A pimenta já está classificada como um
alimento funcional, ou seja, além de ser usada como um alimento ela atua na
prevenção de algumas doenças tais como, o câncer, através da ação da capsaicina
que inibe o crescimento de células que geram o tumor na próstata, pâncreas e
esôfago. Enxaqueca, devido à presença de analgésicos naturais, a
endorfina. Depressão e enxaqueca, através da ação adrenalina e
noradrelina liberados após sua ingestão. Esses hormônios estão associados ao
estado de alerta e ânimo da pessoa. Pressão alta, suas propriedades vasos
dilatadoras ajudam a controlar a pressão arterial, sendo eficaz também contra a
aterosclerose e doenças cardíacas.
As pimentas apresentam em sua
composição elevadas quantidades de vitamina A, E e C, ácido fólico e zinco,
bioflavonoides e pigmentos vegetais carotenoides, como o licopeno e
betacaroteno. Além disso, são capazes de armazenar potássio e apresentam níveis
quase nulos de colesterol.
Porém, a substância química que dá à
pimenta o seu caráter ardido é exatamente aquela que apresenta as propriedades
benéficas à saúde: a capsaicina. Ela é encontrada nas sementes e membranas
desses frutos e apresenta natureza lipídica. (gordurosa). Ou seja, a
capsaicina, componente responsável pelo ardor da pimenta, é uma substância
apolar, por tanto se dissolve melhor em substâncias apolares. Por exemplo, o
leite integral é rico em gordura que é apolar. Tomando leite você estará
diluindo a capsaicina e assim aliviando a sensação de ardência. Vale lembrar que
tomar água não resolve, pois é uma substância polar. Não ocorrerá a dissolução
da capsaicina, a água ajudará a espalhá-la por toda a língua aumentando o
efeito de ardor.
Alguns estudos verificaram que o
consumo regular de capsaicina encontrada na pimenta atua no sistema nervoso
central, influenciando a liberação de colecistocinina; hormônio que estimula a
secreção de enzimas e envia mensagens ao cérebro e ao aparelho digestivo com a
informação de que o corpo já está saciado. Além disso ocorre um aumento na
liberação das catecolaminas (noradrenalina e adrenalina,),provocando como
consequência a diminuição do apetite e redução da ingestão de calorias,
proteínas e gorduras nas refeições seguintes.Finalmente ocorre a liberação das
endorfinas, que por responsáveis pela sensação de bem estar e saciedade. Outro
efeito do aumento de endorfinas no organismo é a estimulação do sistema nervoso
simpático, acarretando aumento da liberação de catecolaminas, que atua
diretamente na diminuição do apetite e, consequentemente, na ingestão de
calorias. Em uma linguagem mais simples, pode-se dizer que, ao ingerir a
capsaicina, há ativação dos receptores sensíveis na língua e na boca. Esses
receptores transmitem ao cérebro uma mensagem primitiva e genérica, de que a
sua boca estaria “pegando fogo”. Tal informação gera, imediatamente, uma
resposta do cérebro, que induz o corpo a reagir a esse dano aparente: você
começa a salivar, sua face transpira e seu nariz fica úmido, tudo isso no
intuito de refrescá-lo. O aumento de endorfinas ocorre nesse estágio, e
permanecem por um período considerável em seu organismo, provocando uma
sensação de bem-estar e saciedade.
Só
a pimenta ardida tem esse efeito ou qualquer pimenta?
Todas as pimentas do gênero Capsicum
(pimenta malagueta, jalapeño, tabasco, páprica e chili) contêm as substâncias
naturais capsaicina que produzem a sensação de queimação na boca, lacrimação
dos olhos e até mesmo suor. Essa quantidade pode variar de acordo com a espécie
de pimenta, o que explica a diferença de “ardência” desses alimentos. Além da
disso, mesmo as pimentas que não provocam essa a sensação de pungência ao serem
ingeridas, possui níveis consideráveis de vitaminas e minerais, fazendo dela um
alimento que auxilia na prevenção de males a saúde. Como as pimentas são
consumidas mais como condimentos, a preocupação das pessoas é com o sabor, o
aroma e a aparência das pimentas e não com suas propriedades nutricionais. Para
que se aproveite ao máximo os nutrientes deste vegetal, o ideal é consumi-lo in
natura, cru, adicionando-o em pequenas quantidades às refeições.
Além dos benefícios já citados, estudos
realizados com pimenta relatam que as substâncias desses vegetais também
melhoram a digestão, estimulando as secreções do estômago. A capsaicina ainda
impede a coagulação do sangue, evita trombose, alivia a congestão nasal,
apresenta ação hipocolesterolêmica, auxilia em tratamentos de sinusite e atua
contra a bactéria Helicobacter pylori, envolvida na formação de gastrites e
úlceras estomacais. Esse composto também apresenta características
antioxidantes, que auxiliam na redução do risco de doenças crônicas, como
câncer de próstata, catarata, mal de Alzheimer e diabetes. As capsaicinas
presentes na pimenta também possuem efeito carminativo (antiflatulência) e estimulam
a circulação de sangue no estômago, favorecendo a cicatrização de feridas,
evitando hemorragias e aumentando a resistência física, causada pela liberação
de endorfinas já citada. A sensação resultante do aumento de endorfinas no
organismo ainda atua na elevação do humor e de bem-estar, o que pode ser
explorado em casos de pessoas que apresentem quadros depressivos.
A
pimenta é perigosa para quem tem hipertensão?
Pelo contrário, o composto responsável
pela sensação de ardor tem propriedades vaso dilatadoras e auxiliam na produção
de óxido nítrico – molécula que auxilia na proteção de inflamações dos vasos
sanguíneos.
Quanto devo comer?
Não há estudos ou recomendações sobre o
consumo máximo que uma pessoa deve ingerir de pimenta por dia. Mas como todo
alimento funcional, seu consumo deve ser regular, para que os benefícios que os
compostos presentes nesse vegetal apresentem os resultados esperados. Alguns
trabalhos realizados em ratos mostraram que a ingestão do equivalente a dez
pimentas, três vezes na semana resultou numa diminuição de 80% das células
cancerosas. Alguns especialistas indicam que 5 gramas por dia de pimenta é
considerada uma quantidade aceitável de ingestão.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referência Bibliográfica:
Santana,
ATMC. Pimentas: a ardência que promove saúde. Grupo de Estudos em Alimentos
Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.alimentosfuncionais.blogspot.com.br
Acessado em: 13/12/2018.
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