terça-feira, 11 de abril de 2017

Distúrbios Nutricionais No Parkinson



O envelhecimento da população vem ocorrendo de maneira crescente nos países em desenvolvimento. As doenças crônicas não transmissíveis, cuja incidência vem aumentando, juntamente com a alteração do perfil demográfico, têm ocupado lugar de destaque no perfil de mortalidade desses países. A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum em idosos, com prevalência estimada de 3,3% no Brasil.

A doença de Parkinson ocorre devido à degeneração celular da substância negra. Essas células produzem dopamina, que conduz as correntes nervosas (neurotransmissores) ao corpo. A ausência ou diminuição da dopamina afeta os movimentos do paciente, provocando os sintomas desta patologia.

Indivíduos com Doença de Parkinson são suscetíveis à perda de peso e desnutrição, sendo a perda progressiva de peso uma característica importante da progressão dessa doença. Os movimentos involuntários associados com a doença de Parkinson resultam em maior gasto de energia, além disso, tanto os sintomas da doença quanto os efeitos adversos do tratamento podem limitar a ingestão de alimentos.

A doença de Parkinson é uma doença crônica, neurodegenerativa e progressiva. As manifestações motoras incluem tremor de repouso, bradicinesia (lentidão de movimentos), rigidez muscular e alterações do equilíbrio. Essas manifestações são responsáveis por incapacidades física e psíquica, havendo também manifestações não motoras, como psicose, transtornos cognitivos e depressão. Devido à dificuldade em realizar movimentos repetitivos, tremor e/ou rigidez da mandíbula, a mastigação pode ser prejudicada, gerando fadiga, que podem levar a interrupção da alimentação e ingestão inadequada de alimentos. Além disso, os sintomas não motores associados com a disfagia podem ser responsáveis pelo comprometimento do estado nutricional e balanço hídrico.

Outros sintomas como o refluxo gastroesofágico, constipação e gastroparesia também contribuem para os distúrbios nutricionais e afetam significativamente a qualidade de vida destes indivíduos. As alterações na motilidade gástrica e intestinal podem levar à distensão abdominal, náuseas, desconfortos e saciedade precoce, reduzindo ainda mais a ingestão de alimentos.

Outro aspecto importante da doença de Parkinson é o tratamento com o medicamento levodopa (principal droga utilizada no tratamento da doença de Parkinson, que alivia os sintomas por aumentar as concentrações de dopamina), em que alguns aminoácidos dietéticos podem competir com esta droga em relação a absorção intestinal e transporte desse medicamento através da barreira sangue-cérebro, limitando assim a sua eficácia e sendo responsável pela ocorrência de flutuações motoras. Assim, diretrizes recomendam dieta com baixo teor de proteínas à medida que a doença progride, pois nesses casos são necessárias doses mais elevadas de levodopa.

Portanto, a avaliação nutricional nesses indivíduos deve ser minuciosa, buscando investigar as deficiências de macro e micronutrientes, com o objetivo de retardar os distúrbios nutricionais relacionados com a doença e melhorar a qualidade de vida desses pacientes.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

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Cukier, C; Magnoni, D; Alvarez, T. Nutrição baseada na fisiologia dos órgãos e sistemas. 1 ed. São Paulo: Sarvier, 2005.

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