Os
Esportes de Combate são considerados pelo Consenso de Atividade Física como
atividades vigorosas, que geram grande gasto energético ao organismo de quem os
praticam. Como em todo esporte, a alimentação tem papel fundamental no
desempenho e recuperação do atleta. Uma dieta adequada pode ajudar na melhora
da performance, na diminuição de
gordura, no desenvolvimento muscular, na diminuição da fadiga, na recuperação,
além de prevenir perda de massa magra.
Para a
conduta nutricional adequada, é necessário que o nutricionista habilitado
colete os dados alimentares do lutador, a frequência da prática do esporte,
duração da atividade, o histórico clínico e os exames bioquímicos. Junto com o
preparador físico, o perfil corporal (peso, massa magra e massa gorda) é
avaliado para que ambos cheguem a um consenso sobre o trabalho a ser feito com
cada atleta.
É
importante que as dietas levem em conta o peso de rendimento e o peso da
categoria, além dos calendários de lutas e eventos para que em cada etapa o
planejamento alimentar seja ajustado de acordo com o objetivo do atleta.
A
dieta alimentar deve contemplar todos os nutrientes essenciais ao organismo
(proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, minerais, fibras e água), e em
quantidades adequadas, o que leva à necessidade de um trabalho totalmente
individualizado.
O
nutricionista, ao realizar a prescrição dietética, deve ter o cuidado de
estipular a quantidade certa de carboidratos. Para Esportes de Combate o limiar
de ingestão de carboidratos na fase de manutenção do peso de rendimento deve
estar em torno de 65%. Quantidades satisfatórias de carboidratos poupam as
proteínas de serem utilizadas como fonte de energia, auxiliando no bom
desenvolvimento da massa magra. A oferta de carboidratos só é diminuída na fase
de redução de peso para a categoria. Assim, o profissional vai diminuindo
gradativamente a quantidade de carboidratos na dieta, até que o peso do atleta
chegue ao adequado para a competição.
Durante
os treinamentos, para que o corpo disponibilize energia suficiente sem que
tenha que retirar a energia dos músculos, indica-se que os carboidratos sejam
consumidos até 30 minutos antes do início do treino, sendo que o mais
recomendado é o consumo de frutas (frutose), como a ameixa fresca, cereja,
maçã, pera, melão ou damasco. Já em situações de competições, indicam-se os
carboidratos em forma de géis, evitando-se volumes de líquidos ou alimentos no
estômago.
As
proteínas devem ser consumidas até 01 hora antes do treino, sempre levando-se
em consideração a ingestão de proteínas com baixos teores de gorduras, como:
iogurtes, queijos magros, carnes brancas. O uso de leite de vaca antes do
treino não é recomendado, já que as proteínas presentes nesse alimento são de
difícil degradação. Assim, os produtos derivados da soja (conhecidos
vulgarmente como leite de soja) são excelentes opções.
Após o
treino, a ingestão de carboidrato e proteína concomitantemente tem se mostrado
excelente estratégia para o anabolismo. A maioria dos atletas adota o uso da
proteína do soro do leite, mais conhecido como Whey Protein. Pesquisas mostram
que o uso isolado do Whey Protein após os treinamentos, não proporciona tanto
ganho de massa magra quanto o uso do Whey associado a um carboidrato.
Ainda,
com relação ao Whey, muitos estudos apontam um aumento significativo da força. O
atleta deve atentar-se também ao tempo adequado para reposição. Quanto menor o
intervalo entre o término do exercício e a ingestão proteica, melhor será a
resposta anabólica ao exercício. Assim, sugere-se que a reposição seja feita em
10 minutos após o término do exercício.
Outro
fator importante na conduta nutricional do atleta de Esportes de Combate é a
hidratação, uma vez que a água constitui cerca de 70% do organismo. A
manutenção da temperatura corporal é feita por meio da eliminação do suor, e
quando acontece do nível de hidratação estar baixo pode ocorrer fadiga,
diminuição no desempenho, dificuldade de concentração e colocar o atleta em
risco eminente de vida.
A quantidade adequada de ingestão de
líquidos é dependente do peso corporal. Calcula-se em média para cada quilo de
peso corporal, uma necessidade de 35 ml de líquido. Por exemplo: Para um atleta
de 80 kg x 35 ml de líquido = 2,8 l de líquido. Pelo menos 60% do volume devem
ser reposto apenas com água, e o restante pode ser conseguido com outros
líquidos, como sucos e chás.
Em fases de redução de peso, a
ingestão de líquidos também deve ser monitorada e diminuída. Por isso, é
extremamente importante o acompanhamento do profissional habilitado.
Uma dieta balanceada e nutricionalmente adequada vai
garantir boa condição física e metabólica para a melhora na performance. Manter uma alimentação
saudável é fundamental para que não haja prejuízos ao organismo e para que o
atleta sempre consiga mostrar o seu melhor desempenho.
Texto
elaborado por: Dra. Alessandra Paula Nunes
Nutricionista
Esportiva da Equipe de Boxe da Sociedade Esportiva Palmeiras
Sócia
Proprietária da Clínica Salutem – Nutrição e Bem Estar
Especialista
em Nutrição Clínica e Mestre em Cardiologia
CRN-3:9945
www.salutemnutrica.com.br
alessandra@bemnutrir.com.br
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