A
obesidade é uma doença que representa encargos elevados quer para os indivíduos
quer para os sistemas de saúde. Num contexto em que as taxas de obesidade
aumentam de forma generalizada em todos os países, tornou-se um problema de
saúde pública. A obesidade entre crianças e jovens é um problema crescente em
muitos países e o seu combate é alvo de várias medidas de saúde pública.
A alimentação ocidental mudou de alimentos frescos e vegetarianos para uma dieta farta de alimentos processados, refinados e de origem animal. Isso tem levado a população a ingerir em excesso calorias e gorduras, além de um alto consumo de açúcar refinado, sal e poucas fibras.
Outro aspecto importante é o avanço da tecnologia, o qual facilitou o cotidiano fazendo com que se poupe mais energia. Esses dois fatores (transição nutricional e tecnologia) resultaram em ganho de peso pela população na maioria dos países.
O excesso de peso é mais prevalente no público feminino. O aumento da gordura visceral abdominal acompanha a menopausa, estando assim associada à redução dos níveis de atividade física habitual e gera na mulher o surgimento de doença da inatividade física, caracterizada pela manifestação de um conjunto de patologias entre as quais se incluem a diabetes mellitus tipo 2, as doenças cardiovasculares, a depressão, a demência, algumas formas de câncer como os de mama, ovário e endométrio.
A
proeminência abdominal pode ser determinada pelos fatores suscetíveis a alterar
um ou mais desses compartimentos. Dentre eles, podemos destacar a dieta
hipercalórica, hiperglicídica, hiperlipídica, consumo de alimentos de alto
índice glicêmico e ricos em enxofre.
Sabe-se que os nutrientes que compõe a dieta regulam a lipogênese no fígado e no tecido adiposo, bem como o tipo de carboidrato. Se for fornecida apenas frutose como carboidrato, há maior atividade das enzimas lipogênicas que se for glicose. Ao contrário, a adição de gordura, em particular ácidos graxos poli-insaturados, reduz a atividade enzimática lipogênica. Conclui-se então que não dá modificar apenas em um componente da dieta sem modificar outros.
Um estudo com mulheres com obesidade visceral e subcutânea, os pesquisadores demonstraram que a dieta de baixa caloria leva à maior perda de gordura visceral que a de gordura subcutânea, fato mais evidente entre aquelas com obesidade visceral. Assim, a gordura intra-abdominal visceral tem maior facilidade de mobilização lipídica que a gordura subcutânea e tal mobilização acarretaram em melhora concomitante da glicemia plasmática e do metabolismo glicídico.
A
diminuição da ingestão da quantidade de lipídio da dieta em geral leva à
redução da ingestão da energia total. Isso pode provocar perda da gordura, de
modo mais específico, redução da gordura visceral. Alimentos com alta razão
lipídios/carboidratos costumam ter maior densidade energética que alimentos
ricos em carboidratos, e, portanto promovem maior hiperfagia passiva (consumo
energético maior que o gasto, sem intenção de fazê-lo), com balanço energético
positivo e ganho de peso em indivíduos suscetíveis.
Já os alimentos de alto índice glicêmico desencadeiam uma sequência de eventos hormonais, que limita a disponibilidade de combustível metabólico no período pós-prandial, levando à fome e à ingestão alimentar excessiva. Essas mudanças hormonais e metabólicas resultantes da ingestão de dietas hiperglicídicas com alto índice glicêmico são a elevação da glicemia e da hiperinsulinemia pós-prandiais, o que leva ao rápido armazenamento de substratos na forma de gordura corporal, além de estimular a hiperfagia.
Os
alimentos de baixo índice glicêmico são mais ricos em fibras e uma das teorias
atesta que as fibras – sobretudo as solúveis – favorecem uma maior distensão
gástrica, levando a uma maior secreção de colecistoquinina (CCK). Assim, por
outra via, os alimentos de baixo índice glicêmico induzem a sensação de
saciedade.
Sendo assim, deve-se estimular uma dieta rica em fibras, vegetais, legumes, alimentos integrais e não refinados e limitar a ingestão de tubérculos, carboidratos refinados e açúcar simples.
Ressalta-se a importância de estudos experimentais que investiguem os fatores relacionados à proeminência abdominal como um meio de propor tratamento dietoterápico para o controle da gordura abdominal em mulheres em geral, possibilitando intervenções que auxiliem na promoção de hábitos alimentares saudáveis para uma melhor redução de gordura abdominal.
As informações
contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Meuer, MC, Rocha, GDW. Gordura Localizada.
Instituto Ana Paula Pujol. Disponível em: www.institutoanapaulapujol.com.br Acessado
em: 27/03/2017.
Pitanga,
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Paulo July/Aug. 2014.
Pujol,
AP. Fatores nutricionais e sua correlação com a proeminência abdominal em
mulheres. In: Ana Paula Pujol (org). Nutrição Aplicada à Estética. 1 ed. Rio de
Janeiro: Editora Rubio, 2011. 281-299.
Wijnhoven, TMA. et al. WHO European Childhood Obesity
Surveillance Initiative 2008: weight, height and body mass index in
6–9-year-old children”, Pediatric Obesity, 8, pp. 79-97.
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