de desempenho durante o percurso e evitam a
hiponatremia causada por excesso de suor e excesso de hidratação durante a
corrida. Os principais sintomas da falta sódio incluem vômitos, náusea e
mal-estar que podem levar à confusão mental, reflexos diminuídos e até
convulsão. Antes de consumir os suplementos de cápsulas de sal é necessário
hidratar-se corretamente. A cada meio quilo perdido de água durante o exercício
deve-se consumir 500ml de líquidos. A quantidade é recomendada por seu
nutricionista, individualmente. De forma geral, nos treinos e provas com
duração maior de 3 horas, a recomendação é de cerca de 0,5 a 0,7g/L de água de
sódio por hora. A quantidade de cápsulas varia de acordo com a concentração
encontrada no suplemento.
Cafeína na endurance: o
básico!
Um
estudo realizado com corredores de endurance que consumiram aproximadamente 10
mg de cafeína por kg de peso corporal mostrou aumento significante de 1,9% no
tempo de esforço até a exaustão, demonstrando que grande dose de cafeína
aumenta a performance de endurance. Outros mostram, ainda, que não existe uma
relação direta dose-resposta sobre a performance de endurance, não havendo
nenhum benefício quando ciclistas ingeriram doses de cafeína acima de 5mg/kg do
seu peso corporal, e que nenhum dos sujeitos do estudo ultrapassou o limite
urinário que era estipulado pelo COI. A cafeína parece ter, ainda, um efeito
benéfico sobre a performance durante eventos de curta duração (até 25 minutos).
No entanto, a performance em tais eventos não parece ser limitada pelo
esgotamento do glicogênio, mas possivelmente por outros fatores, incluindo a
estimulação neural e muscular. Existem inúmeras controvérsias sobre o consumo
de cafeína e problemas relacionados à saúde, porém, alguns pequenos problemas
são relatados quanto ao excesso do consumo dessa droga como: agitação,
ansiedade, irritabilidade, tremor das mãos, insônia, dor de cabeça, irritação
gástrica, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Alguns estudos
isolados sugeriram que o consumo de cafeína aumentava o risco de câncer, doença
cardíaca coronariana, câncer de mama, osteoporose, e outras. Pesquisas mais
recentes descartam essas possibilidades visto que o consumo moderado (média de
200 mg/dia), ou seja, 2 a 3 xícaras de café, não irá colocar a maioria dos
indivíduos saudáveis sobre risco de saúde. A cafeína não carece de efeitos
adversos, por isso, consulte sempre seu nutricionista esportivo antes de
consumí-la.
Lembrando
que essas recomendações acima não incluem pessoas que praticam a corrida de
maneira recreativa, que fazem após um treino de musculação, que fazem HIIT, ok?
Texto elaborado por: Priscila Di Ciero
Nutricionista formada em 2001, sou
pós-graduada em Nutrição
Esportiva Funcional e estou em formação para obtenção da
certificação do Functional Medicine Institute (USA). Sou self e professional
Coach formada pelo IBC e certificada pelo Internacional Society of
Sports Nutrition (USA). Atualmente curso pós-graduação em Fitoterapia e
atendo em consultório particular na zona sul de São Paulo (SP).
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais
da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos
e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
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