Ter disposição é essencial para se ter uma
boa qualidade de vida e para cumprir as tarefas diárias, como estudar,
trabalhar e malhar. O nível de energia depende de inúmeros fatores, incluindo
alimentação correta, descanso adequado (sono reparador e horas suficientes),
boa saúde e bons hábitos de vida, cuidados com o stress físico e mental
(diversão, atividades lúdicas) e a prática de atividades físicas (para produzir
endorfinas, aumentar a força muscular e a resistência).
De modo geral, devemos ser capazes de cumprir
as tarefas diárias sem chegar ao esgotamento. Um cansaço natural é esperado no
fim do dia. No período pré-menstrual a mulher pode sentir mais fadiga devido às
alterações hormonais. Conforme
envelhecemos há uma redução fisiológica do nível de energia, mas certamente
isto não é uma regra, pois há inúmeros exemplos de velhinhos acelerados e
jovens que se arrastam pelo dia – daí a importância fundamental de bons hábitos
de vida.
Nutrientes
em falta
Quando a alimentação é deficiente em
vitaminas, minerais e outros nutrientes, o cansaço pode ser maior e a falta de
energia incomoda. Por exemplo, uma deficiência crônica de ferro não permite a
oxigenação plena dos tecidos corporais com a consequente fadiga. Ou ainda, a
falta de proteínas em doses adequadas vai interferir na produção de hormônios,
enzimas e fatores de reparação do corpo, o que também leva ao esgotamento.
Calorias
A alimentação deve ter uma quantidade
energética (calorias) suficiente para suprir os gastos vitais (taxa metabólica
basal) e os gastos com as atividades diárias. Calorias demais levam ao acúmulo
de massa gorda e ganho de peso. Comer demais pesa (literalmente), o processo
digestivo demanda muita energia que vai ser desviada de outras funções do
corpo, e aí vem o cansaço. Refeições leves e nutritivas são a chave para a
energia plena.
Metabolismo
Com o passar dos anos, o sistema digestivo
diminui a sua capacidade de metabolizar os alimentos - o estômago e o pâncreas
têm mais dificuldade em produzir enzimas digestivas, o intestino tem menos
capacidade de absorver os nutrientes. O indivíduo com mais idade tem menos
massa muscular, com redução do gasto metabólico, e vai necessitar de menos
calorias, o que o leva a ingerir menos nutrientes essenciais. Quanto mais anos
temos, mais importante é a escolha dos alimentos certos – comida densa em
nutrientes para suprir o organismo de calorias, proteínas, ácidos graxos,
vitaminas e minerais na proporção adequada.
Dieta
certa
Hortaliças e frutas em todas as refeições
(ricas em nutrientes que estimulam a produção de dopamina, um neurotransmissor
que turbina o nível de energia), legumes, proteínas (carne magra, peixes, aves,
ovos), grãos e cereais integrais, frutas secas e sementes oleaginosas, iogurte
natural, azeite extravirgem, ervas e condimentos frescos, cacau, vinagre de
maçã, café, chá verde, chá preto, mate, água (em média 2 litros diários) - esta
é a receita da alimentação saudável e energética.
Campeões
de energia
Dentre os mais energéticos estão os alimentos
ricos em carboidratos (chocolate levanta o astral rapidamente, prefira sempre a
versão com cacau 50 a 70%), açaí, coco, sementes oleaginosas como
castanha do Brasil e castanha de caju, e ovos (contêm proteína de fácil digestão
e uma quantidade imensa de nutrientes diversos). Condimentos como alho,
mostarda, curry, açafrão, pimenta vermelha e do reino, gengibre e canela contêm
fitoesteróis e polifenóis que aumentam o nível de energia, então a ordem é
caprichar no tempero.
Cafeína
Café, mate, chá verde e preto – este quarteto
dá uma ligada geral – são fonte de cafeína, um ativo que estimula o sistema
nervoso central. Para muitos, o dia só começa depois de uma xícara de café. Os
estudos mostram que estas bebidas têm diversas propriedades benéficas no
organismo, com alta capacidade antioxidante. Sem exagerar na dose, a cafeína
ajuda a manter a energia em alta, e de bônus, café e companhia ainda são
termogênicos, isto é, ajudam a queimar as gordurinhas, além de contribuir na
função mental.
Junk
e fritura não!
É importante notar que deve haver uma
restrição quanto ao uso excessivo de gorduras vegetais e frituras. Prefira
alimentos cozidos no vapor, assados ou grelhados, para não pesar no sistema
digestivo e causar fadiga. Outros alimentos a evitar são o açúcar refinado,
refrigerantes e alimentos industrializados (incluindo biscoitos, bolos e
margarinas) por seu alto conteúdo de gorduras trans, sódio e aditivos
sintéticos. Bebidas alcoólicas devem ser consumidas com extrema moderação, pois
seu uso frequente impacta negativamente no nível de energia.
Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki.
Título
de Especialista em Nutrologia – Associação Brasileira de Nutrologia;
Membro
Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia;
Pós-graduação
em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE –
Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de
Homeopatia;
Pós-graduação
em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
*British Journal of Health Psychology 2015. On carrots and
curiosity: eating fruit and vegetables is associated with greater flourishing
in daily life.
*Antioxidants and Redox Signaling 2011. Cocoa and Chocolate in Human
Health and Disease.
*Journal of Nutrition, Health and Aging 2015. Coffee, tea, and caffeine consumption and
prevention of late-life cognitive decline and dementia: a systematic review.
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