O cloreto de sódio (sal) representa
80% da matéria dissolvida na água do mar. Embora exista uma ampla variedade de
sais de sódio, e muitos sejam utilizados como aditivos no processamento de
alimentos, o sal é a principal fonte de sódio na alimentação.
O sal foi muito importante nas
civilizações antigas e da Pré-História. Com o tempo tornou-se uma mercadoria
muito procurada por agregar sabor às preparações. A utilização do sal para
outros fins surgiu há cerca de 5.000 anos, quando os chineses descobriram que o
sal podia ser utilizado na conservação dos alimentos, permitindo que fossem
estocados. Isso reduziu a necessidade dos povos de migrar, auxiliando no
desenvolvimento de comunidades.
Hoje em dia é amplamente utilizado
para modificar o sabor, mas também com a finalidade de alterar a textura e
consistência dos alimentos, bem como controlar o crescimento bacteriano. A
ampliação no uso do sal contribuiu para o aumento na ingestão de sódio.
Componente vital do corpo, o sódio é
essencial para a manutenção de várias funções do organismo: transmissão
nervosa, contração muscular, manutenção da pressão arterial, balanceamento dos
fluidos e equilíbrio ácido-base. É, também, importante para o transporte de
nutrientes no intestino delgado e nos rins, dentre eles o cloro, aminoácidos,
glicose, galactose e água.
A absorção de sódio ocorre
principalmente no intestino delgado e corresponde a aproximadamente 98% do
total de sódio consumido.
Em condições normais, 90% a 95% do
sódio é excretado pelos rins através da urina, e o restante é perdido por meio
das fezes e da pele (suor). Porém, em condições patológicas, como em distúrbios
gastrintestinais com vômito e diarreia, pode ocorrer perda significativa desse
mineral.
Na Tabela de Composição de
Alimentos, do Departamento de Agricultura e Serviço de Pesquisas Agrícolas,
consta que 100g de sal refinado contém 38.758mg de sódio, ou seja,
aproximadamente 39% do sal de cozinha é sódio. Já em sua forma natural os
alimentos proteicos contêm teor mais elevado do que vegetais e grãos. Frutas e
hortaliças têm baixo teor do mineral.
Outras fontes importantes de sódio
são os temperos industrializados (caldos concentrados em pó ou tabletes),
molhos prontos (ketchup, mostarda, maionese, molho de soja), pasta de soja
(missô), molho inglês, molhos para saladas industrializados, sopas
desidratadas, salgadinhos de pacote tipo snacks, carnes, aves, peixes
processados, salgados e/ou defumados (carne-seca, toucinho, bacon, nuggets de
frango, bacalhau, peixes em salmoura, sardinha e atum enlatados, patês),
embutidos (linguiça, salsicha, mortadela, paio, salame, chouriço) e enlatados
(ervilha, milho, picles, molho de tomate, azeitona, palmito).
Além disso, diversos compostos, como
o glutamato monossódico, e aditivos alimentares, como benzoato de sódio,
nitrito de sódio, são frequentemente utilizados pela indústria de alimentos no
processamento de inúmeros produtos. Em geral, esses aditivos são adicionados
para melhoria das características sensoriais e desempenham efeitos tecnológicos
importantes, como controle do crescimento de pães, inibição do crescimento de
microorganismos patogênicos, preservação de textura e prolongamento do prazo de
validade.
O bicarbonato e o citrato de sódio,
além de aditivos alimentares, podem ainda ser consumidos em quantidades
elevadas como os antiácidos ou medicamentos para correção ou prevenção de
acidose metabólica. Outras fontes de sódio são os edulcorantes dietéticos à
base de sacarina sódica e ciclamato de sódio.
Efeitos da Ingestão de
Sal na Saúde
Como todo componente vital para o
corpo humano, o sódio deve ser ingerido de acordo com a sua recomendação. Sua
deficiência, conhecida como hiponatremia, pode ocasionar fraqueza, apatia,
cefaleia, hipotensão, taquicardia, pele sem elasticidade e alucinações. Tal
deficiência pode ocorrer em consequência da má absorção intestinal, sudorese
excessiva, diarreias e uso abusivo de diuréticos.
Em casos graves, a hiponatremia pode
ser fatal. A condição é mais frequentemente vista em crianças, pacientes
psiquiátricos com polidipsia psicogênica (sede excessiva crônica e ingestão de
líquidos), pacientes que utilizam drogas psicotrópicas e indivíduos que
realizam exercício físico altamente intenso.
