Os fitoquímicos constituem
uma ampla classe de compostos bioativos não-nutrientes encontrados nas frutas,
vegetais e cereais. Esses compostos têm recebido cada vez mais atenção dos
pesquisadores devido ao crescente número de evidências comprovando efeitos
benéficos à saúde, principalmente relacionados ao estresse oxidativo, envolvido
na etiologia de uma ampla gama de doenças crônicas. Dessa forma, os
fitoquímicos têm sido considerados também compostos nutracêuticos por definição.
Nutracêutico
é todo alimento ou parte de um alimento que proporciona benefícios à
saúde, incluindo a prevenção e/ou tratamento de doenças. Tais produtos podem
abranger desde os alimentos a compostos isolados, suplementos dietéticos na
forma de cápsulas até os produtos geneticamente modificados. Os mais de 5000
fitoquímicos já identificados podem ser classificados como carotenoides,
compostos fenólicos, alcaloides, compostos contendo nitrogênio e compostos
organosulfurados.
Antocianinas
As antocianinas são uma subclasse dos flavonoides e
conferem as cores vermelha, azul e roxo a muitas frutas e vegetais, com níveis
particularmente altos nas bagas dos frutos. As principais fontes alimentares
incluem amora, morango, groselha, uva vermelha e cereja. Dentre os potenciais
benefícios observados em estudos in vitro
estão inibição da liberação de espécies reativas de oxigênio, redução da
peroxidação lipídica mediada por radicais livres, além da redução da oxidação das
partículas de LDL. Em estudos realizados com animais, observou-se a diminuição
dos níveis séricos de colesterol total e sua fração LDL.
Catequinas
As catequinas, também denominadas flavonois, são outra
subclasse dos flavonoides e incluem a epicatequina, epigalocatequina,
epicatequina-3-galato, epigalocatequina-3-galato. Essa classe de compostos é
encontrada principalmente nas folhas de alguns chás, como o preto e o verde,
que são provenientes da mesma planta Camellia sinensis. Apesar de a Camellia
sinensis ser a principal fonte de catequinas, esta subclasse de fitoquímicos
também é encontrada no suco de uva, vinho tinto, cacau, maçã, cebola, feijões,
damasco, cereja e pêssego. Dentre os seus possíveis efeitos benéficos estão na
redução da pressão arterial, melhora da função vascular, inibição da captação
de LDL-colesterol oxidado, redução da reatividade plaquetária, melhora da
sensibilidade à insulina e efeitos antiinflamatórios.
Quercetina
A quercetina também é um dos compostos da subclasse flavonois,
sendo a mais amplamente distribuída na natureza. Está presente em alimentos
como maçãs, cebolas, frutas vermelhas e vinho tinto. Estudos in vitro têm
demonstrado ação antioxidante, antiinflamatória, antitrombótica,
vasodilatadora, redução da expressão de moléculas de adesão como a vascular
cell adhesion molecule-1 (VCAM-1) e intercellular adhesion molecule-1 (ICAM-1),
e inibição da expressão gênica do monocyte chemoattractant protein-1 (MCP-1),
moléculas importantes tanto no processo de inflamação quanto de aterogênese. Já
estudos com animais observaram redução da pressão arterial e propriedades
vasodilatadoras após o seu consumo.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência
Bibliográfica:
Strack, MH; Souza, CG. Antocianinas, catequinas e
quercetina: evidências na prevenção e no tratamento de doenças
cardiovasculares. Rev Bras Nutr Clin 2012; v.27, n.1, p: 43-50.
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