A
prática regular de exercícios físicos, unida à alimentação saudável, está cada
vez mais associada a melhor qualidade de vida, uma vez que promove benefícios
fisiológicos e psicológicos aos indivíduos. Nos dias atuais, é possível
observar crescente interesse pela busca da qualidade de vida, condicionamento
físico e estético.
Para
a prática da musculação, os exercícios com peso são os mais utilizados,
exigindo a força como principal capacidade motora, ocorrendo assim o aumento da
força muscular que apresenta como principal modificação morfológica a
hipertrofia muscular, a qual é definida como um aumento do volume de um
determinado músculo ocorrido em consequência do aumento da área de secção
transversa das fibras que o constituem.
Portanto,
sabendo-se que a prática do exercício físico ocasiona um aumento do gasto
energético e das necessidades calóricas, pode-se dizer que o melhor desempenho
irá depender da alimentação, visto que uma dieta balanceada, adequada em
quantidade e qualidade, de acordo com as recomendações dadas à população em
geral, é importante para a formação, reparação e reconstituição dos tecidos,
mantendo sua estrutura e suas funções, possibilitando assim a realização dos
exercícios.
Não
restam dúvidas quanto às mudanças favoráveis da composição corporal e a
influencia positiva sobre o desempenho esportivo de atletas após o manejo
dietético, através do uso da suplementação alimentar para casos específicos.
Para os indivíduos que praticam exercícios físicos sem maiores preocupações com
o desempenho, uma dieta balanceada, que atenda às recomendações dadas à
população em geral, é suficiente para a manutenção da saúde e possibilita bom
desempenho físico.
Já
a alimentação de um atleta é diferenciada dos demais indivíduos, em função do
gasto energético relevantemente elevado e da necessidade de nutrientes que
varia de acordo com o tipo de atividade, da fase de treinamento e do momento de
ingestão. Pesquisas apontam que a alimentação é a peça fundamental para o ganho
da massa muscular, podendo chegar a 60% em importância.
Existe
uma crença popular antiga, entre os atletas, de que proteína (PTN) adicional
aumenta a força e melhora o desempenho, mas pesquisas não apoiam esta teoria e
discorrem que o excesso (>2,0g/kg de peso) não tem proporcionado melhor
desempenho, todavia não promove a construção muscular, sendo metabolizado no
organismo e eliminado pela urina, o que pode causar sobrecarga nos rins e
fígado. Observa-se que a pequena quantidade de proteína necessária para o
desenvolvimento muscular durante o treinamento é facilmente atingida por uma
alimentação balanceada regular.
Para
os fisiculturistas ou pessoas interessadas em aumentar a massa corporal, a
mitologia das necessidades aumentadas de proteínas na dieta é assustadora. Os
levantadores de peso consomem algo ente 1 e 3,5g de proteína por quilograma de
peso corporal por dia e a maioria desta proteína está na forma de suplemento.
Os
suplementos alimentares caracterizam-se pelo consumo de nutrientes com grau de
eficiência extremamente variável, proporcionando adaptações fisiológicas e
melhora do desempenho físico. Com isso, alguns suplementos alimentares podem
ser recursos ergogênicos que, em sua maioria, são utilizados para a melhoria do
desempenho nas atividades físicas esportivas e fitness.
O
objetivo principal desses produtos é aumentar o desempenho físico
intensificando a potência física, a força mental e/ou o limite mecânico e,
dessa forma, ocasionar uma prevenção ou retardar a fadiga. A suplementação
alimentar é motivo de grande controvérsia científica, pois o consumo excessivo
de suplementos pode trazer efeitos deletérios à saúde, como cãibras, cansaço
muscular, náuseas, diarreias, entre outros.
A
musculação realizada dentro dos princípios do treinamento de força (volume,
intensidade, intervalo de recuperação entre as séries, ordem dos exercícios,
entre outros) pode ocasionar ganhos substanciais na força e na hipertrofia
muscular. Os aumentos observados no volume muscular são derivados dos aumentos
agudos e crônicos no turnover
(catabolismo e anabolismo) proteico muscular, de forma que a
síntese exceda a degradação proteica.
A
síntese proteica muscular é um processo complexo e fundamental, pois consiste
na capacidade do músculo captar aminoácidos promovendo a manutenção e/ou o
crescimento das células musculares. A sua regulação recebeu atenção
significativa ao longo das últimas décadas devido a sua importância no
envelhecimento, processos patológicos e hipertrofia muscular.
O
mTOR funciona como uma chave reguladora no controle da síntese proteica. Essa
proteína é encontrada dentro de dois complexos: mTORC1 e mTORC2. Além do mTOR,
duas proteínas também estão presentes no complexo: a subunidade proteica Beta G
mTORC1(GBL) e a proteína reguladora da associação mTOR, mais conhecida como
“Raptor”. O mTORC1 tem sido implicado no reforço da biogênese ribossomal,
aumentando a atividade dos ribossomos no citosol, por meio da proteína de
associação c-Myc “C-Myc”.
O
complexo de esclerose tuberosa (TSC2) é um inibidor da proteína denominada
“homólogo RAS enriquecido no cérebro” (Rheb), o qual vem sendo estudado como um
regulador frequente de estímulos ao mTORC1. Recentemente foi proposta a
suplementação do ácido graxo ômega 3 para estímulo da síntese proteica por meio
dessa proteína.
Além
do Rheb, uma proteína tem sido implicada na mediação dos sinais provenientes do
ômega 3 para estímulo do mTORC1 – a proteína humana vacuolar de ordenação 34
(HVps34). É possível que o ômega 3 participe da sinalização do mTOR por meio
dessa proteína pela sua ativação. Consequentemente, ocorre a fosforilação do
mTOR, dando início à síntese proteica.
O
ômega 3 pode ser mais uma opção para indivíduos que buscam hipertrofia – os
estudos analisados demonstram que a suplementação na dieta aumenta a sinalização
anabólica muscular mediada por aminoácidos e insulina em adultos e idosos. Os
mecanismos pelos quais o ômega 3 estimula a síntese proteica ainda não foram
totalmente elucidados, sugere-se que atuam na fosforilação do mTOR, por meio de
estímulos através do Rheb e HVps34.
As informações
contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
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