Por outro lado, o consumo excessivo
de sal tem sido associado a vários efeitos prejudiciais à saúde como a doença
cardiovascular, acidente vascular cerebral e pressão arterial elevada.
Recomendação
Quadro 1. Ingestão adequada e limite máximo
aceitável de sódio (mg), segundo faixa etária.
Faixa
etária
|
AI*(mg)
|
UL**(mg)
|
0-6
meses
|
120
|
ND***
|
7-12
meses
|
370
|
ND
|
1-3
anos
|
1.000
|
1.500
|
4-8
anos
|
1.200
|
1.900
|
9-13
anos
|
1.500
|
2.200
|
14-50
anos
|
1.500
|
2.300
|
51-70
anos
|
1.300
|
2.300
|
>
70 anos
|
1.200
|
2.300
|
Gestantes
e Lactantes ≥ 18 anos
|
1.500
|
2.300
|
*AI: Ingestão adequada.
**UL: Nível máximo tolerável de ingestão.
Representa a ingestão total de alimentos, água e suplementos.
*** ND: Não determinável.
Fonte: SBAN, 2014.
Em relação ao sal, a Organização Mundial
da Saúde (OMS) estabelece um limite máximo aceitável de ingestão diária de 5g
(2.000mg de sódio) por pessoa, sendo 3g de sal adicionado e 2g do sal presente
naturalmente nos alimentos. No Brasil, segundo a Resolução RDC n.360/2003, o
valor diário de referência (VDR) adotado para o sódio é de 2.400mg, o que
corresponde a 6g de sal.
Dicas Para Redução da
Ingestão de Sal
●
Retire o saleiro da mesa, muitas pessoas têm o reflexo de colocar sal na comida
quando olham para o saleiro;
●
A quantidade de sal e outros temperos salgados, na maioria das receitas, pode
ser reduzida pela metade (ou até mais) sem uma mudança perceptível no sabor ou
na textura.
●
Abuse de ervas e condimentos, alho, cebola e suco de limão, vinagre. Eles podem
dar um novo sabor para o alimento;
●
No restaurante, peça para que os molhos sejam servidos à parte, ou, se
possível, que alguns pratos sejam preparados sem sal;
●
Substituir manteiga ou margarina com sal por sem sal;
●
Observe os rótulos dos alimentos.
Sugestões de Temperos
Manjericão: combina com alho, tomate, berinjela,
pimentão e abobrinha. É o ingrediente principal do molho "pesto", feito à
base de manjericão, alho e o azeite de oliva.
Alecrim: podem ser usadas as folhas frescas. E
serve para temperar carnes brancas e de cordeiro. Vai muito bem junto com
tomate, berinjela e couve-flor, além de outros vegetais.
Cebolinha: combina com ovos, queijos e todos os
tipos de salada.
Orégano: para temperar molhos, pizzas e carnes
vermelhas.
Salsa
ou salsinha: pode ser usada em carnes vermelhas ou brancas, batatas,
molhos e sopas.
Tomilho: combina com carnes ensopadas, aves,
cordeiro, legumes e batatas.
Louro: para aromatizar ensopados, molhos e
temperos.
Coentro: combina com peixes, frutos do mar e
sopas.
Açafrão: molhos, carnes, sopas, pães e bolos.
Evite adicionar no início do cozimento para que não perca nem a cor nem o
sabor.
Canela: em preparações doces e para temperar
ensopados e carne de cordeiro.
Curry: em carnes, peixes e verduras. O curry pode ser feito com uma
combinação de especiarias: gengibre, pimenta, coentro e cominho.
Cominho: sabor muito forte e particular, deve
ser utilizado com moderação.
Pimenta:
complemento ideal para
pratos salgados.
Noz-moscada: peixes, pratos com molho branco,
omeletes, purês, bolos, pudins, biscoitos. Para temperar, adicione o
ingrediente apenas no final do cozimento.
Baunilha: aromatiza bolos, doces e sobremesas.
Gengibre: combina com peixes, molhos, doces,
bolos, pães, bebidas quentes, saladas.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Bazanelli, AP; Cuppari, L. Sódio. Série de
Publicações ILSI Brasil, 2009.
Braga, G. Sal – como substituí-lo por outros
temperos? Disponível em: www.einstein.br
Acessado em: 21/10/2014.
Sal e Sódio no Contexto Alimentar
Contemporâneo. [Monografia]. Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição,
SBAN, 2014.
Salgado, JM. Pharmacia de Alimentos. 1ª ed. São
Paulo: Madras, 2004.
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