quarta-feira, 11 de maio de 2022

Diabéticos Têm Mais Risco de Gordura no Fígado

 


A gordura no fígado, chamada na medicina de esteatose hepática, ocorre quando o índice de gordura no fígado chega a 5% ou mais, tornando-se capaz de provocar inflamações e problemas mais sérios, como cirrose e câncer. A doença pode ser causada por consumo excessivo de álcool (classificada como esteatose hepática alcoólica) ou por outros fatores como obesidade, pressão alta descontrolada e colesterol elevado. Mas outro grupo tem chamado a atenção dos pesquisadores: os diabéticos. De acordo com a ciência, esses pacientes também se encaixam na lista de mais propensos a ter gordura no fígado. Entenda melhor essa relação a seguir.

A gordura no fígado e o diabetes

Um dos estudos que chegou a essa conclusão foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Jimma, na Etiópia. Foram analisados 96 pacientes de diabetes tipo 2 – por meio de amostras de sangue, ultrassonografias e cálculo de IMC – e a avaliação mostrou que 76% deles tinham doença hepática gordurosa não-alcóolica.

De acordo com os resultados, dos pacientes documentados com a doença, 35,4% apresentavam doenças do fígado leves, 31,3% em estado moderado e 6,3% eram graves. Mais uma conclusão foi que a prevalência da doença foi maior entre as mulheres.

Como o diabetes é uma doença metabólica e se associa à obesidade, ele acaba sendo considerado um fator de risco para o desenvolvimento de gordura no fígado. Ela explica que as moléculas que promovem resistência à insulina – produzidas em maior quantidade pelos diabéticos – também induzem ao aumento de infiltração de gordura no fígado.

Os principais gatilhos relacionados com a infiltração de gordura no parênquima hepático [conjunto de células responsáveis pelas funções do fígado] são a resistência à insulina, lipotoxicidade [toxidade causada pelo aumento dos níveis de gorduras (lipídeos)], estresse oxidativo e inflamação.

Com isso, também pode ocorrer o efeito contrário: a esteatose hepática pode levar ao diabetes. Sabe-se que 100% dos pacientes com obesidade ‘grave’ e diabetes tipo 2 podem apresentar esteatose hepática leve, sendo que 50% deles podem evoluir para esteato-hepatite e 19% podem chegar a ter cirrose hepática.

Como eliminar gordura no fígado

Para tratar a gordura no fígado é necessária uma mudança importante no estilo de vida. A adoção de hábitos saudáveis, incluindo a prática regular de atividade física e alimentação equilibrada é o pilar do tratamento. O plano alimentar deve conter alimentos, nutrientes e princípios bioativos com comprovados efeitos anti-inflamatório e antioxidante. Além disso, recomenda-se a redução do consumo de produtos ultraprocessados.

De olho no cardápio

Entre os alimentos que oferecem essas propriedades, a nutricionista aponta as frutas vermelhas – como morango, maçã, melancia e as chamadas berries, como framboesa, cranberry e mirtilo – e os vegetais verdes, amarelos e vermelhos, caso do brócolis, couve-flor, pimentão, tomate, beterraba, cenoura e abóbora. Folhas de coloração verde-escura também contribuem, assim como gergelim, linhaça, chia, amêndoas, castanhas, nozes e macadâmia.


 

Para cozinhar, prefira azeite de oliva e óleo de gergelim e, para temperar os pratos, opte pelos temperos naturais e especiarias, como alho, cebola, cúrcuma e canela. Esses temperos contêm fitoquímicos como quercetina, gingeróis e curcumina, que neutralizam as espécies reativas de oxigênio e reduzem o estresse oxidativo no intestino e fígado.

Alimentos que atuam como prebióticos também são benéficos na redução da gordura no fígado. Aqui entram as leguminosas, como feijão verde, lentilha, grão-de-bico e ervilha fresca.

Já em relação às carnes, dê preferência às brancas. Frango e peixes magros contêm proteína de boa qualidade com menor teor de gordura saturada em relação à carne bovina e suína.

Como saber se estou com gordura no fígado?

O diagnóstico é feito por meio de exames, laboratoriais ou de imagem, que indicam o índice de gordura no fígado. Se o quadro é leve, o paciente geralmente não apresenta sintomas específicos. Agora, quando é intermediário, ele pode sentir dores no abdômen e de cabeça (esta de forma constante), barriga inchada, cansaço e perda de apetite. Caso desconfie, consulte um gastroenterologista ou hepatologista.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.
 

Referências Bibliográficas:

Zawdie B, Tadesse S, Wolide AD, Nigatu TA, Bobasa EM. Non-Alcoholic Fatty Liver Disease and Associated Factors among Type 2 Diabetic Patients in Southwest Ethiopia. Ethiop J Health Sci. 2018.

Passos, R. Diabéticos têm mais risco de gordura no fígado. Nutritotal. Disponível em: www.nutritotal.com.br Acessado em: 11/05/2022.

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