Crianças, principalmente as mais novinhas,
dificilmente sabem reconhecer e expressar alterações fisiológicas que não
envolvam a dor. Por isso, cabe também aos pais e professores estarem
atentos a estes sinais.
Normalmente os pais não sabem identificar os sinais
da diabetes. E, quando diagnosticada, é frequente que fiquem perdidos por não
saberem lidar com esse problema. Conhecer os sintomas e os sinais desta doença
é imprescindível para esclarecermos nossas dúvidas e auxiliarmos nossos filhos
a enfrentar essa doença.
O que é Diabetes Mellitus?
A diabetes mellitus é caracterizada pelo aumento
anormal de glicose (açúcar) no sangue – hiperglicemia. Pode advir de uma
alteração na produção da insulina, ou devido à resistividade do organismo a
este hormônio. A insulina é produzida no pâncreas e é responsável pelo ingresso
de glicose (açúcar) na célula, primeiro passo para obtenção de energia. Quando
em quantidades excessivas, a glicose pode trazer complicações à saúde, como
ataques cardíacos, acidente vascular cerebral, insuficiência renal, problemas
na visão, amputação de membros, dificuldade de cicatrização, dentre outras.
Existem dois tipos de diabetes, a do tipo 1 e a do
tipo 2. A primeira é a mais frequente em crianças.
A diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença
auto-imune caracterizada pela destruição das células produtoras de insulina.
Isso acontece por que as células de defesa as identificam erroneamente como
corpos estranhos. Em geral, seu aparecimento é repentino e pode surgir desde as
primeiras semanas de nascimento até os 30 anos de idade, porém é mais comum na
faixa etária de 5 a 7 anos de idade.
Os motivos pelos quais se desenvolve esta doença
ainda não foram bem esclarecidos. Sabe-se que alguns indivíduos nascem com
predisposição genética à doença, contudo há aqueles que mesmo portando o gene
não desenvolvem diabetes. Especula-se que o gatilho para a exibição da doença
possa ser próprio do organismo ou advir de causa externa, como perda emocional
ou infecções por certo vírus como ecoviroses, poliomielite, e vírus da hepatite
A.
Já a do tipo 2 (DM2) possui um fator hereditário
maior do que no tipo 1. Além disso, há uma grande relação com a obesidade e o
sedentarismo. Ainda é predominante em adultos, porém a elevação dos casos de
obesidade infantil associada a maus hábitos alimentares e sedentarismo aumentou
significativamente os casos desta doença em crianças e adolescentes.
Diferentemente do tipo 1 a DM2 caracteriza-se pela
produção contínua de insulina. O problema está na incapacidade das células em
se ligarem a este hormônio, por isso esta anomalia é também denominada de
"resistência Insulínica". A diabetes tipo 2 é cerca de 8 a 10
vezes mais comum que o tipo 1.
Quais são os sintomas e sinais da Diabetes?
Sintomas: Vontade
de urinar diversas vezes; Fome frequente; Sede constante; Fraqueza; Fadiga;
Tontura; Sonolência; Nervosismo; Mudanças de humor; Náusea; Vômito; Infecções
frequentes; Alteração visual (visão embaçada); Dificuldade na cicatrização de
feridas; Formigamento nos pés e Furunculose.
Sinais: Perda de
peso, hiperglicemia e glicosúria (urina doce), a qual pode ser notada pelo
aumento da presença de formigas no banheiro.
Neste caso sintomas podem também serem vistos como
sinais, por isso pais e professores devem também se atentar a anormalidades
comportamentais como aumento do apetite e da sede, idas ao banheiro frequentes,
alterações no padrão de humor e dificuldade de cicatrização.
Os mesmos sintomas acima podem também ocorrer em
pessoas com diabetes tipo 2, mas geralmente são menos evidentes. No caso da
diabetes tipo 1, estes sintomas surgem repentinamente e às vezes podem demorar
a ser identificados. Já na diabetes tipo 2, esses sintomas são, em geral, mais
moderados ou até mesmo inexistentes, o que dificulta o diagnóstico precoce.
