Adolescentes
e mulheres jovens com diabetes Tipo 1 têm o dobro de chances de desenvolver um
transtorno alimentar – cerca de 10% delas vai apresentar algum problema como
anorexia ou bulimia. Alguns autores atribuem a este problema o termo
diabulimia.
Uma das explicações possíveis é a maior atenção que
as pessoas com diabetes geralmente dá à sua alimentação e também as mudanças no
peso causadas pela terapia com insulina. Pesquisadores estimam que entre 10 e
20% das adolescentes até os 16 anos e entre 30 e 40% das jovens entre 16 e 25
anos com diabetes alteram a dosagem de insulina para controlar o peso.
Essa é uma medida perigosa e que pode provocar, em
um futuro próximo, efeitos indesejados e que ameaçam a vida: descontrole geral
do metabolismo e sucessivas internações por níveis muito altos ou muito baixos
de glicose. Caso esse problema de controle da glicemia persista, podem surgir
problemas nos olhos, coração, rins, saúde mental e aos nervos.
Assalto à
geladeira
Pessoas com diabetes Tipo 2 e com alguma ameaça à
sua saúde mental, como sintomas depressivos e de ansiedade, podem passar por
episódios da síndrome da fome noturna. Essa síndrome é caracterizada por falta
de apetite pela manhã, insônia e excesso de fo-me à noite, mesmo após o jantar
ou lanche noturno regular. Ela está associada a perío-dos de estresse e,
segundo as estatísticas, atinge 1,5% da população geral e cerca de 20% das
pessoas com obesidade.
Embora as causas não sejam muito claras, a hipótese
mais provável é de um desequilíbrio nos hormônios, como a melatonina, que é
liberada durante o sono, e a serotonina, que também tem ação no controle do
ritmo circadiano - o equilíbrio que ocorre no organismo entre a noite e o dia.
Há ainda interferência de elementos genéticos.
A síndrome da fome noturna é vinculada ao consumo
de alimentos muito calóricos, ricos em gorduras e com baixo índice de fibras,
como os chocolates, que atuam diretamente nos centros do prazer no cérebro.
Esse hábito favorece o ganho de peso, a pressão alta e as alterações no
colesterol, ou seja, tudo que uma pessoa com ou sem diabetes não deseja para
ter uma vida saudável e plena.
É possível tratar a síndrome, com psicoterapia e
mudanças de hábitos de vida e também com medicação indicada pelo
endocrinologista. Algumas dicas simples para amenizar o problema são:
● Tomar café da manhã regularmente;
● Alimentar-se ao longo do dia, com pequenas
porções e alimentos integrais;
● Ter um horário para se alimentar;
● Comer lentamente, principalmente à noite;
● Evitar cafeína e os exercícios logo antes de
deitar;
● Ter sono regular;
● Evitar ter em casa alimentos gordurosos e muito
calóricos.
A síndrome da fome noturna pode prejudicar o
controle glicêmico, levar à necessidade de internações hospitalares, aumentar a
ansiedade em relação ao ganho de peso, motivar pedidos frequentes de mudança no
cardápio planejado pela equipe multidisciplinar, causar irregularidades no
ciclo menstrual, aumentar o consumo de álcool, motivar exercícios excessivos e
extenuantes na tentativa de se manter em forma e também stress familiar.
É importante lembrar que, se você ou alguém que
você ama está apresentando sinais de um transtorno alimentar, os julgamentos e
críticas destrutivas devem ficar de fora. Fundamental é demonstrar apoio e
acreditar em si mesmo. E mais importante ainda é buscar ajuda profissional.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores
físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência Bibliográfica:
Transtornos
Alimentares. Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em: www.diabetes.org.br
Acessado em: 04/09/2018.
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