As
leguminosas representam a maior parte das sementes que compõem a alimentação
humana, e ainda que outras famílias de plantas forneçam suas sementes como
alimento, estas não estão presentes na dieta com a mesma frequência e
quantidade que as leguminosas. Dentre os alimentos que fazem parte desse grande
grupo podem-se citar feijões (e todas as suas variedades), lentilha, ervilha,
grão de bico, soja e amendoim.
A
utilização das leguminosas na alimentação remonta aos tempos da Antiguidade.
Sabe-se que povos mediterrâneos, os fenícios, os etruscos e os egípcios
utilizavam sementes, principalmente do tremoço, grão de bico, da fava da
ervilha verde e da lentilha. Na Idade Média, as pessoas compravam alimentos
prontos em tabernas; normalmente o que se consumia nessas circunstâncias era
uma sopa de leguminosas e legumes. O feijão, juntamente com o milho, foi a base
da alimentação dos Incas, Maias e Astecas. E a soja sempre esteve presente na
dieta das populações orientais.
Na
composição química das leguminosas, encontram-se proteínas, poucos lipídios,
carboidratos (principalmente o amido) e fibras por meio da celulose, além de
micronutrientes e fitoquímicos. São também ricas em saponinas e
fruto-oligossacarídeos, que podem apresentar ação antioxidante e vêm sendo
estudados por sua ação na redução do risco de desenvolvimento de alguns tipos
de câncer.
O
ácido graxo predominante nas leguminosas é o ácido linoleico (ômega 6), embora
estejam presentes também os ácidos graxos do tipo ômega 3 (ácido alfa-linolênico).
Entretanto, a contribuição desses ácidos graxos na dieta é pequena pelo
conteúdo limitado de lipídios totais na composição geral das leguminosas. O
aumento na ingestão de ácido alfa-linolênico proveniente das leguminosas ocorre
com o aumento no consumo de soja e de seus produtos.
As
leguminosas contêm carboidratos na forma de amido, celulose e outros, inclusive
alguns oligossacarídeos indigeríveis para os seres humanos, como a rafinose e a
estaquiose. Pela deficiência da enzima alfa-galactosidase na mucosa intestinal
do ser humano, as ligações entre esses monossacarídeos que compõem estes
oligossacarídeos não são quebradas (são arranjadas de forma que as enzimas
digestivas não conseguem quebrá-las), e assim esses oligossacarídeos chegam ao
intestino grosso, onde são metabolizados por bactérias normais da flora
intestinal.
Com
relação aos micronutrientes, as leguminosas são consideradas fontes de folato e
fósforo. Os feijões também são fontes de ferro, no entanto, a
biodisponibilidade deste nutriente nesses alimentos é baixa, e pode estar ainda
mais diminuída pela presença de inibidores de sua absorção. Fatores que podem
aumentar em até 15% a biodisponibilidade de ferro em leguminosas são a presença
de carnes e, com menor influência, a presença de alimentos fontes de vitamina
C.
Feijão: a
dupla mais famosa da nutrição brasileira é composta por arroz e feijão. A
combinação aumenta a absorção dos nutrientes de ambos. O feijão é uma das
principais fontes de proteína vegetal, ferro e vitaminas que fortalecem o
sistema imunológico e dão mais energia para o corpo. Além disso, se consumido
de maneira correta, o feijão pode ser um ótimo aliado da sua dieta, já que
contém fibras que melhoram o funcionamento do intestino. A leguminosa ainda
ajuda a controlar o diabetes, atua na prevenção de câncer e combate doenças que
aparecem com o avanço da idade.
Soja:
esse grão é um dos melhores amigos das mulheres durante a menopausa, já que ele
é rico em isoflavonas, nutriente que ajuda a equilibrar os hormônios dessa fase,
controlando os efeitos da menopausa, como dores, cansaço e excesso de calor.
Esse nutriente também é muito eficaz na prevenção de problemas como
osteoporose.
Seus
benefícios não param por aí: uma pesquisa comprovou que o consumo regular de
soja diminui em até 50% o risco de desenvolver câncer de mama. Ela também é
rica em vitamina E, que combate o envelhecimento, lecitina, que melhora o
funcionamento do cérebro e também é eficaz contra problemas no pulmão. O leite
de soja é uma ótima opção para quem tem intolerância à lactose.
Grão
de bico: seus grãos são maiores e mais durinhos, por
isso tem uma consistência diferente das outras leguminosas. O grão de bico é
fonte de magnésio, nutriente que dá energia ao organismo, uma boa notícia para
quem pratica atividades físicas e atua contra os radicais livres. Além disso,
ele é rico em triptofano, aminoácido que ajuda na fabricação de serotonina,
hormônio relacionado ao bem estar e ao bom humor. Uma pesquisa comprovou que,
graças a esse aminoácido, a leguminosa é capaz de prevenir e combater a
depressão, se consumida regularmente. O grão de bico também é um aliado ao seu
coração, já que combate o colesterol ruim (LDL) e ajuda na prevenção de
problemas cardíacos.
Lentilha: quem
já comeu lentilha no último dia do ano para dar sorte, sabe do que estamos
falando. Essa pequena delícia tem grande destaque pela quantidade de fibras,
que ajudam a controlar o peso e os níveis de glicose no sangue, uma ótima
notícia para quem é diabético. Além disso, a lentilha ajuda a diminuir o
colesterol ruim (LDL) do organismo, melhora a circulação sanguínea e atua no
funcionamento do sistema nervoso.
Ervilha: ela
é pouco calórica e é rica em vários nutrientes importantes para a nossa saúde.
Sua alta quantidade de antioxidantes, combate os radicais livres, impedindo o
surgimento de uma série de doenças, como o mal de Alzheimer e o câncer. A
ervilha também atua no controle do colesterol, melhora o funcionamento do
sistema nervoso e ainda dá mais energia para a prática de atividades físicas.
Amendoim:
pelo seu conteúdo de lipídios, o amendoim sempre foi considerado uma
oleaginosa, no entanto, é uma leguminosa cujos frutos se desenvolvem em vagens
sob o solo. Tem sementes com sabor agradável e cuja importância econômica
relaciona-se com sua qualidade nutricional por ser um alimento altamente
energético (50% do grão é constituído de lipídios e 20 a 30%, de proteínas).
Fonte de aminoácidos essenciais.
Quantidade Certa
A
recomendação é consumir de 1 a 2 porções de leguminosas por dia. A porção
corresponde a uma concha média.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Cozzolino,
SMF; Bortoli, MC; Cominetti, C. Grupo dos feijões e oleaginosas. In: Philippi,
ST. Pirâmide dos alimentos: fundamentos básicos da nutrição. 1 ed. Barueri, São
Paulo: Manole, 2008.
O
poder das leguminosas. Rev Meu Prato Saudável, 2014.
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