Como controlar?
No caso da DM1 são necessárias aplicações diárias
de insulina. O número de injeções varia de acordo com a necessidade, isto é,
quantidade de açúcares ingeridos. Contudo somente a aplicação não se faz
suficiente e é fundamental que os pais, responsáveis e/ou o próprio indivíduo
realize o acompanhamento dos níveis de glicose sanguínea. Pois assim como a
hiperglicemia (altos teores de açúcar no sangue), a hipoglicemia (baixos teores
de açúcar) também pode acarretar danos ao organismo como: tremores, suores gelados,
taquicardia, falta de resposta a estímulos e em casos mais extremos, o
indivíduo pode ser induzido ao coma.
Quanto ao tratamento da DM2, em geral, o que se faz
é um controle rígido da taxa de glicose sanguínea, aliado a um plano alimentar
adequado e prática de exercícios físicos. Em alguns casos podem ser
administrados medicamentos hipoglicemiantes (redutores da taxa de glicose
sanguínea).
Como a escola pode ajudar?
Como as crianças passam grande parte do seu dia nas
escolas, os educadores também devem estar alerta aos sinais e sintomas da
doença de maneira a diagnosticar precocemente a doença.
Quando o diagnóstico já foi realizado, os pais
devem informar à escola para que esta esteja apta a lidar com as crises hipo ou
hiperglicêmicas. É interessante que os professores conscientizem os colegas de
classe sobre a doença e os ensinem quais atitudes tomar.
Além da preocupação com o lanche escolar os pais
devem orientar seus filhos a não aceitarem ou comprarem alimentos ricos em
açúcares como doces e refrigerantes.
Como a alimentação pode influenciar?
Quanto maior a ingestão de carboidratos,
maior é a necessidade de insulina no corpo. Sendo assim, no caso da diabetes a
ingestão de açúcares deve ser restritiva, alimentos ricos em açúcares facilmente
absorvidos, como mel, doces, refrigerantes, bolachas, chocolate, balas, pães e
biscoitos doces devem ser evitados (consumo raro ou esporádico) e quando
ingeridos faz-se importante o monitoramento dos índices de glicose sanguínea.
Alimentos como massas, tubérculos e frutas podem ser consumidos moderadamente.
Mas sempre fique atento!
Se alguns alimentos são vilões há outros que podem
auxiliar. Alimentos ricos em fibras alimentares como as saladas folhosas
(alface, couve, rúcula) cereais (aveia, arroz integral, castanhas), bem como
alimentos preparados a partir de farinha integral, como pães e massas integrais
(prefira os 100% integrais) disponibilizam de forma mais gradual o açúcar,
evitando que haja picos abruptos de glicose no sangue. Além disso, ao promoverem
a saciedade, evitam a ingestão demasiada de alimentos, controlando o apetite e
consequentemente as taxas glicêmicas.
Além dos
alimentos fibrosos os alimentos ricos em antioxidantes como as frutas cítricas
e vermelhas, os chás e as especiarias vêm despontando no combate à diabetes,
uma vez que participam da eliminação de compostos prejudiciais a saúde. Vale
ressaltar que em relação aos frutos a preferência deve ser dada aos com baixo
teor de açúcar, como, por exemplo, limão, abacaxi, morango e maracujá. O
consumo do bagaço também é recomendado, afinal é riquíssimo em fibras.
Alimentos que controlam o esvaziamento gástrico
como a canela e o ginseng também são alimentos aliados, uma vez que
indiretamente controlam os índices glicêmicos.
Infelizmente não podemos proteger nossos filhos de
todos os males existentes, porém podemos ensiná-los a lidar e superar as
adversidades da vida. Por isso informe-se sempre! Conhecendo os sinais você
pode também salvar uma vida.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência
Bibliográfica:
Biazotto,
FO. Reconhecendo os sinais e sintomas da diabetes infantil. Grupo
de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.grupoalimentosfuncionais.blogspot.com.br
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