A
alergia alimentar pode ser definida como uma reação adversa a um antígeno
alimentar mediada por uma reação imunológica, ou seja, pessoas alérgicas
possuem um sistema imunológico que reconhece como agente nocivo, mesmo as
substâncias que não causariam complicações na grande maioria das pessoas.
Corantes
artificiais são substâncias químicas presentes nos alimentos, usados para
melhorar o aspecto e o aroma deles. No entanto, podem causar alergias e outras
reações adversas.
Entre
os corantes mais conhecidos estão a tartrazina, amarelo crepúsculo, azul
brilhante, vermelho bordô e vermelho eritrosina.
Mesmo
que raras, as manifestações alérgicas pela ingestão de corantes são
preocupantes, costumam aparecer após cerca de uma hora a ingestão do mesmo e
aparecem mesmo quando forem ingeridos em pequenas quantidades. Seus sintomas
podem ser bem diversificados, sendo os mais comuns:
●
Pele: urticária e edema;
●
Sistema respiratório: falta de ar e espasmos;
● De
origens gerais: vômitos e cólicas.
Corantes x Déficit de Atenção
O
transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ainda não tem causa
conhecida. No entanto, estudos sugerem que o aumento no consumo de alimentos
industrializados, ricos em aditivos alimentares, alteram o comportamento
infantil. Entre os aditivos mais utilizados destacam-se os corantes:
tartrazina, amaranto, vermelho ponceau, eritrosina e caramelo amoniacal,
utilizados para realçar a coloração dos alimentos.
A
Associação Americana de Pediatria define o TDAH como um transtorno
neuropsiquiátrico em que há padrão persistente de desatenção, hiperatividade e
impulsividade, não adequado ao nível de desenvolvimento quando comparado a
crianças da mesma idade.
Os
sintomas variam desde falta de atenção em atividades lúdicas até dificuldade
para brincar e ficar sem silêncio durante atividades de lazer.
Para o
diagnóstico clínico, os sintomas devem estar presentes por pelo menos seis
meses. Geralmente, surge antes dos 7 anos de idade, sendo mais prevalente em
meninos. Estima-se que cerca de 70% das crianças hiperativas continuam com os
sintomas na adolescência e 65% dos adolescentes conservam o problema até a vida
adulta.
As
causas do distúrbio ainda não são conhecidas, porém estudos avaliando uma dieta
de exclusão em crianças hiperativas demonstraram melhora no comportamento
destas, podendo relacionar o aumento no consumo de alimentos industrializados,
ricos em aditivos alimentares, com alteração no comportamento infantil.
Entre
os aditivos utilizados em larga escala, pode-se assinalar o papel dos corantes,
utilizados para realçar a coloração dos alimentos, responsáveis por reações
alérgicas, asma, urticária e até casos de câncer observados a longo prazo.
A
avaliação do consumo de corantes alimentares e aditivos de uma forma geral é
feita pelo controle da Ingestão Diária Aceitável (IDA). Nesse sentido, estudos
avaliando o consumo alimentar de crianças verificaram que a introdução de
alimentos industrializados ocorre de maneira precoce, assim, crianças de 4 a 12
meses já recebiam alimentos como queijo tipo petit-suisse, refrigerantes e
pirulitos.
Além
disso, outros estudos avaliaram a quantidade de corantes em alimentos e
constataram que alguns produtos apresentam valores superiores de corantes do
que o permitido na legislação brasileira. Desse modo, avaliou-se que a IDA de
crianças é facilmente excedida com o consumo de um ou mais produtos
industrializados ao dia, sendo este o público mais atingido pelos efeitos
adversos deste aditivo, pois, além da imaturidade fisiológica, que pode
prejudicar a excreção desses compostos, também apresenta dificuldade na
capacidade de controlar a ingestão dos alimentos com aditivos.
Não
existem testes clínicos para diagnosticar a alergia a corantes. Médicos
especialistas e nutricionistas podem orientar sobre uma dieta adequada para
indivíduos que tenham esse tipo de alergia.
Orienta-se
não oferecer alimentos que contenham corantes artificiais, substituindo-os por
alimentos naturais.
Legislação
A
legislação sanitária estabelece as informações sobre a presença de aditivos que
devem ser veiculadas na rotulagem de alimentos e bebidas, a fim de possibilitar
sua identificação pelos consumidores e a realização de escolhas conscientes.
O
Decreto-Lei n. 986, de 21 de outubro de 1969 determina que as informações
“Colorido Artificialmente” e “Aromatizado Artificialmente” sejam declaradas no
painel principal dos alimentos que contenham adição de corantes artificiais e
aromas artificiais, respectivamente. Ademais, a presença de aromas artificiais
e naturais deve ser informada por meio das indicações “Sabor Artificial de...”
e “Sabor de...”, conforme o caso.
Alimentos
com a alegação “sem conservantes” podem conter outros aditivos ou ingredientes
que podem contribuir para o aumento da vida de prateleira do produto, tais como
sal e aditivos alimentares com função antioxidante, acidulante. Já produtos com
a alegação “sem corantes artificiais” podem conter outros corantes
classificados como “sintéticos idênticos ao natural” ou “naturais”, que não
possuem vantagem em relação à qualidade e à segurança. Neste sentido, cabe
ressaltar que alguns corantes naturais possuem limites de segurança inferiores
ao de corantes artificiais e que esses aditivos também podem desencadear
reações adversas em pessoas sensíveis.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referência Bibliográfica:
Alergia
a corantes e aromatizantes artificiais. Manual de orientação de cardápios
especiais. Governo do Estado de São Paulo, 2015.
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Americana de Psiquiatria. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos
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Brasileira do Déficit De Atenção. Transtorno de déficit de atenção e
hiperatividade: uma conversa com educadores. Disponível em: http://www.tdah.org.br/images/stories/site/pdf/tdah_uma_conversa_com_educadores.pdf.
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Técnico n. 70, de 19 de Janeiro de 2016. Agência Nacional de Vigilância
Sanitária – ANVISA.
O
consumo de corantes tem relação com o déficit de atenção? Nutritotal.
Disponível em: www.nutritotal.com.br Acessado
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