A hepatite A (hepato=fígado; ite=inflamação)
é uma doença infecciosa causada pelo vírus da Hepatite A (VHA, um vírus de RNA
pertencente à família dos Picornavírus.).
Segundo a Organização Pan-americana da Saúde, no Brasil ocorrem cerca de 130
casos novos por ano a cada 100.000 habitantes e mais de 90% da população maior
de 20 anos podem ter sido expostas ao vírus.
A forma mais comum de transmissão do
vírus é mediante a ingestão de água e alimentos contaminados por fezes que
contenham o vírus da Hepatite A. Mas também se pode contrair a doença por meio
do contato com as fezes ou o sangue de uma pessoa que tenha doença ou se uma
pessoa contaminada não lavar as mãos adequadamente após ir ao banheiro e tocar
outros objetos ou alimentos. A disseminação dessa doença está bastante
relacionada às condições de saneamento básico, nível socioeconômico da
população, grau de educação sanitária e condições de higiene da população.
Os sintomas iniciais são manifestados
após duas a quatro semanas do contagio e, em geral, são cansaço, debilidade
muscular, perda de apetite, diarreia e vômito ou sintomas parecidos com os de
uma virose qualquer (dor de cabeça, calafrios e febre). Posteriormente, se as
defesas (anticorpos específicos contra o vírus) não conseguem controlar a infecção,
as células hepáticas podem ser destruídas progressivamente liberando, assim, as
sais da bile que infiltra os olhos e a pele que apresentarão uma cor amarelada
(icterícia). As fezes ficam claras e a urina fica escura (cor de café). Apesar
de não haver forma crônica da doença, há a possibilidade de formas prolongadas
e recorrentes por vários meses.
O diagnóstico específico de hepatite A
aguda é confirmado, de modo rotineiro, por meio da análise de sangue para
detecção de anticorpos anti-HAV. A doença pode ocorrer de forma esporádica ou
em surtos. Como a maioria dos casos não apresenta sinais e sintomas específicos
nem icterícia, a infecção pode muitas vezes passar despercebida.
A perspectiva de cura é boa e a evolução
resulta em recuperação completa do paciente após três meses, geralmente. A
ocorrência de hepatite grave ou fulminante é inferior a 0,1% dos casos que
apresentem icterícia.
O repouso é considerado como uma medida
imediata devido aos sintomas e à condição física do paciente. É indicada uma
dieta pobre em gordura e rica em carboidratos, com a restrição de ingestão de
álcool. Esta restrição deve ser mantida por um período mínimo de seis meses e
preferencialmente até um ano.
Como não existem medicamentos antivirais
específicos contra a hepatite A, a prevenção dessa doença viral por meio da
vacina, é fundamental para evitar que continue sua disseminação.
Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), a experiência acumulada após a administração em nível mundial de várias
centenas de milhões de doses, a vacina adsorvida hepatite A (inativada) é
segura, bem tolerada, inclusive naqueles que são portadores de doenças
hepáticas crônicas benignas ou em pessoas que receberam transplante hepático ou
renal. A vacina não deve ser administrada durante a gestação e nas pessoas que
apresentem hipersensibilidade a qualquer componente da vacina.
O Ministério da Saúde passou a oferecer,
a partir do mês de julho, a vacina contra a hepatite A para as crianças entre
12 meses e 23 meses e 29 dias de vida na rotina. A vacina já está disponível
nas 36 mil salas de vacina em todo o país e pode ser administrada
simultaneamente com qualquer outra vacina recomendada pelo Programa Nacional de
Imunizações do Ministério da Saúde.
A vacinação em crianças pequenas é
indicada em países considerados de risco para a doença. Após a administração de
uma dose em crianças, quase 100% delas terá níveis protetores de anticorpos por
pelo menos 25 anos. Além de sua elevada proteção, a vacinação nessa faixa
etária é mais efetiva e mais barata que a vacinação das pessoas de maior idade.
A vacina para outras faixas etárias já estava disponível nos Centros de
Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), em casos de indicação médica
para portadores de outras doenças, tais como os pacientes imunodeprimidos (que
tenha alguma condição clínica que reduz a imunidade) ou nos doadores e
receptores de transplantes de órgãos, entre outras indicações. Se esta vacina
for administrada a uma criança que estiver recebendo terapia imunossupressora
(tratamento que diminua a imunidade), a resposta imunológica pode não ser
adequada.
A vacina contra a hepatite A é uma das
mais seguras vacinas disponíveis, praticamente isenta de reações. As reações
adversas são raras e incluem os seguintes sintomas:
•
Reações no local da injeção (em geral leves e transitórias), tais como aumento
da sensibilidade, vermelhidão e inchaço;
• Reações generalizadas, que podem aparecer por um período de 14 dias, tais como fraqueza/cansaço, febre, náusea, dor abdominal, diarreia, vômito, dor de garganta, resfriado, dor de cabeça e dor muscular.
Assim como para qualquer vacina, a
vigilância de eventos adversos pós-vacinação (VEAPV) deve ser realizada. Essa
atividade requer notificação e investigação rápida dos eventos adversos que
porventura possam ocorrer. Todos os profissionais da saúde ou qualquer pessoa
que tiver conhecimento da suspeita de um VEAPV deverá notifica-lo às
autoridades de saúde.
Previna-se
A melhor forma de se evitar a doença é
melhorando as condições de higiene e de saneamento básico, como por exemplo:
●
Lavar as mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas e antes de comer ou preparar
alimentos;
●
Lavar bem, com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são
consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;
●
Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos
do mar e carne de porco;
●
Saiba que ostras que se comem cruas e mariscos são transmissores importantes do
vírus da hepatite A;
●
Evite o consumo de alimentos e bebidas dos quais não conheça a procedência nem
saiba como foram preparados;
●
Procure beber só água clorada ou fervida, especialmente nas regiões em que o
saneamento básico possa ser inadequado ou inexistente;
●
Não ingira bebidas alcoólicas durante a fase aguda da doença e nos três meses
seguintes à volta das enzimas hepáticas aos níveis normais;
● Lavar adequadamente pratos, copos, talheres
e mamadeiras;
●
Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou
próximo de onde haja esgoto a céu aberto;
●
Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios, para não
comprometer o lençol d'água que alimenta o poço. Deve-se respeitar, por medidas
de segurança, a distância mínima de 15 metros entre o poço e a fossa do tipo
seca e de 45 metros, para os demais focos de contaminação, como chiqueiros,
estábulos, valões de esgoto, galerias de infiltração e outros;
●
Caso haja algum doente com hepatite A em casa, utilizar hipoclorito de sódio a
2,5% ou água sanitária ao lavar o banheiro;
●
No caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições
fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tal como a desinfecção de
objetos, bancadas e chão utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água
sanitária.
Para tratar a água,
basta ferver ou colocar duas gotas de hipoclorito de sódio em um litro de água,
30 minutos antes de bebê-la, deixando o recipiente tampado para que o
hipoclorito possa agir, tornando a água potável para o consumo. Na ausência de
hipoclorito de sódio, pode-se preparar uma solução caseira com uma colher das
de sopa de água sanitária a 2,5% (sem alvejante), diluída em um litro de água.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Hepatite A. Departamento de DST, Aids e
Hepatites Virais. Disponível em: www.aids.gov.br
Acessado em: 02/11/2014.
Tire suas dúvidas sobre a Hepatite A.
Ministério da Saúde. Disponível em: www.saude.gov.br
Acessado em: 02/11/2014.
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