A hanseníase é uma doença infecciosa e
contagiosa causada por um bacilo denominado Mycobacterium leprae. Não é
hereditária e sua evolução depende de características do sistema imunológico da
pessoa que foi infectada.
Sinais e sintomas
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Sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades;
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Manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao
calor, frio, dor e tato;
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Áreas da pele aparentemente normais que têm alteração da sensibilidade e da
secreção de suor;
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Caroços e placas em qualquer local do corpo;
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Diminuição da força muscular (dificuldade para segurar objetos).
Transmissão
Os
pacientes sem tratamento eliminam os bacilos através do aparelho respiratório
superior (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro). O paciente em
tratamento regular ou que já recebeu alta não transmite. A maioria das pessoas
que entram em contato com estes bacilos não desenvolve a doença. Somente um
pequeno percentual, em torno de 5% de pessoas, adoece. Fatores ligados à
genética humana são responsáveis pela resistência (não adoecem) ou
suscetibilidade (adoecem). O período de incubação da doença é bastante longo,
variando de três a cinco anos.
Aspectos Nutricionais
A
relação entre alimentação, estado nutricional e doença é importante, mesmo que
os sintomas de doença possam não aparecer precocemente, pois pode proporcionar
melhora da qualidade de vida. O
estado nutricional é um dos principais moduladores da resposta imune, sendo,
por um lado, importante determinante do risco e do prognóstico de doenças
infecciosas e, por outro, diretamente influenciado pela infecção. Além disso, a
adequação do estado nutricional tem uma relação direta com o sistema imune. A
deficiência de nutrientes afeta a resposta imune inata e adaptativa,
comprometendo as defesas do organismo a agentes infecciosos.
As
drogas utilizadas no tratamento da hanseníase podem levar a outras complicações
como anemia, aumento da glicose sanguínea e elevação da pressão arterial.
Podem ainda inviabilizar a absorção adequada de alguns nutrientes como ferro,
cálcio e zinco, devido à interação droga-nutriente.
Apesar
de não haver uma alimentação específica para quem tem hanseníase, a alimentação
e a nutrição constituem princípios básicos para a promoção e a proteção da
saúde, possibilitando uma melhora do estado nutricional, da imunidade e da
qualidade de vida desses indivíduos.
A
alimentação da população brasileira, como em outros países, baseia-se na
ingestão excessiva de alimentos de alto valor calórico, ricos em açúcares simples,
gordura saturada, sódio e conservantes e, por outro lado, pobre em fibras e
deficientes em vitaminas e minerais. Alimentação saudável, por outro lado, é
aquela planejada com alimentos de todos os tipos, de origem conhecida, natural
e preparada de maneira a preservar o valor nutritivo e as aparências
sensoriais. Os alimentos devem ser quali e quantitativamente apropriados aos
hábitos alimentares, consumidos em refeições, em ambientes calmos, visando
agradar as necessidades nutricionais, emocionais e sociais.
A
alimentação saudável para portadores de hanseníase deve fornecer carboidratos,
proteínas, lipídios, vitaminas, minerais e fibras. Afinal a boa nutrição faz
com que o funcionamento do sistema imunológico fique adequado.
O
carboidrato é uma das fontes de energia mais econômicas. Os alimentos que o
contem são os cereais (arroz, milho, trigo, aveia); farinhas, massas, pães,
tubérculos (batata, batata-doce, cará, mandioca, inhame). As gorduras são
fontes alternativas de energia e transportam vitaminas lipossolúveis. A gordura
é utilizada no preparo das refeições na forma de azeite, óleos e banha de
porco; nos lanches como a da margarina, manteiga, creme de leite e maionese
também fazem parte das gorduras. As proteínas podem ser encontradas no leite,
queijos, iogurtes, carnes (aves, peixes, suína, bovina), frutos do mar, ovos,
leguminosas (feijões, soja, grão de bico, ervilha, lentilha).
O
carboidrato total deve fornecer de 55% a 65% do Valor Energético Total da
alimentação diária, sendo 45% a 55% complexos e 10% açúcares simples. Entre
25% e 30% devem provir de lipídios ou gorduras. Para completar uma alimentação
saudável, o aporte proteico deve ser de 10% a 15% do valor energético da
alimentação.
As
vitaminas e minerais são também muito importantes para o aumento da imunidade
no organismo humano. As vitaminas, quanto a sua solubilidade, classificam-se em
hidrossolúveis, que são as vitaminas do complexo B (B1, B2, B6, B12), ácido fólico e vitamina C e lipossolúveis,
que são vitaminas A, D, E e K, coadjuvantes nas respostas imunológicas, dando
proteção ao organismo e podem ser encontradas nas verduras, legumes e frutas.
Os minerais também têm como fontes principais esses alimentos acima citados e
são compostos químicos inorgânicos, necessários para as funções vitais do ser
humano. Os pacientes com hanseníase apresentam deficiência de minerais como o
ferro, selênio, cobre, magnésio, zinco entre outros.
As
fibras alimentares devem estar presentes na alimentação do hanseniano,
auxiliando nas funções do sistema digestório, impedindo o acúmulo de toxinas e
proliferação de bactérias patogênicas, nutrindo o intestino desses pacientes e
consequentemente melhorando sua imunidade intestinal.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Hanseníase.
Ministério da Saúde, 2007.
Silva,
CPG; Miyazaki, MCOS. Hanseníase e a Nutrição: Uma Revisão da Literatura. Hansen
Int. 2012; v.37, n.2: p.69-74.
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