A
sociedade modificou seu conceito de beleza, passando a valorizar um corpo cada
vez mais bronzeado. Entretanto, os profissionais da área da saúde tem
contestado esse modelo estético, apontando os numerosos malefícios da exposição
solar exagerada, o que apesar de toda a informação que se tem hoje em dia, não
impede o crescimento do número de casos de câncer de pele.
A
luz solar consiste em radiações de diferentes comprimentos de onda (raios gama,
raios X, o UV, o infravermelho (IV), micro-ondas, e ondas de rádio). De todas
essas que atingem a Terra a que está intimamente ligada com o bronzeado da pele
é a UV, a porção mais energética, a qual é dividida em UVA, UVB e UVC.
Os
raios UVA são os menos energéticos, mas são capazes de acionar os mecanismos de
bronzeamento e pode ser responsável por alguns efeitos nocivos na pele. Os UVB
são associados à vermelhidão das queimaduras solares e também um dos grandes
causadores de alguns tipos de câncer. Já o UVC são os mais nocivos aos tecidos
vivos.
Diversos
fatores podem iniciar ou contribuir para alterações no equilíbrio antioxidante
na pele, sendo que muitos aceleram o envelhecimento cutâneo, sendo a exposição
solar um dos fatores mais importantes, por seus efeitos cumulativos, podendo
ter como consequência o câncer de pele.
Os
danos da radiação solar causados à pele são consideráveis, pois, ao ultrapassar
a epiderme e chegar à derme, a hidratação da pele e a nutrição ficam
comprometidas, atingindo o colágeno afetando assim a elasticidade, deixando a
pele com pouca luminosidade, favorecendo o aparecimento de rugas e
envelhecimento precoce.
Assim
como qualquer tecido a pele necessita do fornecimento apropriado de componentes
nutricionais, os quais chamamos de antioxidantes dietéticos. Os alimentos
contem compostos antioxidantes, os quais podem existir com naturalidade ou ser
introduzido durante o processo para o consumo. Pode-se citar aqui as frutas
vermelhas, os legumes, que possuem naturalmente em sua composição vitamina C, E
e A, clorofila, flavonoides e carotenoides.
Carotenoides:
Um dos mais importantes grupos da natureza. O betacaroteno age de modo ativo na
recuperação da pele e é responsável por protegê-la dos raios solares e conferir
bronzeamento. Quando ingerida, deposita-se sobre a pele e as mucosas,
conferindo-lhes sua cor, amarelada. Além do betacaroteno, temos também o
licopeno como um carotenoide, possui um papel protetor, pois além de acelerar o
processo de bronzeamento ele protege a pele dos raios solares e evita a vermelhidão.
As principais fontes de betacaroteno incluem cenoura, batata-doce, abóbora,
buriti e a maioria dos vegetais verde escuros, como brócolis e espinafre. Já as
fontes de licopeno são tomate, cenoura e pimenta verde.
Vitamina
E: Por sua capacidade antioxidante comprovada, essa vitamina é muito utilizada
na prevenção do fotoenvelhecimento da pele. As fontes de vitamina E são germe
de cereais, óleos vegetais, nozes, castanhas, folhas verde escuras, semente de
girassol, ovos, manteiga, fígado, entre outros.
Vitamina
C: A vitamina C participa de vários processos metabólicos, entre eles a
formação do colágeno. Como a exposição solar atua na desestruturação das fibras
colágenas e elásticas, a vitamina C tem papel fundamental na fotoproteção. As
fontes de vitamina C são abacaxi, acerola, laranja, limão, morango, entre
outros.
Flavonoides:
Principal grupo de compostos fenólicos encontrado em plantas, os flavonoides
apresentam uma série de atividades biológicas antioxidante, quimioprotetora,
anticarcinogênica, anti-inflamatória. Algumas fontes de flavonoides são uva,
amora, framboesa, frutas cítricas, brócolis, repolho, chá verde, romã, mirtilo,
entre outras.
Ômega-3:
A primeira resposta observada na pele após a exposição ao sol é a inflamação,
que se caracteriza por eritema, edema e calor. Há uma alteração no sistema
imunológico, diminuindo sua capacidade de eliminar células alteradas. Isso é
ocasionado pelas alterações na produção de citocinas pelas células cutâneas
gerando perda na função celular. O ômega-3 diminui a formação de inflamação na
pele induzida por UVB.
Uma
boa conduta alimentar à base de vitaminas e minerais pode contribuir de modo
significativo para um bronzeado saudável e duradouro. A utilização de alimentos
como agentes antioxidantes representa uma nova abordagem na inibição dos danos
ocasionados pela exposição solar. É importante destacar que a fotoproteção
através dos alimentos é complementar à fotoproteção tópica (uso de bloqueadores
solares).
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Meuer, MC; Rocha, GDW. Alimentos e pele bronzeada.
Instituto Ana Paula Pujol. Disponível em: www.institutoanapaulapujol.com.br Acessado
em: 09/01/2017.
Pujol, AP. Fotoproteção Oral. In: Ana
Paula Pujol (org). Nutrição Aplicada à Estética. 1 ed. Rio de Janeiro: Editora
Rubio, 2011. 281-299.
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