domingo, 4 de fevereiro de 2018

Bisfenol A



O bisfenol A é um produto químico industrial com excelentes características químicas e físicas aplicado na fabricação de plástico. É isto mesmo você come sem ver ou saber e adoece sem querer. Esta substância é leve, transparente, forte e ao mesmo tempo duradoura, conferindo ao plástico maior resistência a rachaduras.

Sintetizado em 1891 na Rússia como estrogênio, o bisfenol A foi esquecido na época, pois existiam outros estrogênios artificiais mais potentes. Em 1950, seu uso foi retomado sendo aplicado na fabricação de garrafas plásticas e para revestir o interior de latas de refrigerante. Cerca de 20 anos depois surgiram suspeitas sobre seus malefícios.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite a liberação limite de 0,6mg/kg de material plástico. A grande preocupação dos especialistas é a acumulação de bisfenol A no organismo, já que são inúmeros os alimentos disponíveis embalados com materiais que desprendem esta substância.

Ao longo dos últimos anos crescem as evidências dos riscos à saúde decorrentes da exposição ao bisfenol A (BPA), mesmo em níveis considerados seguros. O composto já é associado a desordens reprodutivas, desordens hormonais, obesidade, problemas no desenvolvimento cerebral, câncer de mama e próstata.

Uma nova pesquisa defende que os níveis considerados seguros de exposição bisfenol A devem ser reanalisados. A pesquisa sugere que a exposição ao bisfenol A (BPA) durante a gestação leva a alterações epigenéticas que podem afetar permanentemente o feto. Estas mudanças epigenéticas resultaram em ‘excesso’de resposta ao estrógeno durante a idade adulta, muito tempo após a exposição ao BPA, afetando a fêmea para ser sensível ao estrogênio. Esta sensibilidade pode levar a problemas de fertilidade, a puberdade precoce, desenvolvimento mamário alterado e função reprodutiva, bem como uma variedade de cânceres relacionados com o hormônio.

Quanto aos homens, uma pesquisa da Universidade do Missouri publicada na Academia Nacional de Ciências dos EUA mostra os seguintes resultados: 




Algumas precauções para ajudar a resguardar você e sua família deste perigo oculto:

● Verifique se os produtos enlatados estão íntegros, sem amassados. Problemas físicos facilitam a liberação da substância;

● Descarte utensílios de plástico lascados ou arranhados. Evite esfregá-los excessivamente  com bucha e detergente ou colocá-los na máquina de lavar louças;

● Substituir pratos, copos e outros utensílios de armazenamento de alimentos e bebidas de plástico por vidro, porcelana e /ou aço inoxidável;

● Você já percebeu que existem embalagens específicas para micro-ondas? Isto não é por acaso. Não esquente embalagens plásticas no micro-ondas se elas não forem fabricadas especificamente para esse tipo de forno;

● Não coloque itens comestíveis quentes em canecas ou recipientes plásticos;

● Preste atenção no símbolo de reciclagem. Essa informação costuma ser estampada no funda da embalagem. Associada a ele, há sempre uma numeração. Procure evitar as que sejam classificadas com 3 ou 7, que podem apresentar maior concentração de bisfenol A;

● Confie somente nos produtos certificados pelo Inmetro;

● Não deixe os líquidos que for ingerir em contato com o plástico por longos períodos. Nada de deixar a garrafinha plástica de água mineral no carro por dias e depois continuar usando ela para colocar água. Congelar água nestas embalagens e depois consumir também pode ser perigoso;

● Uma atenção especial deve ser dispensada às mamadeiras: evite as de policarbonato.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referência Bibliográfica:

Morzelle, MC. Bisfenol A: o inimigo oculto. Grupo de Estudo em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.grupoalimentosfuncionais.blogspot.com.br Acessado em: 01/02/2018.


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