terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Alimentação e Saúde da Tireoide



A tireoide é uma importante glândula do nosso organismo e produz hormônios que tem como uma das suas principais funções regular o metabolismo. Quando ela não funciona adequadamente pode levar a repercussões em todo o corpo em graus variáveis de severidade, desde sintomas que muitas vezes podem passar despercebidos até formas extremamente graves que podem trazer risco de vida.

O principal nutriente para o bom funcionamento da tireoide é o iodo (pode ser encontrado na alimentação: algas marinhas, ovo, salmão, sardinha, truta, atum, linguado, pescada, bacalhau, cavala e arenque). 


A recomendação usual de iodo é de 100 a 150 microgramas ao dia (o que corresponde a 150g de pescada ou 150 g de salmão) para adultos. Esta concentração é adequada para manter a função normal da tireoide.

A glândula utiliza o iodo para a produção dos hormônios. Medicamentos, vitaminas ou alimentos com grande quantidade do mineral podem fornecer uma dose exagerada, o que pode atrapalhar o funcionamento da glândula.

Na presença de substâncias bociogênicas na dieta (como a mandioca, mostarda escura, nabo, rabanete, couve, brócolis e repolho), aumente a ingestão de alimentos fonte de iodo.

O selênio é um constituinte de uma enzima atuante no metabolismo dos hormônios da tireoide, e as síndromes de deficiência de iodo são mais graves quando há deficiência simultânea de selênio. Então, o consumo de alimentos fonte de selênio como, castanha do Pará, salmão, semente de girassol são importantes para o melhor funcionamento da tireoide.

O zinco participa das reações que promove a síntese ou aproveitamento dos hormônios da tireoide. Alimentos fonte: carne de boi, frango, peixes, grãos integrais, cereais e castanhas.

Estudos têm feito associação entre o glúten encontrado na farinha branca (pão branco, macarrão, biscoito), aveia, e o desenvolvimento de doenças autoimunes como a tireoidite de Hashimoto. Isso ocorre devido a uma sensibilidade ao glúten, onde a molécula do glúten ao ser absorvida gera a produção de anticorpos contra ela, o que provoca inflamação em diversas regiões do organismo, inclusive na tireoide. 


Porém a restrição do glúten para doenças autoimunes da tireoide ainda é controversa para indivíduos não portadores de doença celíaca.

 


A intoxicação por metais tóxicos, especialmente o mercúrio, aumenta a possibilidade de disfunção tireoidiana. Recomenda-se limitar o consumo a uma vez ao mês dos peixes predatórios, como tubarão, peixe espada e cavalinha, e a uma vez por semana dos peixes de risco médio de contaminação por mercúrio, como no caso do filé de atum, cavala, garoupa e corvina.

Os alimentos de origem vegetal que contem substâncias bociogênicas, são os do gênero Brassica como a mostarda escura, nabo, rabanete, couve, brócolis e repolho, que podem inibir a captação de iodo pela tireoide, favorecendo o aparecimento do bócio e agravando, substancialmente, o processo adaptativo da glândula tireoide, induzindo hipotiroidismo grave, tanto na primeira infância como na idade adulta.

Além do bloqueio da captação de iodeto pela tireoide, outras etapas da biossíntese hormonal podem ser afetadas pelos alimentos. É o que acontece com as partes comestíveis do babaçu, com nítido efeito inibitório na incorporação do iodeto, agravando, portanto, as consequências deletérias da carência de iodo.

No caso da soja, as principais toxinas são alergênicos, fitatos, inibidores da protease, genisteína e goitrogênicos, através de uma substância que se liga ao iodo evitando a sua absorção pelo organismo a partir do trato gastrointestinal.

Enquanto os estudos não determinam o exato efeito dos produtos a base de soja no metabolismo de hormônios da tireoide, o consumo excessivo de soja deve ser visto com atenção.

A deficiência de iodo também pode ser provocada pela alta ingestão de cálcio, que diminui sua absorção pelo intestino.

Porém, não existem artigos conclusivos dizendo que pessoas com hipotireoidismo devam evitar esses alimentos. Normalmente, as pessoas com hipotireoidismo são tratadas com hormônios e a ingestão desse medicamento deve ser em jejum, pois o consumo de qualquer produto que contenha soja, assim como alimentos ricos em fibras, suplementos de cálcio ou ferro e antiácidos contendo alumínio e magnésio pode atrapalhar a absorção da medicação. Mas em outros horários ainda há controvérsias se o consumo desses alimentos deve ser restrito. Até porque eles tem efeito protetor para o organismo. O ideal seria ter uma alimentação variada com dieta de rotação, ou seja, não consumir sempre o mesmo tipo de alimento.

 

Texto elaborado por: Patrícia Bertolucci

Nutricionista pela Universidade Federal de Goiás – UFG.

Assessoria a Clubes e Empresas ligadas ao esporte ou com interesse em qualidade de vida.

Responsável pela empresa Patrícia Bertolucci Consultoria em Nutrição.

 As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

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