O colesterol não é apenas um vilão. É um conjunto de gorduras essenciais
para o correto funcionamento do organismo, mas quando atinge níveis
elevados pode se tornar um problema sério de saúde. Precisamos dele, mas
em equilíbrio, pois desempenha papel importante na composição das
estruturas das células do coração, intestino, músculos, pele, fígado,
nervos e cérebro, além de atuar na produção de hormônios e formação dos
ácidos biliares, que ajudam na digestão das gorduras.
O
colesterol alto é silencioso, não apresenta sintomas e a única forma de
diagnóstico é dosar seus níveis sanguíneos. É um exame simples de
sangue, que deve fazer parte de todo check-up, pois quanto mais cedo se
detecta que as taxas não são as recomendadas, aumentam as chances de
tratamento.
O colesterol alto pode ser determinado por fatores
genéticos e ambientais, como hábitos alimentares, sedentarismo e
obesidade. Estima-se que 30% deste aumento estão relacionados a uma
alimentação inadequada. Colesterol fora de controle é sinal de risco,
principalmente para o coração, pois pode aumentar as chances de um AVC
(Acidente Vascular Cerebral) ou infarto. As doenças cardiovasculares são
as principais responsáveis pelos óbitos no Brasil.
Seguem algumas respostas para as principais questões sobre o assunto.
1.Colesterol
é do bem ou do mal? É um tipo de gordura que necessita se ligar a uma
proteína para ser transportado no sangue. Quando forma a lipoproteína de
baixa densidade é chamado de LDL (Low Density Lipoprotein), conhecido
como o “mau colesterol”, que é levado do fígado para os tecidos, o que
facilita seu depósito nas paredes das artérias, formando placas que
podem causar uma obstrução do fluxo sanguíneo e, consequentemente,
doenças cardiovasculares, além de complicações na aorta, demência e
derrame cerebral.
A lipoproteína de alta densidade é o HDL (High
Density Lipoprotein), o chamado de “bom colesterol”, que carrega o
colesterol dos tecidos do corpo para o fígado, que o elimina através da
bile, numa “limpeza” do organismo, o que evita o entupimento das
artérias. Suas partículas são formadas não só no fígado, como no
intestino e na circulação e servem de proteção ao organismo.
2.Pessoas
com bons hábitos alimentares e magras podem ter colesterol alto? Sim,
pois as taxas altas também estão associadas a causas genéticas,
conhecida como Hipercolesterolemia Familiar que leva, na maioria dos
casos, a tratamentos farmacológicos.
3.Crianças têm colesterol
alto? Em sua maioria a causa é genética, mas como as crianças estão cada
vez mais sedentárias, com longos períodos em frente às telas do
computador e celular, tem aumentada a prevalência de sobrepeso e
obesidade nesta faixa etária, o que é um fator negativo para o perfil
lipídico deste grupo e, também, dos adolescentes. A partir dos dois
anos é indicado fazer a dosagem.
4.Há como controlar o colesterol
ruim? Uma mudança no Estilo de Vida pode reduzir de 10% a 15% destas
taxas, com dieta adequada e atividade física regular, com uma
alimentação rica em frutas, verduras, fibras, menos açúcar, gorduras
trans e saturadas, produtos embutidos e industrializados. Estima-se que
somente 15% do colesterol sejam provenientes da alimentação. O restante é
produzido, principalmente, pelo nosso fígado. A medicação é indicada
para inibir esta produção e reduzir os valores no sangue.
5.É
possível aumentar o colesterol bom? Além de adotar um Estilo de Vida
saudável, a prática de exercícios físicos deve ser de alta intensidade e
contribuir para se perder peso e, principalmente, a gordura abdominal,
pois após sua produção no fígado o colesterol liberado na corrente
sanguínea e distribuído para os tecidos, onde pode ser utilizado ou
armazenado no tecido adiposo, a camada de gordura abaixo da pele. Na
dieta, a recomendação é aumentar o consumo de abacate, nozes, soja,
aveia, frutas e legumes.
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