A
osteoporose é um distúrbio caracterizado pela diminuição da densidade óssea,
que leva a aumento da fragilidade esquelética e maior risco de fraturas. Por
isso, a prevenção da osteoporose visa à redução de fraturas. Assim, faz-se necessário
o conhecimento por parte dos profissionais de saúde dos fatores de risco da
doença, como idade avançada (em consequência da maior perda óssea), sexo
(mulheres são mais suscetíveis que homens) e raça (brancos e asiáticos têm
maior risco que negros). Alguns fatores ambientais também podem contribuir para
a redução da massa óssea, como hábitos nutricionais, sedentarismo e tabagismo,
além de doenças e uso de drogas.
O
diagnóstico é baseado na quantificação de massa óssea sendo que o método com
melhor relação eficácia/efetividade e custo/benefício é a densitometria óssea,
um método de boa acurácia, reprodutível e não invasivo. A absormetria de dupla
emissão com raios da densidade mineral óssea, possui ainda baixa radiação,
sendo, portanto o método de avaliação mais utilizado atualmente.
A
National Osteoporosis Foundation (NOF) recomenda que todos os homens e mulheres
façam o exame antes dos 65 anos.
Em
algumas ocasiões, não é possível fazer o exame de densidade mineral óssea,
principalmente entre os idosos institucionalizados com mobilidade restrita.
Nesses pacientes, os exames laboratoriais de metabolismo fosfocálcico,
secundados pela avaliação radiológica, podem orientar o diagnóstico e o
tratamento.
Alimentação
A
prevenção da diminuição da massa óssea pode ser realizada em qualquer idade,
sendo mais eficaz na infância e na juventude. Nesta fase deve haver um adequado
aporte de cálcio, que tem um efeito positivo, aumentando o pico de massa óssea.
Na mulher, depois da menopausa espontânea ou cirúrgica, a prevenção faz-se com
a terapia hormonal de substituição impedindo assim a perda acelarada do osso, e
nesse sentido este método deve ser considerado preventivo.
Existe
um nutriente indispensável na prevenção da osteoporose, que é o cálcio. Com o
passar da idade, ocorre diminuição na absorção de cálcio e aumento de sua
eliminação. A ingestão inadequada pode resultar em redução da massa óssea,
principalmente após os 50 anos, em ambos os sexos, progredindo mais rapidamente
nas mulheres.
Sendo
assim, é importante uma adequada oferta de cálcio proveniente da alimentação
desde a infância, quando ocorre a formação dos hábitos alimentares, até a fase
adulta. A recomendação de cálcio é de 1.200mg/dia para adultos e de 1.500mg/dia
para mulheres no período pós-menopausa.
As
fontes alimentares de cálcio são as hortaliças de folhas verdes escuras, como
couve, folhas de mostarda e brócolis; as sardinhas, salmão, moluscos e ostras.
A soja também contém grandes quantidades de cálcio.
Quadro 1.
Quantidade de cálcio em alguns alimentos.
Alimento
|
Quantidade
|
Cálcio
(mg)
|
Leite integral
|
200ml
|
220
|
Leite desnatado
|
200ml
|
230
|
Iogurte com baixo teor de gordura
|
170ml
|
160
|
Iogurte de frutas
|
200g
|
160,8
|
Requeijão
|
30g
|
32,1
|
Queijo Mussarela
|
2 fatias
|
180
|
Ricota
|
½ xícara
|
337
|
Couve
|
1 xícara
|
357
|
Brócolis
|
1 xícara
|
136
|
Fonte: Baldez, TS, 2012.
Exposição Solar
A
exposição solar contribui para a prevenção de osteoporose estimulando a
produção de vitamina D na pele, que participa do metabolismo do cálcio,
responsável pela saúde óssea. Alguns fatores podem reduzir a síntese epidérmica
dessa vitamina, como a exposição através de vidro, presença de bloqueadores
solares, latitudes extremas e indivíduos com pele mais pigmentadas. Na
população de idosos a síntese também é menor pelo fato de permanecerem mais
tempo em ambientes fechados e de utilizarem roupas mais pesadas quando estão
fora de casa.
Além
da síntese por exposição solar, a vitamina D pode ser obtida pela ingestão de
alimentos como fígado, leite, óleo de peixe, sardinha, atum e salmão, por meio
de suplementação multivitamínica ou alimentos fortificados.
Exercícios Físicos
Estudos
observam que indivíduos fisicamente ativos têm maior massa óssea em relação aos
sedentários, e que os exercícios podem prevenir a perda de massa óssea mesmo
nas mulheres com osteoporose.
A
contração muscular e a ação da gravidade são as duas primeiras forças aplicadas
no osso, ou seja, o exercício transmite carga ao esqueleto mediante o impacto
direto. O efeito do exercício sobre o tecido ósseo é dependente da intensidade,
tipo, frequência e duração da atividade física.
As
atividades físicas, principalmente exercícios com ação da gravidade (como
caminhar ou correr), podem melhorar o pico de massa óssea e, assim, reduzir a
incidência de osteoporose. Além disso, um programa de exercícios físicos
regulares aumenta a força muscular e o equilíbrio, além de melhorar a marcha, a
coordenação e a mobilidade, reduzindo a probabilidade de quedas e fraturas
ósseas.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências Bibliográficas:
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atividade física no equilíbrio e na força muscular do quadríceps em mulheres
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