As
principais diferenças entre os açúcares aparecem no gosto, na cor e na
composição nutricional de cada tipo. A regra básica é a seguinte: quanto mais
escuro é o açúcar, mais vitaminas e sais minerais ele tem, e mais perto do
estado bruto ele está. A cor branca significa que o açúcar recebeu aditivos
químicos no último processo da fabricação, o refinamento, que a gente explica
direitinho no fim do texto. Apesar de esses aditivos deixarem o produto
bonitão, eles também "roubam" a maioria dos nutrientes.
A
matéria-prima do nosso açúcar, você sabe, é a cana. Antes de chegar à nossa
mesa, a planta passa por diversas etapas de fabricação. Primeiro, ela é moída
para extrair o caldo doce. Depois, começa a purificação, em que o caldo é
aquecido a 105 ºC e filtrado para barrar as impurezas. Em seguida, o caldo é
evaporado, vira um xarope e segue para o cozimento, onde aparecem os cristais
de açúcar que a gente conhece. Por último, os tipos mais brancos de açúcar
ainda passam pelo refinamento, quando o produto recebe tratamentos químicos
para melhorar seu gosto e seu aspecto. O resultado final é o açúcar em
cristais, mas, se você moldar e comprimir os cristais com xarope de açúcar dá
para fabricar açúcar em torrões. Além da cana, há açúcar nas frutas e no milho
(a frutose) e no leite (a lactose). A beterraba é outra fonte de açúcar, mas
tem um processo de extração diferente. Ela é popular na Europa: como lá não tem
cana, a beterraba entrou na dança.
Açúcar Mascavo
O açúcar mascavo é mais escuro, marrom ou dourado,
exatamente porque ainda não perdeu o melaço da cana onde vivem quantidades
significativas de cálcio, ferro, potássio e magnésio. Quanto mais escuro o
açúcar, mais vitaminas e minerais ele tem. Mas não se engane: ele continua
sendo tão calórico e prejudicial quanto o branco e oferece as mesmas restrições
de consumo aos diabéticos.
Ele
também pode exigir um tempo até que nos acostumemos. Com mais personalidade do
que a versão refinada, o açúcar mascavo tem gosto forte e interfere no sabor
dos alimentos. Mas o benefício principal da versão escura do açúcar faz valer a
pena a troca. Por ele não ter recebido o tratamento químico que os cristais
branquinhos receberam já garante muito mais vantagens para saúde.
Os
aditivos químicos presentes no açúcar branco são grandes inimigos da boa saúde
e deveriam ser evitados sempre que possível.
Pode ser consumido por qualquer pessoa com exceção dos
diabéticos que devem prestar atenção às quantidades.
Açúcar
Demerara
Também usado no preparo de doces, esse açúcar de nome
estranho é um dos tipos mais caros. Ele passa por um refinamento leve e não
recebe nenhum aditivo químico. Por isso, seus grãos são marrom-claros e têm
valores nutricionais altos, parecidos com os do açúcar mascavo.
Pode ser consumido por qualquer pessoa com exceção dos
diabéticos que devem prestar atenção às quantidades.
Açúcar
de Coco
Por
não passar pelo processo industrial de refinamento ao qual é submetido o açúcar
comum (ou branco), esta versão “integral” mantém as vitaminas e mineiras
originais provindos da palma de coco e, por isso, é muito mais nutritiva. O açúcar de coco possui quantidades elevadas
de potássio, magnésio, zinco e ferro. É também uma fonte natural de vitaminas
B1, B2, B3 e B6. Porém, uma das principais vantagens do produto é o baixo
índice glicêmico, que favorece as pessoas que possuem diabetes tipo 2. O açúcar
de coco tem um índice glicêmico de 35, muito mais baixo do que o do refinado,
que é de 68. O índice glicêmico é a velocidade em que o carboidrato é digerido
e transformado em açúcar no sangue. Os alimentos com alto índice glicêmico
aumentam a quantidade de açúcar no sangue, fazendo com que o pâncreas trabalhe
mais na liberação de uma quantidade maior de insulina para normalizar a glicose
no sangue.
Apesar
dos benefícios, é importante notar que o açúcar de coco não é menos
calórico do que o
refinado. A diferença é que, enquanto o segundo apresenta alto teor calórico e
quase nenhum teor nutritivo – ou seja, é uma caloria vazia – o segundo oferece
as mesmas calorias com bastante nutriente.
O
açúcar de coco possui o mesmo poder adoçante que o refinado e pode substituí-lo
na proporção 1:1. É um adoçante não processo, não adulterado, não filtrado, sem
conservantes e 100% natural. Por isso, é conhecido como o adoçante mais
sustentável do mundo.
Agave
Uma
planta de origem mexicana tem sido bastante comentada devido a seu extrato, que
pode ser um bom substituto do açúcar. Seu nome é agave, uma planta suculenta,
que é matéria-prima para a fabricação de uma bebida destilada, a tequila. Seu
extrato tem coloração amarela clara, odor agradável e textura mais suave que o
mel.
