O
milho é um dos alimentos mais produzidos no Brasil e no mundo e serve como
alimento para as pessoas e também para os animais. É um alimento consumido por
pessoas de todos os níveis socioeconômicos e está muito presente na alimentação
da população brasileira. Além dos grãos cozidos, o milho é consumido,
principalmente na forma de produtos processados, como enlatado, farinhas,
doces, cereais matinais e pratos típicos.
O grão
deste cereal contém vitaminas do complexo B, minerais e, principalmente os
carotenoides luteína e zeaxantina, sendo um dos poucos alimentos que combinam
esta dupla de carotenoides. Embora a luteína apareça em folhas como a rúcula e
a couve, e a zeaxantina esteja no pequi e no pimentão, são raros os vegetais
que somam boas quantidades de ambas as substâncias.
Estes
dois carotenoides, luteína e a zeaxantina, não são precursores da vitamina A no
organismo humano, como outros carotenoides bem conhecidos (betacaroteno e
criptoxantina), porém eles têm chamado a atenção dos pesquisadores por serem,
seletivamente, acumulados no centro da retina humana, região denominada mácula,
onde se encontra a maior parte dos fotoreceptores. São estes carotenoides que
conferem a pigmentação amarela desta região do olho.
Diversos
estudos demonstraram que a presença da luteína e da zeaxantina no organismo
humano estão associadas à redução do risco de degeneração macular e de
catarata. A degeneração da mácula é uma doença que destrói os fotoreceptores e
provoca a proliferação anormal de vasos sanguíneos, diminuindo a visão e
distinção das cores. Esta doença é a principal causa de cegueira em idosos em
países desenvolvidos e, em estágios avançados, a doença não tem tratamento
efetivo. Os estudos sugerem que a ingestão de alimentos ricos em luteína e
zeaxantina pode aumentar a densidade dos pigmentos na mácula e pode ajudar a
melhorar a função visual dos pacientes que sofrem da doença macular, bem como
prevenir aqueles que não sofrem desta doença.
Para
obter os benefícios da luteína e da zeaxantina, o milho pode ser consumido
cozido na própria espiga ou em preparações. Estudos demonstraram que o milho
enlatado é uma boa fonte destes carotenoides, entretanto, é preciso tomar
alguns cuidados com este produto, pois geralmente o milho é conservado em
salmoura e tem grande quantidade de sódio, devendo ser evitado por pessoas com
hipertensão. Neste caso prefira comprar a espiga, cozinhar e retirar os grãos
para colocar nas preparações. É importante salientar que o aquecimento excessivo
e por demasiado tempo pode acarretar em diminuição da luteína e da zeaxantina,
já o congelamento parece não afetar significativamente o teor destes compostos.
Os
derivados de milho, como a farinha de milho, o fubá, a polenta e o curau não
contêm quantidades tão relevantes de luteína e zeaxantina quanto os grãos,
portanto, não boas fontes destes compostos.
Mas,
os benefícios da luteína e zeaxantina, não se restringem somente aos olhos.
Pesquisas têm mostrado que o consumo de frutas e vegetais ricos nestes carotenoides,
é inversamente relacionado à incidência de doenças coronarianas, diminuição do
câncer de cólon e câncer de mama. Sendo assim, procure incluir grãos de milho
na sua alimentação. Eles podem ser adicionados a saladas, misturados no arroz
já cozido, em sopas e caldos, em refogados, podem ser acrescentados em
sanduíches e onde mais sua criatividade permitir.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Oliveira, GPR; Rodrigues-Amaya, D. Processed and
Prepared Corn Products as Sources of Lutein and Zeaxanthin: Compositional
Variation in the Food Chain. Journal of Food Science 2007; v.72, p: S079-S085.
Oliveira,
GPR. Avaliação do conteúdo de luteína e zeaxantina em milho e derivados de
milho. [Dissertação de Mestrado]. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP,
2006.
Schwarz,
K. O milho e a saúde dos olhos. Grupo de Estudo em Alimentos Funcionais – GEAF,
ESALQ/USP. Disponível em: www.grupoalimentosfuncionais.blogspot.com.br
Acessado em: 13/01/2018.
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