Por suas múltiplas propriedades medicinais o
própolis tem sido usado há séculos pelos povos antigos, e a ciência está
desvendando o seu enorme potencial na saúde humana e no tratamento de diversas
doenças. Há quase 70.000 estudos sobre própolis e sua notável ação terapêutica:
imunoestimulante, antioxidante, anticancerígeno, anti-inflamatório,
anti-hiperglicêmico, antiviral, antifúngico e antibiótico.
O
que é própolis?
Própolis é uma substância resinosa que as
abelhas recolhem de troncos, brotos de árvores e de algumas plantas. As abelhas
usam esta mistura de resina natural e enzimas de sua saliva para dar estrutura,
fechar aberturas e rachaduras na colmeia, e também como agente desinfetante. O
própolis é diretamente responsável por garantir a assepsia das colmeias, pois
ele tem uma potente ação antimicrobiana que protege as abelhas de doenças. Colmeias são locais propensos ao
desenvolvimento de fungos, vírus e bactérias, dadas as suas condições de
temperatura, umidade e superlotação. De forma mais comum esta substância
resinosa tem cor marrom escura, porém pode ser encontrada em tons verdes,
vermelhos, pretos e brancos, dependendo das fontes da resina coletada pelas
abelhas. O própolis é composto de 50% de resina e bálsamo, 30% de cera, 10% de
óleos essenciais e aromáticos, 5% de pólen e 5% de impurezas.
Própolis
contém mais de 300 compostos químicos
Devido ao grande número de ingredientes
ativos presentes, como flavonoides, ácidos fenólicos, terpenos e óleos
essenciais, a tintura (extrato alcoólico) de própolis é utilizada
principalmente pela ação estimulante sobre o sistema imunológico, responsável
pela defesa do organismo. A composição do própolis varia de acordo com a área
geográfica e os diferentes tipos de plantas das quais é recolhido, o que determina
a cor da resina e as suas propriedades. Própolis verde, por exemplo, é rico em
éster fenetílico do ácido cafeico, com potente ação anticancerígena; já própolis vermelho é rico em diversas
isoflavonas e antocianinas, com ação anticancerígena (leucemia) e bactericida.
Muitas
vitaminas e minerais
A pesquisa sobre a composição do própolis
mostra que ele apresenta cerca de 60 minerais, incluindo cálcio, magnésio,
ferro, zinco, sílica, potássio, fósforo, cobre, cobalto, bem como 16
aminoácidos. Ele também contém vitamina A (betacaroteno) e vitaminas B1, B2 e
B3.
Atividade antioxidante
Um estudo publicado
no Journal of Agricultural and Food Chemistry mostrou que própolis
contém componentes flavonoides e polifenólicos, com grande atividade
antioxidante. Antioxidantes são
necessários para combater a ação nociva dos radicais livres nas células,
tecidos e órgãos, que podem provocar câncer e outras doenças degenerativas se
não forem neutralizados. Além disso, os antioxidantes do própolis têm ação
antienvelhecimento.
Reforço na imunidade
Estudos publicados
em diversas revistas científicas evidenciam que o própolis contém proteínas e
compostos com capacidade de alterar e regular o sistema imunológico, além dos
benefícios antibacteriano e antiviral. O própolis ativa os passos iniciais da
resposta imune estimulando receptores específicos e a produção de citocinas, um
tipo de molécula que modula os mecanismos da imunidade.
Antibiótico natural
O própolis tem sido
utilizado por sua ação anti-séptica através dos séculos, por povos antigos como
gregos, romanos e egípcios, que perceberam a sua capacidade de evitar infecções
e acelerar a cicatrização de feridas. Vários estudos mostram que o própolis
possui grande eficiência contra micro-organismos, devido a seus inúmeros
ingredientes ativos, como ácidos fenólicos e terpenos, e um deles, publicado na
revista Wound Repair and Regeneration, mostrou que a aplicação
tópica de própolis em feridas infectadas acelerou significativamente a
cicatrização. Estudos mostram também a sua ação na gripe, otites e infecções
respiratórias.
Potente anti-inflamatório e cicatrizante
Diversas pesquisas
mostram que o própolis verde brasileiro contém um componente chamado
artepillin-C, com propriedade anti-inflamatória notável e que ajuda a curar
feridas. Além de ingerido, ele pode ser aplicado topicamente, como um creme,
para tratar diversas inflamações da pele. Os estudos comprovam que própolis é
eficaz no tratamento de queimaduras de primeiro e segundo grau.
Ação anticancerígena
Como foi dito
acima, o própolis contém mais de 300 compostos ativos. Dentre eles, muitos
contribuem para combater o câncer por vários mecanismos: inibem o crescimento
de novos vasos sanguíneos que alimentam as células cancerosas, impedem a
propagação ou metástase do câncer de um órgão para outro, param a divisão
celular característica do câncer e induzem a morte celular programada
(apoptose). Além disso, o própolis atenua os efeitos colaterais ou toxicidade
de drogas quimioterápicas utilizadas no tratamento do câncer. A literatura
científica sobre própolis mostra a sua ação contra câncer no cérebro, pâncreas,
cabeça e pescoço, rim, bexiga, pele, próstata, mama, cólon, fígado e sangue.
Saúde da boca e dentes
Estudos mostram que própolis pode ser eficaz
no tratamento da periodontite e gengivite. A ação da resina limita a placa
bacteriana e reduz a cárie dental. Algumas pesquisas mostram que o própolis
pode auxiliar a regenerar a polpa dental bem como o tecido ósseo. Ele atua no
controle da halitose e ajuda na cicatrização de aftas.
Como
consumir
O própolis pode vir em diversas apresentações
e concentrações: extrato, tintura e pó. Ele pode ser encontrado na forma de
spray bucal, pastilhas, balas, suspensão, xaropes, cápsulas e gotas. O
própolis também pode ser manipulado na forma de cremes, pomadas e loções, além
de ser adicionado a diversos produtos cosméticos. A forma de tomar vai depender
da formulação e do objetivo, mas de forma geral a indicação para manter a
imunidade em dia é de 30 a 40 gotas dissolvidas em um pouco de água ou mel
(siga as instruções da bula). Para outras indicações é importante ouvir a
recomendação médica. Ele pode ser tomado por todas as pessoas, sem exagerar na
dose. A única contraindicação é alergia ao produto.
Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki.
Título
de Especialista em Nutrologia – Associação Brasileira de Nutrologia;
Membro
Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia;
Pós-graduação
em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE –
Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de
Homeopatia;
Pós-graduação
em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
*Chemistry
and Physics of Lipids 2017. Biological properties of
propolis extracts: Something new from an ancient product.
*Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine
2015. Propolis: a complex natural
product with a plethora of biological activities that can be explored for drug
development.
*Burns & Trauma 2015. Propolis: a new frontier for wound healing?
*Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine
2013. Propolis modifies collagen types I and III accumulation in the matrix of
burnt tissue.
* British Journal of Medicine and Medical Research
2015. Use of Propolis in Cancer Research.
*BMC
Complementary and Alternative Medicine 2015. Brazilian red propolis: phytochemical
screening, antioxidant activity and effect against cancer cells.
*American Journal of Biochemistry & Biotechnology
2010. Apoptosis of human breast cancer cells
induced by ethylacetate extracts of propolis.
*International Journal of Medicine and Medical Science
2010. Propolis and its potential
uses in oral health.
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