Em
relação ao açúcar, o agave ganha por ter menos calorias e adoçar mais, sendo
indicado para quem quer substituir o açúcar, e até mesmo o adoçante, por uma
opção mais saudável. Ele é melhor que o açúcar, pois não é um alimento
refinado, é orgânico, ou seja, isento de contaminação química e tem menor
índice glicêmico (relacionado ao nível de açúcar no sangue), além de ser
digerido mais devagar que o açúcar, portanto não sobrecarrega o pâncreas.
O
agave, apesar de ter menos calorias que o açúcar comum, tem bem mais que os
adoçantes, possuindo 33 kcal a cada 20g (contra 77 kcal do açúcar refinado e
quase zero dos adoçantes sintéticos).
Entretanto, existem algumas ressalvas para o consumo do agave: quem
sofre com o diabetes não deve consumi-lo, devido ao alto teor de frutose, o que
faz com que, nesse sentido, seja tão perigoso quanto o mel.
O
agave também atua como potencializador de sabor, realçando o sabor de outros
ingredientes, como frutas e cereais. Uma dica é amassar a banana ou cozinhar
maçãs e peras e adoçar com um fio de extrato de agave. O extrato ainda pode ser
usado no dia a dia para adoçar cafés, chás, assim como sobremesas, waffles,
pães, panquecas, bolos e outras receitas.
Melado de Cana
O
melado é um xarope espesso produzido quando a cana de açúcar é transformada em
açúcar refinado para consumo. O melado traz muitos benefícios à saúde, e por
isso pode ser considerado um suplemento alimentar. É um alimento nutritivo,
ricos nutrientes, como ferro, cálcio, selênio, manganês e o cobre, e é indicado
para quem tem imunidade baixa, anemia, para evitar o excesso de coagulação e
dar muita energia para os músculos. O melado também pode atuar como um adoçante
natural saudável, já que adoça muito bem e é livre de substâncias adicionadas.
Diante
desses tipos de açúcares, seja ele qual for o escolhido por você e/ou sua
nutricionista, sempre deve ser consumido com controle, pois todos eles possuem
calorias e geram picos glicêmicos nada indicados para quem busca mais qualidade
de vida. Além disso, o consumo descontrolado desses açúcares também pode
agravar os casos de obesidade, diabetes, hipertensão, cardiopatias, câncer,
doenças neurológicas, ansiedade.
Mel
Apresenta
também teor de proteínas, aminoácidos, enzimas, ácidos orgânicos, substâncias
minerais, pólen e outras substâncias, sacarose, maltose, malesitose e outros
oligossacarídeos (incluindo dextrinas). Além de pequenas concentrações de
fungos, algas, leveduras e outras partículas sólidas resultantes do processo de
obtenção do mel.
O mel é o único produto doce que contém proteínas e
diversos sais minerais, como selênio, cobre, fósforo e ferro e vitaminas
essenciais à nossa saúde, como as do complexo B e vitamina C, também contêm
substâncias antioxidantes (flavonoides
e fenólicos). Quanto mais escuro, maior concentração de minerais. Quanto mais
claro maior a concentração de vitamina C.
O mel pode ajudar a combater
tosse, dores na garganta e até mesmo evitar prisão de ventre. E por conter
flavonoides, o mel pode afastar o risco de desenvolver doenças cardiovasculares
e melhorar a resposta imunológica. Contém
uma substância chamada inibina que age como um antibiótico natural.
Tem
ação antisséptica, anti-inflamatória, antioxidante, antimicrobiana e revigorante.
Por
ser composto principalmente por açúcares simples o mel não deve ser consumido
por diabéticos (pois, o alimento aumenta a taxa de glicemia), indivíduos com
sobrepeso e obesidade e triglicérides elevados, também devem usar com
moderação. Crianças com menos de 1 ano também devem evitar o consumo de mel,
pois este pode conter esporos de Clostridium botullinum e transmitir o
botulismo.
Texto elaborado por: Dra. Roseli Lomele Rossi - CRN 2084
Nutricionista
formada pelas Faculdades Integradas São Camilo (CRN 2084 /1983), com título de
Especialista em Nutrição Clínica concedido pela ASBRAN - Associação Brasileira
de Nutrição. Pós Graduada nos cursos de especialização de Planejamento,
Organização e Administração de Serviços de Alimentação; Fitoterapia Aplicada à
Nutrição Funcional e Nutrição Ortomolecular com Extensão em
Nutrigenômica.
É
Diretora da Clínica Equilíbrio Nutricional e autora dos Livros: "Saúde
& Sabor com Equilíbrio" - Receitas Infantis, “Saúde & Sabor com
Equilíbrio” – Receitas Diet e Light Volumes I e II, Colaboradora do livro
Nutrição Esportiva – Aspectos relacionados à suplementação nutricional e autora
do Livro “As Melhores Receitas Light da Clínica Personal Diet”.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
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